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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Quando os filhos são mais nossos...

 Engane-se quem pense que isto são queixinhas ou tira-teimas. É um desabafo, como outros tantos que às vezes me povoam o coração...
Tenho tido os miúdos doentes... à vez! Não seria já mau o suficiente, e fica um (razoavelmente) bom, entrego na escola e em troca fica outro em casa. Já lá vão duas semanas. Não pedi baixa. Não tenho avós nem padrinhos. Sou eu e o meu marido, e meia resma de filhos.
A exclusividade dos dias tem se juntado às agitadas e mal dormidas noites. Ando de rastos. E também já tenho o pingo no nariz. Passo o dia entre mimos, mama, colo, termómetros e medicamentos. Mas à parte disto, ainda decido (e faço) o jantar, faço as compras, os trabalhos de Natal para a escola, lavo a roupa e arrumo a casa. Faço estas e muitas outras coisas.
Quando mais um dia chega ao fim, e me vejo a adormecer crianças sinto que não tenho capacidade sequer para aguentar acordada até que adormeçam. É aqui também que às vezes percebo que já nem me lembro quando fiz o último xixi, ou se sequer tive tempo para lavar os dentes hoje. Também me lembro que fiquei de responder àquele e-mail tão importante e decisivo, que ainda não enviei o relatório cuja deadline era a semana passada, e que tenho pessoas à espera de respostas minhas. Enterro a cabeça na almofada e tento não chorar. Tento também usar a racionalidade, respirar fundo, perdoar-me. Mas à medida que os dias passam a minha tolerância à ausência de auto-cuidado começa a esgotar-se...  Dou por mim aborrecida, zangada, frustrada. Triste! Sei que quando não estou para mim, não estou para ninguém. Os meus beijinhos saem secos e sem sabor, porque sinto um vazio dentro de mim.
Mas somos dois. Peço ao meu marido para organizar a vida dele por forma a me render algum dia, alguma vez, talvez uma hora. Não sempre, claro! Não um dia inteiro, claro! Mas se ao menos eu conseguisse fazer alguma coisa que me fizesse sentir menos perdida, se pudesse organizar-me. Provavelmente não precisaria mais do que 1 hora de vez em quando.
Só que a altura é complicada. Ele tem muito que fazer. Enumera-me todas as suas dificuldades e compromissos inadiáveis. Pergunta-me se não dá mesmo para os meter na escola. Lembra-me que ontem já perdeu tempo de trabalho porque teve que ir ao pediatra, ou estendeu a roupa, ou teve que ir comprar uma prenda de natal.
De facto... Tomara que o trabalho dele fosse mais como o meu, que os dias dele fossem mais como os meus, que os compromissos dele fossem de importância reduzida como os meus, que o ordenado não fosse afinal exactamente igual ao meu...
E sinto que tudo isto é extraordinariamente estúpido. Que lutam por igualdade quando é dentro de casa, na cabeça de cada um que ainda reina o maior diferencial. Só quando todos acreditarem piamente que o dever de aqui estar é igual em género, e que em circunstância alguma, os compromissos dele, sejam quais forem!, são mais importantes que os meus. E já agora, se não for pedir demais, só quando entenderem que tempo para as mulheres não inclui o que já fizeram pela casa, pelos filhos, ou por eles próprios...

No fundo, tomara que os nossos filhos fossem tão dele como meus...

sábado, 2 de dezembro de 2017

Andamos a comer a comida do bebé

O Manel já fez 7 meses. Come sólidos há pouco mais de 1 mês, e já conseguiu revolucionar a alimentação cá de casa.
Na verdade tudo começou a mudar desde que visitámos a minha amiga do coração, no verão passado. Com pózinhos mágicos ela introduziu-nos hábitos de alimentação mais variada e saudável, e mais importante ainda, convenceu as meninas! O mote estava lançado e quando regressámos a casa resolvemos repensar muitas das escolhas que fazíamos.
Com o aproximar da introdução da alimentação complementar do Manel tornámo-nos ainda mais exigentes, neste que seria o começo dos seus hábitos alimentares. Li e estudei muito, e tive a oportunidade de fazer um workshop com a Dra Graça Gonçalves (🔝🔝).
Assim sendo, optámos por fazer uma introdução esperando o tempo do nosso bebé, vendo os seus sinais e respeitando os seus recuos. Aqui fazemos um regime misto, que segue a linha de alimentação familiar. O Manel senta-se à mesa, sempre que o resto da família se senta, e por isso come aquilo que a família estiver a comer. Sim, o Manel tem 7 meses e come o mesmo que nós. Ou nós comemos o mesmo que ele, como já vou explicar...
Começámos por fazer uma lista com os alimentos proibidos (os 5 legumes, o sal, o açúcar, o mel, o leite de vaca). A partir daqui começámos a adaptar as nossas receitas a ele. Numa primeira abordagem, fazíamos tudo junto até entrar  algum kdos alimentos da lista. Nessa altura separávamos as comidas, mas mantínhamos a base. A sopa, por exemplo, rapidamente passou a ser a mesma, retirando alguns alimentos e substituindo por outros. No fim para o Manel sem sal, e a nossa com pouco sal. Até que houve um dia em que não se pôs sal. E ninguém disse nada... comecei a achar que se calhar era possível adaptar a comida de todos nós, e porque não, torná-la mais saudável. E foi assim que o sal desapareceu por completo, e depois o açúcar, e a manteiga ganhou ranço, e vieram muitos outros alimentos enriquecer a nossa despensa. Confesso que tem sido um enorme desafio, mas compensa! Ontem por exemplo, o jantar previsto era empadão de peru. Preparei uma ementa alternativa para o Manel que consistia em hambúrgueres de peru no forno com legumes. Só que quando os restantes habitantes da casa se aperceberam da divisão imploraram para comer os hambúrguer do Manel! Foi um sucesso!
E pronto, às refeições principais o Manel come sopa, segundo prato em regime BLW (baby led weanning) e a fruta em modo misto (depende dos dias ou das refeições). Ao pequeno-almoço e lanche consome o pão, as panquecas, os scones, as papas caseiras, etc. Não consome produtos para “bebés” nem industrializados. E, muito importante, mama quando quer, e come quanto quer!
Isto de chegar ao 3.º filho e ter a possibilidade e disponibilidade para ouvir o meu bebé, acompanhar o SEU desenvolvimento, ao SEU ritmo, é um grande privilégio! E ainda por cima, tornarmo-nos todos mais saudáveis, não tem preço!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

“Eu hoje faço anos”

“Mãe, tenho um dente a abanar”
Não, impossível. Isso só acontece a meninas mais crescidas. Tu ainda ontem usavas chucha, e antes de ontem, fralda. Começaste a andar há 3 dias e nasceste pouco antes disso...
A minha bebé princesa, tão desejada, tão ansiosamente amada! Foste a concretização de uma razão de vida. E agora olho, e não quero acreditar!

“Mãe, eu quando for adulta vou viver para muito longe, para Inverna, e tu vais-me visitar”
Ultimamente sonhas ser adulta, enquanto eu sonho que o tempo para. Quero estar contigo. Quero conversar contigo, abraçar-te e dizer-te o quanto gosto de ti. Ver-te crescer tem tanto de maravilhoso como de assustador!

“Mãe, quando eu for adulta vou ser polícia e agarrar nos polícias e nos cães e mandar embora todos os fogos e vou encontrar todas as pessoas más que estão escondidas para as pôr na prisão”
És tão bonita! És bonita por dentro e por fora. Amiga do próximo, preocupada com todos, justa! Fico deliciada a ouvir-te falar, a ouvir-te falar sobre o mundo. Como é simples o teu mundo, como são bonitos os teus castelos... Desejo profundamente que nunca os deixes! A vida é muito mais rica quando temos castelos para morar.

“Mãe, eu não queria fazer 5 anos... Porque eu gosto muito dos 4...”
Eu não entendo como fazes já 5 anos. A pergunta que me surge é: onde é que eu andei? Não dei pelo tempo passar. E olho para ti e tenho tanto orgulho. Estás mesmo crescida, numa idade cheia de cor e purpurinas, onde reinam fadas e fantasias deliciosas. De manhã és doce, de tarde rabina, à noite cansada. Encarnas mil personagens e brincas com o que os outros não vêem. És feliz e sorris, e isso é tudo o que me importa!

“Mãe, eu não quero nunca trocar de mãe!” ❤️
Não trocas filha...

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

És parte de mim

Faz hoje meio ano que te conheço. Na verdade, faz hoje meio ano que te vi pela primeira vez, porque te conheço há mais tempo. Há precisamente 15 meses.
Há 15 meses que fazes parte de mim. És comigo todas as horas dos dias que passam, todos os minutos, dia e noite.
Foste parte de mim, dentro de mim. Quando escolhi proteger-te.
Foste parte de mim, extensão do meu corpo. Quando escolhi que o meu colo seria o teu novo lar.
Foste parte de mim, e és parte de mim, no meu peito. Quando escolhi que seria o meu corpo a nutrir-te.
Foste parte de mim, e és parte de mim, do meu coração. Quando sinto os teus abraços, os teus sorrisos e carinhos.
Foste parte de mim, e és parte de mim, sempre que estou lá para ti. Quando é a mim que vês ao acordar, quando me procuras para te reconfortares, quando conquisto contigo uma nova descoberta.
É em mim que vives, és parte de mim!

Mas o tempo passa e tudo está prestes a mudar. Está a chegar o dia em que vou ter de te partilhar...

Dói demais...

Não estou preparada para não estar lá.
Não estou preparada para te deixar.
Não estou preparada para deixar de te trazer.
Não estou preparada para que te nutram.
Não estou preparada para que sofras sem mim.
Não estou preparada para que te falte o meu carinho, quando o procuras.
Não estou preparada para te partilhar!

Isto não devia ser assim...

sábado, 21 de outubro de 2017

Hotel

O que nós gostamos mesmo é de rambóia! 
Depois de um dia repleto de eventos sociais (demasiados!), sentimos que precisávamos de fazer uma pausa.
 “Meninas, vamos dormir no hotel?” 
Ver os olhinhos delas brilharem de entusiasmo é qualquer coisa! Deliram. Nem notam no montão de chaticezinhas que os pais encontram e refilam, para elas está tudo bem! Até o Manel parece ter sido invadido por uma onda de entusiasmo, lol!
Bem, boa noite que isto já não são horas...

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Quando tenho que ir às compras...

... sozinha com os 3!
Confesso que há melhores programas, mas às vezes tem mesmo que ser. E se tem que ser...

Mas sinto os olhares, algumas boas abertas. Sinto-me um bocado montra! Não entendo se admiram a loucura ou reprovam a maluquice. Seja como for, de nada adianta. Apesar do meu ar cansado e passado, a minha preocupação é apenas:
1- não perder nenhuma cria;
2- não ferir nenhuma cria (ou mais deixar que se possam ferir);
3- não destruir nada nem entrar em trabalhos (ou que el@s destruam);
4- não fazer escândalos! (Esta é das mais difíceis de controlar, porque à hora que vou el@s estão em ponto de rebuçado, o que significa que a qualquer contrariedade temos a barraca montada... mantras precisam-se com urgência!!!)

PS: já experimentei o parque sozinha com os três e confesso que fiquei com a sensação que as pessoas das compras também tinham ido para ali... 🤷🏼‍♀️

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Que descoberta maravilhosa!!

Não, a origem do cocó de letras ainda permanece desconhecida, porém hoje fiz uma descoberta simplesmente fantástica!
O bebé Manel anda numa fase de evidente descoberta: quer ver, mexer e provar tudo! O tempo todo... isto significa que mesmo quando já está muribundo, de sono e cansado, permanece na luta por mais um bocadinho de mundo a explorar. Temos tido "guerras" jeitosas...
Então ontem eu simplesmente desisti e mantive-me ao pé dele mas fui jogar um candycrush (vicio de longa data)... Assim que ele se apercebeu do que eu estava a fazer virou-se todo para ver e assim ficou. Eu gastei todas as minhas vidas e quando olhei para ele... Voilá!! Bebé a dormir!!! Yeah!!!
Pensei que tivesse sido por mero acaso, mas hoje já voltei a usar a estratégia em duas lutas de sono e resultou sempre! Acho que vou gastar metade do meu rendimento a comprar vidas intermináveis aos homens do jogo 😂😂😂

domingo, 1 de outubro de 2017

Hoje foi o dia...

... em que consegui fazer scones saudáveis para um pequeno almoço todo saudável.
... em que dei finalmente a volta ao roupeiro para inventariar a roupa de inverno (€&€!)
... em que brincaram os 3 🤤
... em que fomos votar!
... em que vi a minha filha C fazer o seu primeiro mortal aterrando estatelada no meio de uma estrada.
... em que recebi a M a chorar baba e ranho porque bateu com qualquer coisa em qualquer sítio (juro que antes de olhar de relance para o telemovel, estava mesmo a olhar para ela...)
... em que estraguei o saudável e meti as miúdas a engolir salsichas ao almoço - r.a.p.i.d.i.n.h.o.
... em que consegui meter os miúdos a dormir a sesta em tempo recorde
... em que consegui passar 2 peças de roupa a ferro (do molho de 2m e meio) antes de ir (de novo) dar de mamar
... em que fomos acordar os gaiatos serenamente adormecidos para um lanche de família 😒😒😒
... em que a M acorda a deitar sangue de um ouvido (vou deitar a bosta do telefone fora 😡! Será que bateu com o ouvido?!?)
... em que depois do lanche encontrei no parque uma blogger de babywearing que depois de dois dedos de conversa, conseguiu convencer-me que o meu cérebro morreu para a vida, mas que em compensação me emprestou um RS tester 👍
... em que fiz mandioca pela primeira vez, numa tentativa desesperada de voltar ao saudável 😰
... em que o atraso do jantar e o aumento das birras me fizeram dar o grito do Ipiranga e aterrar num pudim de leite condensado (que se lixeeeee!)

E... em que fui dar banho ao Manel e percebi que ele tinha cocó e que apanhei um susto de morte ao abrir a fralda e ver coisas vermelhas espalhadas. Só relaxei quando limpei o rabo e vi que estava cheio de letras... (já vi este filme... baby C take II). Agora tenho que ir à procura do raio da revista/carta/livro/whatever que ele comeu...

Mas amanhã, que isto hoje já deu o que tinha a dar!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Fomos visitados

Pela fada das chuchas. Já ouviram falar?? Se não, juntem ao vosso portfólio de criaturas mágicas amigas dos pais e das crianças.
A M usa chucha, ou usava até ontem. Apercebi-me que tinha roido a chucha. É frequente elas estarem a roer as chuchas e o meu aviso é sempre "se a chucha se estragar eu não compro outra. Mesmo que quisesse não posso porque não vendem chuchas a crescidos."
 E ontem foi o dia da M. Ela percebeu bem quando lhe dei a sentença logo de manhã: "a chucha está estragada. Não pode ser mais usada". Fez-se de forte e disse prontamente que iria dormir sem ela, sua fiel companheira dos últimos (quase) 5 anos.
Mas à medida que a noite se foi aproximando foi notório o nervosismo crescente. Foi a minha vez de entrar em acção! Contei-lhe a história da fada das chuchas, aquela fada que anda muito atenta aos meninos e meninas que já estão crescidos e põem a chucha debaixo da almofada. Esta fada espera que os meninos adormeçam e leva as suas chuchas deixando um presente pela valentia.
Bastou para que ela colocasse a chucha debaixo da almofada, mas os seus impulsos de valentia estavam a par e passo com ondas de desespero... Voltei à carga e contei a história da Rosarinho, a menina que gostava muito da chucha e que também ela a tinha deixado à fada.
Em resumo, não foi fácil. Festinhas, muito miminho, musiquinha e umas gotas de melamil, em meia hora tínhamos a "coisa" feita e a princesa a dormir. Senti-me feliz, pelas duas! Está a crescer a minha princesa grande!
Mas ela pediu-me uma foto da fada. Passei o resto do serão a tentar perceber como iria conseguir a dita foto... Até que quando achei que tinha arranjado solução fui ao quarto e na foto que tirei vinha não a fada, mas uma enorme mancha nos lençóis. Afinal a fada tinha trazido um mega xixi como prenda... Toca de trocar roupa e lençóis e claro está que a M acordou e desatou a chorar pela chucha. Valeu-me a rapidez de voar para trocar a dita debaixo da almofada por um presentinho que estava à espera do pai Natal. (Só para o caso da fada se ter enganado na morada...) Ufa! Mesmo a tempo porque assim que ela se voltou a deitar, foi procurar a chucha em modo de arrependimento.
Foi mesmo cómico ver o ar dela de espanto! Mas mais cómico foi quando disse que não era este o presente que queria da fada... depois novo berreiro pela chucha. Acabou por "dormir" connosco na cama e superar a primeira noite sem a sua "melhor amiga". Mas sei que nos espera uma estrada longa. Logo vai ser noite de novo... mas cá estaremos para a ajudar a crescer ❤️🎈

domingo, 10 de setembro de 2017

Desabafo de uma mãe cansada

Agora tenho duas hipóteses: ponho posts de risadas (que também os tenho) quase dando a entender que a nossa família está um mar de rosas e tudo se faz com um sorriso nos lábios, ou então não, volto a escrever o que me vai na alma, o que me vai no coração, podendo até parecer demasiado queixinhas, deprimida e mal agradecida por tudo o que tenho. De facto tenho muito! Mais do que alguma vez pude imaginar, mais até do que estou neste momento a conseguir suportar.

Isto é mesmo difícil...

Pela primeira vez na minha vida sinto que foi demais, demais para o que consigo. Amo o meu bebé, amo cada um dos meus filhos perdidamente. Se calhar é esse o problema. Amo-os demais. Ou se calhar até nem há um problema. Mas sinto-me triste e perdida. Terrivelmente desorganizada.
Sabe, quem me conhece, que tudo corre bem quando me sinto no controlo, quando me sinto organizada, mas nem sempre isso é possível, e eu tenho pouca tolerância a estas situações. Sinto-me triste e perdida...

Depois de toooda a gravidez, veio a espera, o parto, o encontro, todo um período de choque difícil, um pai que sai de cena e abana as estruturas, umas férias que evidenciam que não chego para todos, mais uns dias de pai ausente que culminam num regresso à escola mal amada.
O clima está tenso, pesado, rabugento e caótico. Toda a gente faz birras, implica, amua.
Gostava de poder dar mais, ser diferente. Lidar com isto de forma "levezinha", mas não estou a conseguir. Não sou assim! Admitir e perdoar-me poderia ser o primeiro passo, só que nao perdoo.

As birras como nunca vi, as chamadas de atenção de bradar aos céus, as respostas mal criadas que nunca ensinei, os comportamentos desafiantes, enraivecidos por algo que não cometi, o "não quero dormir" e tudo o que isso acarreta, o "não quero ir para a escola" e tudo o que vem depois... Só que não chego para todos.
A resposta para cada um seria apenas EU! Mais eu para brincar, mais eu para cuidar, mais eu para ouvir e falar, mais eu para abraçar... são todos tãooo pequenos, são todos tão bebés, tão exigentes. E eu, sou apenas uma e não consigo mais.

Não há como perdoar.

Desabafo o que me vai na alma, em busca de empatia para comigo mesma. Amanhã serei eu de novo, a tentar mais uma vez, a tentar chegar a tudo e a todos, a tentar ser mais e melhor, mesmo que no final do dia me reste apenas cansaço, tristeza e frustração por não ter sido suficiente.
Que nunca me falte a força para nesse preciso momento dar graças a Deus por tudo o que Ele me deu!

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Não a deixo a chorar

Hoje sinto-me triste e revoltada. Ontem foi o dia de regresso à escola. A C mudou de valência, o que significa que saiu da creche e passou para o jardim, e passa a ser tudo novo para ela. Dizem as regras da escola que a entrada deve ser feita até as 9h15 (+/-15min de tolerância). Hoje cheguei as 9h35 e barraram-me à entrada. Queriam que deixasse a minha filha com alguém que a levaria, mesmo sem ter ainda estabelecido nenhuma relação de confiança, mesmo e apesar de estar a chorar de forma descontrolada. Diziam-me "ela vai ficar bem, Mae". Só que não. Não deixei! Ao 2º dia da semana de adaptação o meu coração achou que estava tudo errado, quando as regras se sobrepunham ao bem estar da criança. Provavelmente vai haver quem ache que a devia ter deixado, mas não consegui. Não é isto que ensino aos meus filhos. Não os deixo a força. E agora tenho um problema ainda maior. O que fazer? Será que ainda existe uma escola nesta altura do campeonato que olhe para a criança antes de olhar para o relógio??

domingo, 27 de agosto de 2017

As férias a chegar ao fim...

Voltei! Depois de uma semana na Suica, que salvou o meu conceito de férias, voltámos à base e nem a memória dos ares frescos da Europa diminuíram a ressaca dos miúdos. De facto foi bom, mas cansativo! Sempre a mexer, nada de sestas, muita animação e brincadeira, refeições improvisadas mas incrivelmente bem recebidas. E chegámos cá e há um misto de frustração, e sono e não sei mais o quê que se enrola e torna os dias complicados (na verdade pior que os dias são mesmo as noites!).
Ainda tentámos (erráticamente) fazer um programa que tinha ficado em suspenso, que era uma ida ao zoo, mas a podridão foi tal que passadas 2h de termos chegado já estava tudo a discutir com toda a gente e resolvemos abortar a missão (mas calma! Não perdemos assim o € de forma fácil. Fomos meter as miúdas a dormir e voltámos ao final do dia mesmo a tempo de ver a última sessão dos golfinhos).
Entretanto o pai teve que se retirar em trabalho e mesmo com as ajudas habituais, isto está complicadito... Amanhã é outro dia e espero que corra melhor!
E por falar em amanhã, e em fim de férias, uma vez que já ninguém as aguenta, arranjei um ATL de férias mesmo fixolas para as meninas. Estou a rezar para que elas gostem! Porque preciso mesmo de umas horinhas de descanso e acho que um timeout vai mesmo fazer bem a toda a gente!

domingo, 13 de agosto de 2017

Hoje fugimos nós

Sabíamos que haviam nas proximidades, mas não se viam. Só o cheiro e o fumo denunciavam a situação que corre todos os noticiários.
Mas com o cair da noite começamos a avistar uma frente nova. De certeza que era algo novo. A cor do horizonte rosácea rapidamente se tornou ardente. "Ainda está longe", dizem uns, "Só se o vento virar"... Não ficámos para ver. A lembrança dos acontecimentos recentes no nosso país fez-nos virar as costas ao fogo e rumar a casa.
Mas olho pelo espelho do carro e depois do medo cai sobre mim uma enorme tristeza. No pensamento só uma pergunta paira: porquê? Mas porquê?
Não entendo, não consigo encontrar razões. Nenhumas! São vidas, humanas, dos nossos animais, das nossas florestas. É o nosso futuro. É o futuro dos nossos filhos que estão a queimar. Aquilo que demorou décadas a crescer... quem é que mata o nosso país assim??
E então dou por mim a olhar, desta vez para os carros de bombeiros que seguem na direção contrária, que vão ao encontro daquilo que evitamos. E fico paralisada. Também eles têm família, filhos, vidas e provavelmente... medo! Mas seguem sem hesitar, apagar, remediar o que outros destroem sem nexo. E sinto-me aterrada! E imensamente grata, pela coragem e grandiosidade destes homens e mulheres que sofrem por todos nós.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O pico sardanico

Já não faltavam as gordas doentes e agora tenho o meu bebé unicórnio esquisito... e eu que andava tão contente porque ele era todo bem disposto, adormecia sozinho, já fazia umas 4 horinhas seguidas de noite, não chorava com quase nada e é lindo e fofo que não se aguenta, e agora tramou-me. Nos últimos dias são birras, não desgruda, mas depois não consegue adormecer, e fica com mais birras, mama em continuo (ou quase) e refila porque tem de sair da mama para arrotar, e de noite voltámos a emagrecer os intervalos dos despertares... só tenho uma palavra: TRETA! Ando cansada. Claro que sei que o culpado disto tudo é o pico dos 3 meses, que se junta ao salto que já vinha dos 2 e se arrasta aos 4... parece que os 5 vão ser de descanso antes de nova "moca" aos 6... isto claro se nenhum dente decidir aparecer pelo caminho, senão estamos novamente tramados. Já me tinha esquecido como são enriquecedores estes 12 primeiros meses...
Agora parece que finalmente adormeceu. Mas nem me arrisco a pestanejar, não vá ele acordar. Entretanto tenho as meninas a fazer berreiro aqui ao lado porque querem a mãe para adormecer... Nice! Vou ali e já venho...

#3 Dicas de sobrevivência para as férias

Ora bem, onde é que nós íamos?...
Desculpem a ausência, mas estas férias foram muito pouco férias. Tenho a M com uma otite bilateral desde a semana do Algarve, e a C está com uma treta qualquer... Para além disso estão as duas com o que eu chamo de ressaca. Sinceramente não sei bem do quê, mas já perdi algumas horas a refletir. Será sono? Provavelmente terão bastante. Será da desrotina? Bem, esta também implica com a anterior... Será do mano? Reacções "tardias", mas não deixam de ser normais... Será alguma outra coisa que as preocupa? Não sei! Mas de facto não está fácil!

De qualquer forma, se bem me lembro, estava em falta um post com dicas para a praia. No sítio onde ficámos havia praia quase privada com acesso directo e controlado. Uma solução destas, em que deixamos o carro descansar, será na minha opinião o ideal, desde que a distância à praia seja exequível e não implique as crianças todas penduradas em nós. Mas infelizmente não usámos! O problema é que a praia em questão era de falésia e não tinha "palhotas" (não usamos chapéu...), logo tornou-se uma "não opção"! De qualquer forma, temos uma praia de coração, em que já nos conhecem e já conhecemos bem. E aqui sim começam as minhas dicas:
- alugamos sempre uma "palhota". Para além de nos facilitar com menos uma coisa às costas, nesta altura do ano arranjar lugar para as toalhas e afins é um desafio! Assim garantimos uma zona segura de brincadeira, e até de relax (se isso fosse uma opção agora...). Como somos habituais na praia todos os anos, o senhor das palhotas arranja-nos sempre uma boa solução e um preço "famílias numerosas" (mas não nos livramos das bocarras!)
- distribuímos o peso. Comprámos para a escolinha umas mochilas mini da Pêra Doce lindas de morrer 😍 E estas são obrigatórias quando vamos para a praia para distribuir o carrego: cada menina leva a sua toalha às costas, e a sua muda de roupa. O pai leva o resto das toalhas e os brinquedos, a mãe leva os cremes e o resto da roupa, mais o bebé em babywearing 👍 Já me recomendaram imensas vezes arranjar um daqueles carrinhos de ir ao mercado, que parece um saco com rodas, para levar a tralha para a praia. Ainda não o fiz porque nos organizamos bem assim, mas também é uma boa ideia!
- toalhas familiares. Este ano arranjámos uma toalha XXL. É uma toalha que dá para toda a gente lá estar deitada. Levamos sempre a toalha para a beira mar. Para além disso ainda me permite apanhar um bocadinho de sol, sempre devidamente acompanhada claro!
- saquinhos de plástico pequenos, que permitem em qualquer altura improvisar um bacio usando o balde da praia (Atenção: esta tem tanta piada que correm o risco de passar o resto do tempo com falsos alarmes só porque é giro...)
- levar comida saudável, e moedas. Estranhamente consegui que as meninas comessem imensa fruta na praia, que pouco comem em casa. Deve ser dos ares... e assim evitei os pacotinhos e empacotados, e pudemos vingar-nos nas bolitas... 🙈

Estas são actualmente as dicas que vos deixo. Fora as recomendações habituais, claro. Posso ainda vos dizer que andei carregada com um livro na mala nos primeiros dias, até que o tirei por falta de uso, e foi o melhor que fiz! Só fazia mesmo peso...

Agora, boa praia e boas férias! Que as nossas já acabaram 🙏🙏🙏

terça-feira, 1 de agosto de 2017

#2 Dicas de sobrevivência para as férias

Eu hoje tinha pensado todo
um post sobre dicas para a praia, mas depois do que se passou esta noite decidi escrever apenas isto:

Tomámos a decisão de fazer algumas refeições fora durante estas férias. Infelizmente ainda não acertámos com o ideal. Ao almoço é chato porque vêm cansadas da praia e sujas e as birras intensificam-se... ao jantar é mau porque há imensa gente e elas já estão cansadas do dia e com sono, ficam impacientes e as birras intensificam-se... provavelmente a melhor conclusão seria: não estamos em fase de ir a restaurantes porque elas fazem birras e portam-se mal, para nós é um stress é uma vergonha. Basicamente ninguém tira partido de nada!
Ainda assim, para quem não está "tão mal" como nós, ou está mas gosta de passar vergonhas (ou acha preferível por enquanto isso a ir cozinhar nas férias) sugiro:
- esqueçam os restaurantes da moda! Esses estão invariavelmente cheios, com filas. Os miúdos perdem o restinho de paciência que tinham ainda nem sequer vocês avistaram a entrada do restaurante. Preferível comer "pior" (não necessariamente) e ser "muito fora", do que desejar saltar fora do restaurante sem sequer lá ter entrado... Ainda para mais, ter bebés de colo, ao que parece não dá prioridade nestas filas, infelizmente (mas devia!).
- mesmo depois de dizerem boa tarde/noite ao empregado, peçam logo pão e manteigas, etc. Não é o mais desejável, mas pelo menos entretém e garantem que eles engolem alguma coisa.
- mesmo que já não tenham condições de ler todo o menu, verifiquem se algum dos pratos das primeiras linhas se conseguem comer frios, e se são comíveis apenas com uma mão, com 10% da vossa atenção. Lembrem-se que pode ser necessário engolir bocados inteiros, e que na verdade o mais importante é mesmo comer qualquer para não cair para o lado.
- ah, já agora verifiquem se existe parte infantil no menu. Se houver, excelente! Caso contrário acrescentem ao ponto de cima que deve dar para comer à mão, sem perigo maior de engasgamento ou fixação na garganta.
- Por fim, levem os telemóveis com a bateria carregada e acesso à net. Acho que mordi a língua a dizer isto. É como em tudo na maternidade: mesmo quando dizemos a pés juntos que nunca qualquer coisa, é só uma questão de tempo até mordermos a língua e assobiarmos para o lado.

Tentem não se martirizar muito. A culpa de tamanho desespero e exaspero não pode ser vossa. Deve ser uma fase e vai passaaaaaar!!!!

segunda-feira, 31 de julho de 2017

#1 Dicas de sobrevivência para "férias"

Como já tive oportunidade de dizer no post anterior, isto de se dizer que se vem de férias com um molhinho de crianças pequenas (inc. bebés) é comédia pura! Acordar às 6h da manhã, depois de uma noite interrompida, começar o dia com pontapés nas costas e pedidos exigentes, para já, para ontem, parece desumano até para a recruta. Mas é o que temos e por isso não vale a pena fantasiar com as cenas irreais dos panfletos das agências...
Mas isto não significa que não possamos fazer algumas coisas que possam aligeirar estes dias exigentes. E foi este o mote que me levou a pensar fazer um conjunto de posts com coisas simples que sinto que nos ajudam, ou pelo contrário, só desajudam e convém partilhar. Não significa que ajudem toda a gente, mas se tornar a existência de alguém mais leve, já sinto o "dever cumprido"!

(Nota à navegação: estas dicas são provavelmente totalmente inúteis para quem consegue amealhar (e desprender-se) o suficiente para ir de férias em regime "cuidem deles e não me chaguem...")

A dica que inicia esta rúbrica é: o babywearing! Por babywearing refiro-me a todos os porta bebés ergonômicos que existem - panos (ou wrap slings), panos de argolas (ou ring-slings), mochilas e derivações (mei-tai, papatai e afins). (repararam que não está escrito em lado nenhum marsúpio? Pois é! Se este é o teu modo de carrego preferido talvez querias ler um pouco sobre os malefícios do carrego não ergonômico. Sugiro uma voltinha pelo site apertadinhos, para resumos muito interessantes...).
Para nós o babywearing não é novo, mas definitivamente está em expansão neste momento. Acredito que qualquer família com um bebé lucra imenso com este sistema, mas quanto mais filhos o casal tiver, mas imprescindível considero. Seja qual for a escolha (ou escolhas), desde que permita carregar bebés e crianças pequenas, deixando as mãos livres então está óptimo. E ainda se livram de todos os constrangimentos de andar com carrinhos atrás: confusão, espaços pequenos, passeios degradantes, peso e chatice de montar e desmontar, areia da praia, etc.
E então? Já usavam esta? Se não, pensem mesmo em experimentar. Hoje em dia existem vários sites e lojas que alugam estas soluções para os indecisos se converterem! Espero que ajude!

domingo, 30 de julho de 2017

E fomos...

Conseguimos!!! Metemos as trouxas todas na camioneta nova (😂), as 3 cadeiras, os miúdos e o gato! Saímos com 45 minutos de atraso face ao pretendido, o que para nós é excelente! E pusemos a malta toda a dormir a sesta a tempo de aproveitar o tão desejado silêncio em viagem!
Bem, na verdade não foi a viagem toda, por erro de cálculo aqui do marido, que ao chegar às portagens do destino decidiu que não fazia mal ficar na fila com mais carros. Só que claro que faz, porque eles sentem logo a diferença no "treme-treme" e o Manel não resistiu a dar um ar da sua graça. Lá fomos nós outra vez parar à berma... e com o tempo que demorámos tivemos o bónus da nossa cria do meio nos brindar com "oh mãe, tenho as pernas, as costas e a roupa toda molhada! Acho que fiz xixi". E fez mesmo... e a cria mais velha informou pouco tempo depois que se não parássemos lhe iria acontecer o mesmo: voltámos à berma...
No fim chegámos tão exaustos que nos andámos a arrastar. Chegámos tarde ao mini-mercado e acabámos a jantar do take-away.
Sinceramente só não entendo porque continuamos a insistir em chamar a isto férias... isto é treino intensivo, dos duros mesmo!

PS: não podia faltar aqui um enorme agradecimento à Santogal Loures e em particular ao Sr Romeu. Para além da equipa muito simpática e prestável, foi graças ao seu profissionalismo, empenho e trabalho árduo (mesmo!) que permitiram que nós conseguíssemos ter o carro novo em tempo super record para virmos de férias! Ficámos muito bem impressionados!

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Triste, manias de crianças

Ainda sobre a criança que há em mim...
Desde pequena que não consigo deixar de personificar os objectos que me circundam e dar-lhes sentimentos e sensações humanas. Havia sempre o mamarracho do boneco horroroso que tinha sido oferecido, que me fazia chorar por pensar o quão infeliz devia ser por ter tamanho desfortunio... Por isso fazia sempre questão de o incluir nas brincadeiras com os restantes, não deixando de nutrir pena pelo pequeno.
Agora cresci e confesso que não mudei muito a este respeito. O sentimento de tristeza para com os potenciais sentimentos das "coisas" continua a afligir-me.
É por isso que hoje me sinto triste. Provavelmente vão achar uma parvoice, talvez um profundo (des)equilíbrio, mas acho que hoje o meu carro está super triste. Ele deve gostar imenso de nós, demos-lhe uma família, animação, migalhas, vomitados, cocós, xixis, folhinhas e outras porcarias, mas era acarinhado! Só que deixou de dar para todos porque simplesmente deixámos de lá caber... foi esta falta de segurança e conforto que nos empurrou para a decisão difícil: temos que mudar de carro! Não foi nada fácil... Foi muito ponderado, muito ensaiado, muito estudado e obrigou de novo a muito jogo de cintura.
Recebi há pouco a notícia que temos esperado: "o seu carro novo já está pronto". E em vez de euforia só me apeteceu chorar... Isto também significa que teremos que deixar o nosso amiguinho. É um sentimento inevitável... e pega-se. Hoje quando deixei as meninas no colégio expliquei que era possível que tivéssemos que nos despedir do carro. Houve silêncio no cubículo. A M disse por fim "acho que o carro vai ficar triste". Novo silêncio. E a C saiu do carro e abraçou-se à roda traseira dizendo "gosto muito do nosso carro" (OMG! Ficou tão nojenta! Tive que me torcer toda para não estragar este momento tão profundo e sentido...). Pronto, e agora cabe-me esta difícil tarefa de ir lá deixar o nosso menino sem derramar uma lágrima que seja, para não fazer figuras (muito) tristes 😔 Acho que é desta que não ponho nome ao carro para não me apegar tanto!
Será que há mais gente por aí com esta patologia??? Ou serei só eu...? 😭😭😭

terça-feira, 25 de julho de 2017

Vamos a contas: 6 anos

Ora, 6 anos, 3 filhos, 1 doutoramento (de cada), 3 casas, (quase) 3 carros, o mesmo gato, montes de cabelos brancos e rugas acabadas de chegar... muita gritaria, discussões, vontade de arrancar olhos e socar estômagos.
Mas também há coisas boas! 6 anos de muitos sorrisos, muitas gargalhadas, muitos beijinhos e muito amor!
Uma coisa é certa: ao longo destes anos houve muito muito jogo de cintura! E foi assim que ontem, exactamente no dia em que comemorámos os nossos 6 anos de casados, nos pusemos à prova mais uma vez!
Todos os anos tentamos fazer um programa em família inesquecível! Este ano, pela contenção de despesas, por andarmos a roçar a ilegalidade de assentos infantis dentro do carro e pela presença do Sr júnior, decidimos fazer um programa mais light: iniciar a praia em familia 2017, almoçar fora em qualquer sítio eficiente, e próprio a crianças em transe (sem ser McDonalds), andar de carro o tempo suficiente para dormirem qualquer coisa, voltar para Lx antes do resto do mundo e eventualmente terminar com um programinha cultural ou lanche. Perfeito! 👌
 Só que não... não fossemos nós a família que somos 🙄 Então foi assim:
Depois de uma maratona heróica que nos permitiu sair de casa cerca de 2h30 depois de termos acordado, rumámos ao sol da Costa com uma enorme esperança de não ficarmos parados nas filas loucas ou de termos que deixar o carro a kms do passadiço. Estranhamente nenhuma das duas coisas aconteceu e cheguei a pensar por momentos que os astros se tinham alinhado para que tudo corresse bem. Todo o carro respirava harmonia ao som das músicas infantis mais pedidas.
Estávamos tão zen que nem esmorecemos quando chegámos à praia e percebemos que dificilmente conseguiríamos manter as toalhas intactas no chão. Fingimos nem ligar à temperatura da água que nos congelava o cérebro ao molharmos os pés, nem tão pouco aos kilos de areia que tentávamos não comer tal aventania que se fazia sentir. Talvez o primeiro momento em que senti tremores no sobrolho foi quando, apesar dos meus esforços para manter o Manel intacto, vi alguém (uma delas mas ninguém se acusou) despejar um balde de areia mesmo na direção do bebé. Posso dizer-vos que ainda ando a encontrar areias nas orelhas do desgraçado...
Esforçando o sorriso "família alegre" mantivemo-nos até que as pás deixaram de ser divertidas. Nessa altura pusemos fim àquele momento e rumámos ao próximo passo: comer. Não tínhamos pensado em nada, mas com medo que nos desse a fraqueza que nos empurraria para o Mac de Corroios decidi que tentaríamos qualquer restaurante no centro da Costa (até porque demorar mais poderia pôr em causa as condições de exequibilidade). Foi este o momento em que os astros foram também almoçar... Com receio de não encontrarmos lugar em lado nenhum, estacionámos no primeiro sítio que encontrámos. Rapidamente ficámos a saber que este distava cerca de km e meio do restaurante... Não esmorecemos mas chegámos rotos, já com alguns tiques nervosos, mas ainda de sorriso nos lábios: íamos almoçar num restaurante normal! Só que entre a agitação inicial da chegada, dos xixis e da escolha do menu, a pressão fez com que optámos provavelmente por uma das piores opções: arroz de marisco (à seria!). Não vos vou maçar aos pormenores, mas hoje sabemos que pernas de santolas, martelos, lagosta, e afins, juntamente com 3! crianças em hora de sesta dá uma indigestão do caraças. Já os senhores do restaurante agradeceram o chão limpinho limpinho pelas roupas das nossas filhas. Ok! Assim que conseguimos zarpámos dali para fora rapidinho antes que se iniciasse a 5ª birra da tarde intitulada "eu não quero ir para o carro" (antes houve a "eu não quero ir fazer xixi", "eu quero mais sumo", "eu quero sobremesa", "eu não quero estar mais na mesa"). Mas... ainda faltava o tal km e meio (lembram-se?), então pusemos os putos às costas (bendito babywearing) e toca a bufar até ao carro... O resto foi rápido! De bofos de fora, enfiámos toda a malta nas cadeiras (ignorando protestos...) e iniciámos a 3ª parte do plano: andar sem rumo para as crianças dormirem. Ah!!! Que bom... Momento do casal em que não há barulho e metemos a conversa em dia. Só faltou um pequeno pormenor: o Manel não comeu arroz, e com toda a agitação e precipitação não me lembrei que ele pudesse estar prestes a ter fome. Ou seja, fomos agradavelmente presenteados com uma gritaria medonha até conseguirmos sair da auto-estrada e encontrar um lugarzinho para parar o carro e dar de mamar. Mas já foi tarde, tarde demais, porque as restantes habitantes do cubículo foram terrivelmente acordadas do seu sono reparador, 30 minutos depois de o terem iniciado... mau! Muito mau! Foi o início de todo um momento mau... o Manel decidiu que ficaria mal disposto na hora e meia que se seguiu, as meninas decidiram que iriam fazer birras porque tinham fome, ou sono, ou tudo junto, o marido que decidiu voltar para trás no caminho e enfiar-se na (agora) gigante fila da A2 para a ponte, e estava "a barraca montada"... Tivemos que parar N vezes (na berma), ao ponto de chegarmos a ser escoltados pela brisa, que esteve pacientemente à espera que o Manel mamasse pela 183633 vez, enquanto a C chorava pela sua mochila, e a M insistiria que queria irá para a rua (auto-estrada portanto!) para comprarmos alguma coisa para ela comer. Estão a ver os filmes de terror? Pois, foi mais ou menos isso! Tudo me passou pela cabeça... até que rosnei: "não dá para ir de barco???" E não é que dava mesmo?! Em 30 minutos iria sair da Trafaria o ultimo barco que transporta carros para Lisboa. 30 minutos era o que tínhamos! Escusado será dizer que nem pensámos duas vezes. Prego a fundo rumo à Trafaria. Até transpirei... mas quando chegámos: "o barco está atrasado. Só daqui a 1h". Que se lixe! Depois do que já tínhamos passado era mil vezes preferível esperar e fazer um lanche forçado de gelados. Depois foi só inventar macacadas para distrair e entreter as miúdas durante a espera e garantir que não se mandavam borda fora no barco... Mesmo assim, passado o entusiasmo inicial, as birras foram tão grandes que acabámos exilados no carro a discutir uns com os outros.

Sinceramente foi um dia intenso, diria até inesquecívelmente intenso!, e quando os vi na cama, quando ME vi na cama, julguei que era mentira... mas no fundo acho que acabou por figurar bem O casamento em si, e no fim o que interessa é que com mais ou menos moça, tudo acabou bem ❤️

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Receber a mastite de braços abertos...

... até porque não os conseguia fechar porque o durão é mesmo por baixa da axila!
E foi assim que ao 3º bebé, e 3ª amamentação, preencho esta mancha no meu repertório. Não que tenha alguma culpa no cartório, na verdade acho que a culpa foi dos pesos que levantei ontem na aula de ginástica, mas ainda assim achamos que só acontece aos outros.
E apesar de dizer o tratamento e procedimento na ponta da língua a quem me questiona, chega a mim própria e o cérebro dá um nó! Sei identificar claramente o que tenho, a dor, o vermelho, o quente, o durão, o mau estar, a prostração, os calafrios e por ultimo a febre! Mas só me ocorre questionar o antibiótico ao médico. Felizmente tenho a quem recorrer e que me lembra do gelo, das couves, do duche, do quente e das massagens. Sim, porque também já dei de mamar a testar o mamasutra 🙄
Agora é esperar que passe e seguir à risca todas as recomendações...

domingo, 9 de julho de 2017

Sem ele...

Não te digo adeus, porque quero muito que voltes... não te digo adeus, porque não gosto de despedidas!

E mais uma vez me ponho à prova. Me pões à prova. Serei capaz de superar isto, de me superar. Mas detesto. Destesto quando não estás aqui, quando fico sozinha, quanto te sinto longe. Fomos, somos e seremos sempre ciganos. Não fomos feitos para estar separados!

Vou contar todas as horas de superação. Já o fiz antes mas agora é a primeira vez. Não tenho mãos que cheguem e tenho medo nos olhos. Tenho sempre. Elas também sentem, mas pedem-me o que não sei dar, o que me custa também. Farei o meu melhor, mesmo que não seja o suficiente!

Até já...

sábado, 1 de julho de 2017

Versatilidade! (Ou super mãezice)

Os meus filhos já se adaptaram muito bem ao horário da praia, pelo menos ao fim de semana... Ainda não eram 8h da manhã e já tinha 6 "pisca-pisca" a olhar para mim (embora eu estivesse teimosamente a tentar persuadi-los com os meus fechados).
Não há volta a dar. Levantamos-nos todos e vamos para baixo. Entre pequeno-almoço e umas brincadeiras, o tempo corre depressa e passamos a acelerar. Tomo eu banho, e ainda tenho a toalha na cabeça e já estou a dar lugar ao pai. O bebé chora de fome, as meninas já estão na loucura e ainda é preciso arranjá-las e arrumar tudo! Mas sem stress! Eu consigo! Como o pai é "menina" vai demorar no banho... vou aproveitar para dar de mamar enquanto coso as sapatilhas do Ballet, lhes dou instruções para se vestirem, penteio os cabelos e ralho para arrumarem os brinquedos! Tão bom ser mulher 😍

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Ser o pai do menino

Hoje estamos em festa! O papá faz anos, uns anos daqueles mesmo marcantes! Quase com direito a livro de memórias...
 E por isso este post é dedicado a ele. Afinal o papá está a gostar imenso de ser pai de menino. Se já era todo baboso com as princesas, agora juntou baba ao bebé Manel.
É verdade que uma boa parte disso se deve ao facto de ambos acharmos que só ao 3º é que estamos mesmo a aproveitar em pleno, sem stresses, o bebé pequenino. Na primeira tudo é um stress, uma ansiedade, uma novidade, uma mudança abissal na vida de todos nós: o choque de passar a assumir o papel de pai! Acho que a palavra que mais caracteriza é Medo! 
A segunda veio em circunstâncias especiais: não foi planeada e ao nascer com uma malformação carregou todo o momento de preocupação e aflição. Foi muito difícil emocionalmente para ambos. A palavra de ordem da segunda poderá passar por Angústia! 
Agora o terceiro, embora não planeado, já era desejado. E apesar da gravidez difícil, conseguimos ultrapassar e viver as coisas da melhor forma (e serenamente). O bebé é também resultado disso mesmo, por isso a palavra do terceiro é provavelmente Serenidade!
Mas fora a multiplicidade, o papá está a descobrir algumas coisas às quais acha mesmo piada. Ter um compincha, ou "com pila" (para não dizer outra coisa) está a ser uma vivência engraçada. Ele sente-se nitidamente orgulhoso por mudar a fralda e mexer nos "preparos" com muito mais à vontade do que eu! Pega e puxa e estica... e perante o meu olhar de horror ele diz triunfante "isto não dói nada! Não percebes nada disto!". Acho que se está a vingar de todas as vezes que lhe ralhei por limpezas erróneas... 
Depois há qualquer coisa de fantástico em instruir um novo membro da família na derradeira condição de homem. Em conversas apelidadas de "homem para bebé" já ouvi ensinamentos como "bebé, aprende! Nós não valemos nada. Os das outras é que são bons, e nunca fazemos nada suficientemente bem! Ah, e elas é que têm sempre razão... Ehehehhhh!" (Juro que não entendo as risadas que dá)...
Por fim, noto um grande sentido de responsabilidade em apurar e estimular a "machesa" deste novo homenzinho. Surgem frequentemente comentários (deprimentes) referentes à parte "mais importante do corpo masculino", tais como (a mudar a fralda) "Manel, isso está muito em baixo! O papá vai mostrar-te umas bebés nuas para ver se isso arrebita...", e farta-se de rir quando o Manel se prepara em riste para lançar uma xixizada pelo ar, assim que se abre a fralda. Mas não se fica por aqui... A referência a bebés nuas é usada para tentar persuadir às boas noites de sono, aos bons comportamentos, ou porque sim, para fazerem massagem a seguir ao banho. E ainda um tema controverso:  "Com esses olhos quero que tragas muitas namoradas cá a casa, ouviste? Vais ser o orgulho do teu pai!" (Em compensação, está sempre a reforçar a ideia do convento e da caçadeira quando se fala nos namorados das meninas...)!

Pronto, e é isto! Há mais uns quantos comentários (igualmente redutores) que oiço diariamente, sempre acompanhados de umas gargalhadas. Pelo menos dá-lhe para rir... Já não me bastava andar a aperfeiçoar os filhos dos outros, ainda vou ter trabalho redobrado a educar um homem de jeito!

terça-feira, 27 de junho de 2017

Os dias das bruxas

Esta vida nova que tem que se lhe diga...
 Se há fases melhorzinhas também há as que se vivem aos tropeções, com a lágrima a ameaçar, sem paciência, de empurrão... São as noites que são curtas, ou cortadas a preceito, é a mama sem descanso e o bebé que chora. Aqueles momentos só nossos que ansiamos às escondidas, aquele revirar de olhos quando o ouvimos (de novo) chorar. E a culpa... a culpa do que se está a sentir!
Mas não só! A praia que começou, as rotinas que mudam. A manhã começa cedo, e encurta o que já é pequeno, começa-se o dia em gritaria, ameaças, correrias. Não há tempo, vamos embora. Não esquecemos o beijinho mas foi rápido, demasiado rápido e sem encenos. Logo compensamos.
E o dia mal começou, a noite nem acabou, e já estamos em stress. É hora de dar de mamar, de arrumar ou tratar de alguma coisa. Conto os dias que estou para "tratar das coisas". Não me lembro da última mensagem que não começa com "desculpe o atraso...". E o dia passa sem darmos conta, e já é hora de as ir buscar. E sinto-me triste! Tenho tantas saudades delas, mas não me apetece... não me apetece o que vem depois! É tão difícil, estou tão cansada...
Vamos, vamos mais cedo porque antevemos como estão cansadas, como precisam que lhes antecipemos as rotinas. Mas elas vêm com demasiada energia, uma energia estranha e descontrolada. E rapidamente estamos de novo a correr, em gritaria, porque não se faz, porque é preciso tomar banho, e vestir, e rápido!, porque devem comer sossegadas, e sem ser com as mãos, e sem dizer coisas patetas nem ser mal criado, e é preciso fazer cocó e lavar os dentes, mas como deve de ser e não à pressa... E isto entre mamadas, entre horas das bruxas... E de repente todas aquelas horas são horas das bruxas!
E ainda falta o dormir. O processo é controlado e já está bem treinado. Fico eu a adormecer porque elas ficam mais calmas... mas o bebé chora, e chora mais ainda! Mas como é possível se ainda há uns dias ele adormecia tão bem!?! E eu tenho que ir, triste e contrariada. Deixo as princesas para trás e oiço as birras, os gritos e a chamarem por mim. E de repente fico irritada com o bebé porque não é justo, porque a culpa é dele, de precisar de mim. Elas também precisam de mim! E depois choro, e culpo-me de ter sequer pensado coisa tão ridícula...
Mas e então as brincadeiras? Essas? Ficaram por brincar. Os risos ficaram por dar. Mas pior, os abraços e miminhos ficaram contidos. Não houve tempo. E agora dormem e não as quero acordar... E volto a sentir-me triste! Gosto tanto deles! Tenho saudades do tempo em que tinha tempo...
Guardo todo o meu amor e carinho para aqueles dias que virão, mais calmos.
Porque sei que vêm... só não sei quando...



quarta-feira, 21 de junho de 2017

Back from Everland

De regresso à dura realidade aqui venho eu para contar esta aventura que foi o nosso fim de semana. Peço desculpa por não ter feito o diário prometido, mas infelizmente (ou felizmente) o sítio onde estivemos não tinha internet. Mal tinha rede, a bem dizer...
Mas pronto! A viagem começou menos bem, com a M a vomitar no carro, muito branca... tivemos que fazer uma paragem forçada na farmácia onde mendigámos sacos de enjoo e outras coisas que atenuassem e nos permitissem chegar ao destino. Mas o destino adivinhava-se longe... para além dos assustadores 45º que o carro marcava, a certa altura as paragens fizeram-se em qualquer sítio e distavam entre si cerca de 25km! Não entendo bem isto! Um bebe tem a capacidade de berrar de uma forma inexplicável que nos atinge directamente o centro do cérebro, para no momento em que lhe pegamos, meio atrapalhados na berma de uma estrada qualquer, cessar o choro de forma imediata e ainda agir como se nada se passasse... Também não entendo a capacidade dos homens de deixarem escapar pensamentos só seus, em momentos de stress. Sim, porque no meio desta "comedia" de viagem o meu marido conseguiu pronunciar sem qualquer aviso prévio: "eu sou um urso e tu és o meu mel". WHaT?? Valeu a chuva torrencial que caiu no momento a seguir, que distraiu as gargalhadas épicas!
Enfim, ao fim de 2h30 lá conseguimos chegar ao destino (a distância percorre-se em 1h..), para além dos longos minutos a percorrer caminhos de cabras em terra batida que nos afastaram totalmente de qualquer marca de vida citadina.
Apesar do avançar da hora, os graus persistiram em não descer. 42 graus de temperatura, e trovoadas secas (infelizmente tão famosas nos dias que vivemos). À chegada fomos simpaticamente recebidos, mas caiu-me tudo quando ao sair do carro comentei "bem, isto só se está bem no ar condicionado" e a moça atrapalhada diz "Ah pois... mas não temos!". Pára tudo!!! Estamos em pleno Alentejo, no meio de um monte isolado, e encaldeirado, e vamos ter que sobreviver sem ar condicionado?? Juro que pensei em voltar para casa, mas a lembrança da viagem fez-me engolir em seco e ficar...
Aproveitámos os ventos quentes que surgiram para ir conhecer o monte. Lindo lindo!! Muito bem cuidado, cheio de pormenores que enchem os olhos de pequenos e graúdos, que convidam ao descanso e brincadeiras sem fim. As meninas andavam super felizes, de tal forma que (quase) não se deu conta das sestas não dormidas... O jantar foi preparado e servido na casa, em jeito de grande jantar em família, seguido por uma sessão de cinema infantil ao ar livre, com a motivação subliminar de entreter a criançada enquanto os pais relaxam um pouco. Bem, a noite é que foi um bocado difícil porque entre excitação e calor infernal, os ânimos andaram exaltados!
Ao segundo dia, acordou-se já a destilar. Ainda se tentou um passeio pela quintinha pedagógica, mas foi praticamente impossível torná-la aliciante o suficiente... desistimos e rendemo-nos à piscina! De facto era o único sítio onde se estava minimamente confortável. Aí e onde passámos o final da tarde, já que aproveitámos a proximidade para matar saudades de bons amigos (bem, só um à parte para dizer que comi a melhor carne à Alentejana da minha vida!!! Até babo só de lembrar...).
Na 2ª ainda tínhamos esperança que o tempo desse tréguas. Isto porque era nossa intenção levar as meninas ao Badoca, mas os termómetros já iam lançados logo pela manhã, pelo que nos rendemos mais uma vez à nossa insignificância e passámos a manhã toda na piscina.
No fim de contas, foi um fim de semana porreiro! Não chegou à perfeição pelo calor, falta de internet (e para não mentir, falta de alguns componentes importantes na nossa alimentação) e de sestas eficientes. Também me foi particularmente desconfortável cohabitar (e ser picada) por um sem número de espécies rastejantes e viajantes que nunca tinha conhecido na vida... Mas ainda assim, elas (e nós) andavam mega satisfeitas, a brincar em todo o lado, num espaço lindo e muito bem decorado.
Regressámos quentes, cansados e felizes! E "como tal", decidimos tomar das poucas decisões que poderiam piorar o nosso mood: ir à pediatra ter consulta de rotina com as meninas. Não me vou alongar. Foi horrível! Uma vergonha 😖 Desculpei o comportamento de tod@s com a viagem... o calor... a idade... a fase... a fome... Até ter saído com o rabo entre as pernas na esperança que a médica me voltasse a deixar marcar futuras consultas...

Já agora, o sítio para onde fomos chama-se A Terra do Sempre, em Grândola. Recomendo! Até porque depois do fim de semana, parece que a Barbara (dona) se decidiu a meter ar condicionado nos quartos...

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Os Santinhos da casa

Ando a dar comigo bastante intrigada... será impressão minha ou isto por aqui anda mais gerível?
É que vendo agora as coisas, passámos o primeiro fim de semana "normal" desde a vinda do bebé Manel. Brincámos, saímos, tudo mais ou menos controlado, fizemos panquecas e bolinhos e até conseguimos ir à missa e fazer trabalhos para a escola! Claro que houve birras, maus comportamentos e gritaria q.b., mas as crianças ainda não cresceram pelo que se manteve tudo dentro do expectável. Na 2ª feira ainda fomos aos Santos (aka arraial mesmo ao pé de casa) com direito a bailarico e farturinha.
Qual o segredo? Bem, não sei. Apetece-me acreditar que o facto das meninas andarem febris à vez não teve qualquer influência...
Mas com tudo isto deu-me uma enorme vontade de passarmos ao próximo nível: passar uns dias fora num hotel! Sinto-me inspirada e optimista! É que nem o facto de 99% dos hotéis estarem atolados ou na loucura dos preços me desmoralizou! Já arranjei um sítio disposto a nos albergar e vai ter que correr bem!! (Caso contrário eu teria que admitir que foi um passo maior que a perna, assim tipo suicida, e isso iria custar-me mesmo muito 😒 )
Prometo manter-vos informados!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

O(s) homem(ns) e o puerpério

Eu já andava a desconfiar disto, mas hoje tive a certeza que me faltava! Afinal o puerpério pega-se... aos homens!
Antes de mais, afinal o que é que caracteriza o puerpério? Hormonas aos saltos, algumas maleitas físicas, grande privação de sono, humor instável e muita irritabilidade, neurónios em serviços mínimos, encerrados para balanço (inclui grande incapacidade de tomar (boas) decisões, memorizar coisas em geral, articular discurso com nexo...).

Oh! Que engraçado! Parecia mesmo que estava a descrever o meu marido!
Mas como?? Vamos por partes: ele não pariu, mas queixa-se; ele não tem babyblues ou confusão hormonal, mas tem humor (muito) instável e irritabilidade; ele não tem mais privação de sono do que tinha, mas anda aos caídos (sim, ele não costuma acordar de noite com o Manel, embora se defenda que não dorme muitas horas, dorme seguido como sempre, no entanto entre olhos esbugalhados, ar lunático e capacidade de adormecer instantaneamente onde quer que esteja, eu diria que ele é capaz de dormir bem menos do que eu, o que é difícil...); e por fim os neurónios... Esta é delicada. Se em geral este ponto já confere algumas discussões e desconfianças, existem limites do aceitável e do que é classificável como "é homem...". Porém tenho notado um agravamento acentuado dos sintomas... Ora note-se o que se passou hoje: dia de reunião no colégio das meninas com a nova educadora de jardim da C, marcada às 8h30 da manhã, o que para além de ser um atentado ao puerpério, é sempre um enorme desafio para nós enquanto família. Mas planeámos e preparámos bem a operação, com muita organização e converseta de antemão. Foi de tal modo que pela primeira vez desde que me lembro chegámos a horas à escola, sem stresses nem birras. Eis senão quando encontramos a actual educadora à entrada, que com cara de admirada nos diz "...mas a vossa reunião não é hoje...". "Oi? O quê? Não pode ser! O meu marido recebeu na mensagem que era hoje...". E vai o marido e saca do telemóvel ostentando a sms que diz claramente "reunião com a nova educadora no dia 8 de Junho (quinta feira) às 8h30...", acompanhado de um ar triunfante. A sério! Caiu-me tudo... É que esta nem sequer é a tal incapacidade de memorizar, é mesmo um problema de processamento... Haverá médico para isto? Deverei perder a esperança? E se o puerpério passa e isto fica assim? Para sempre??? 😱😱😱 Valha-me Deus...

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Ah e tal, vamos comemorar com as criancinhas 😱

Só para contextualizar: duas crianças que hoje (para não variar os últimos dias...) acordaram 1h mais cedo do que o desejado, sem que tivessem compensado com um adormecer antecipado... Seguido de um dia cheio de diversão e brincadeira (e ginastica) na escola.
E o que é que dois pais (senis), acompanhados de um bebe minúsculo, decidem fazer para comemorar o dia da criança?? Então, estes pais, em privação de sono, decidem ir buscar as crias à escola para passarem momentos bem passados na Feira do Livro. Entre estes momentos sonhados está aquela altura em que as pacatas crianças conseguem escolher dois livrinhos cada uma para levarem como prenda de forma ordeira. E isto, está claro!, sem qualquer tipo de birra, ou embirração, ou escolha estupida que leve os pais a uma loucura discreta (não vá dar nas vistas algum tipo de dúvida a emergir de que o seu plano possa afinal não ser divinamente genial)...
Mas acham que isto fica por aqui? Que estes pais percebem entretanto que apesar de terem superado a prova, é melhor bater em retirada? Oh não!! Para isso era preciso alguma consciência do perigo, e o estado zombie caracteriza-se por algum delay nas percepções (mesmo com duas pessoinhas atreladas a refilar continuamente com o que já andaram, com o facto de serem as únicas da feira sem um balão, e com bocejares frequentes).
Siga para bingo! Vamos jantar fora. Onde? E provavelmente pensam logo em algum McDonalds, Pizza Hut ou equivalente... Nah!! Isso é demasiado informal e apropriado para nós: os tais pais senis, duas crianças descabeladas, de uniforme, exaustas e birrentas, e um micro bebe a entrar na "hora das bruxas". Nós fomos a um daqueles restaurantes com montes de empregados para nós, com meia luz e velinhas, música ambiente e em que os restantes clientes (sem crianças) cumprem escrupulosamente os limites de ruído aceitáveis.
Podia terminar aqui, e deixar-vos a pensar no pior que podia ter acontecido... mas não. Como disse o marido quando estacionou à porta de casa "É pá, acho que sobrevivemos, por isso não deve ter corrido assim tão mal"! Pois, não deve ter corrido... e eu vou tentar esquecer, com muita força, vou tentar esquecer a C aos saltos na cadeira a comer com as mãos, a M debaixo da mesa, a C aos gritos pelo restaurante para me dar a notícia de que "fiz muito cocó, mae", a M a esbracejar ao empregado porque não queria comer mais (apesar dos meus esforços para que comesse), o MM que só saiu da mama para arrotar e sujar a fralda até à barriga (e ao mínimo sinal de choro eu enfiava-lhe logo a mama na boca de novo...), a C a tentar dar umas últimas garfadas na comida dela quando nós já a puxávamos por um braço para fugirmos dali para fora com vergonha, entre outras que tais... No meio disto, vanglorizo-me por ao 3º ter exímias capacidades de me alimentar (cortar e comer), alimentar a criação, e outras coisas fantásticas com apenas uma (ou mesmo nenhuma) mão disponível! E onde andou o marido? (Perguntam vocês!) Não sei bem porque mal o vi. Parece que esteve boa parte do jantar fechado no wc a limpar rabos e pipis, e que emborcou a comida em jeito "não respira", para fugirmos mais depressa dali!
De regresso a casa, respiro fundo e agradeço os cortinados nas janelas, a toalha de plástico na mesa e as quatro paredes que nos resguardam e escondem!
Para o ano há mais...

A propósito do dia da criança

Ter vários gaiatos em casa também aumenta o potencial de risada e isto por aqui anda ao rubro 😂

Ontem ao jantar:
Mãe- amanhã é um dia especial, é o dia da criança!
C- tu também és criança?
Mãe- não querida, sou adulta.
C- pois, tu és mãe.
Mae- sim, sou a tua mãe.
C- pois, a minha mãe, e a mãe da mana, e do mano, e do papá e da comida... (WHAT???)

Hoje de manhã:
Mãe - divirtam-se muito! Hoje é dia da criança! E logo a mãe vai tentar ir buscar mais cedo para irmos a qualquer lado.
C- boaaaa! Vamos às compras!!! (????!)

sábado, 27 de maio de 2017

1 mês de mano Manel

E faz hoje 1 mês que se iniciou esta loucura! Confesso que há dias em que me parece que andamos nisto há meses, mas em geral posso dizer que o saldo é bastante positivo!

O mano Manel está aos poucos a tornar-se no gorduxo Manel. Toda a família está mega apaixonada, o que lhe confere bastantes mais valias na sua (ainda) curta vida.
Perguntam: então ele é bonzinho?? Ainda não entendi completamente esta pergunta recorrente. Será que existem bebes maléficos? Este é o meu 3º bebe e sinceramente só ainda me apercebi de bebes que têm mais ou menos necessidades e que são mais ou menos atendidos. O Manel é um bebe que pouco chora, mas também não tem razões para isso. Passa o dia ao colo de alguém, vamo-nos revezando para o ter sempre no conforto dos nossos braços ou peito. Quando mostra sinais é colocado à mama e não há relógios ou cronômetros a atrapalhar. A noite passa-se entre nós num abraço protector e apaixonado. As sugestões externas ficam no lugar devido: lá fora! Porque ao 3º somos donos e senhores deste bebe! Posto isto, não tenho a certeza se temos um bebe bonzinho ou não, mas tenho a percepção de que somos mais bonzinhos para este bebe.

As manas também continuam em delírio com o mano Manel e ficam em pânico quando as pessoas  lhes perguntam se podem levar o mano para casa delas (a sério que há necessidade disto???). Os comportamentos errantes, bem esses ainda têm espaço para melhoria, mas já se notam francas diferenças, com noites já praticamente sem conflitos (vá, foram 2 ou 3 no mês todo, mas existem!!).

E eu? Eu ando a aprender umas coisas giras sobre isto de ter 3 filhos... percebi que afinal podem-se cometer os mesmos erros 3 vezes (se calhar até mais), e também aprendi que excesso de confiança não ensina nada a ninguém - por muitos filhos que se tenha eles serão sempre diferentes dos demais.
E sabem aqueles ditoches fantásticos que todas as mães estupendas dizem antes de serem mães e de verem como é que "elas mordem..." (inclusivamente nós)?!? É verdade, ao 3º achamos que já temos um certo estatuto e que há certas coisas que já não erramos. Só que não! No meio de tanta perícia e conhecimento, dizemos à boca cheia aquilo que rapidamente nos vai morrer na boca... não deixa de ser curioso! Qualquer dia crio uma nova tag dedicada a estas aprendizagens!

Por agora, desejo ao Maneluxo um feliz mesaversário!

De repouso... novamente 😱

É verdade: pouco tenho parado! E digo isto em tom de desabafo. Depois de meses de repouso, tenho agora a oportunidade de tratar de vários assuntos que não consegui antes. Todos os dias saímos, e andamos, e basicamente me estafo... se bem que mesmo sem dar estas voltas só o facto de tratar de 3 crias já se pode considerar um esforço considerável.
E foi assim que esta semana fui parar ao hospital com fortes dores abdominais. Fizeram exames, análises e... nada! Levei com um "não sabemos" e ainda um "vá para casa tomar a medicação que lhe demos e se não passar volte cá". Assim fiz mas sempre em contacto com o meu obstetra que me tinha aconselhado a ser vista novamente na 5ª.
Resumindo, ouvi a palavra que já enjoo: vai ter que fazer repouso! Basicamente estou com um problema no útero. Vou fazer tratamento 2 semanas e tenho que dar tréguas ao meu corpo para que consiga recuperar do que aconteceu (já que segundo o médico, anda em demasiado esforço para conseguir o que quer que seja...).
E eu já que tinha tantas saudades disto... 😒😒😒

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Pára tudo!!

Será um sinal??? Um prenuncio do bem sobre as noites negras???

Passo a explicar: no meio da nossa vida caótica do momento eis que percebo que boa parte da complexidade está pseudo controlada. Como é que sei? Bem, porque o fim de semana passou relativamente calmo e chegámos mesmo a passar por família normal... Mas (sacana do MAS!) ainda temos um momento, ou diria antes O momento, de loucura, conflito, basicamente de bradar aos céus: a hora de ir dormir. Se tudo o resto já se está a conseguir gerir, este é sem duvida um momento patrocinado pelo Demo 😈
Só que ontem foi a primeira noite em que todos os nossos esforços enquanto pais atrapalhados das últimas 3 semanas parece que surdiram algum efeito. Claro que não foi perfeito, e houve cenas, e durou sensivelmente 1h, e houve ralhetes, mas a boa notícia é que mantivemos a calma, a postura, não houve grandes birras e a coisa foi-se conseguindo gerir (tão mas tão diferentes dos últimos tempos...).
Ainda assim sinto-me no dever de deixar um aviso: famílias que desejam ir ao 3º, muito mas muito cuidado com a descendência de 3 anos!! Se esta já é habitualmente aquela fase apelidada de "terríveis 3", posso garantir-vos que a chegada de um novo membro à família por esta altura, não ameniza em nada aquilo que já nos põe loucas! E dizem os entendidos que estes diabretes com o "síndrome do filho do meio" marinado com os "3" formam a tal fórmula explosiva de acesso directo ao Júlio de Matos...
E olhem que quem vos avisa...

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Primeiros dias de mano Manel

And the winner is.... CAOS total e absoluto!! Ok, ok, estou a exagerar. Não tem sido total e absoluto, mas a verdade é que reina a confusão com vários momentos de levar instantaneamente à loucura! E por isso tem sobrado pouco espaço (aka disponibilidade mental) para fazer mais do que simplesmente sobreviver.
O Manel continua um bebé pacholas (ainda sem sinal das cólicas - Graças a Deus 🙏🙏). Ultrapassadas as questões da amamentação e outras de saúde que entretanto surgiram, ele só quer fazer as suas sonecas de rabo embalado ou, preferencialmente, esticado em cima da mãe. Até agora só o irrita não estar na mama, não estar no colo e não estar vestido.

As manas estão na loucura!! Adoram o seu novo nenuco sem pilhas, e querem insistentemente (e por vezes abrutalhadamente) brincar com ele e dar-lhe muitooooos miminhos. O mais cómico é que o mano Manel, tirando os momentos que o irritam já descritos atrás , gosta de ficar a olhar para elas. Mas o que está mesmo a custar é a readaptação delas a nós enquanto pais de mais uma cria. As birraaaas ainda mais gigantes, os comportamentos desafiantes... Eu nem sequer sabia que elas tinham um potencial de má criação tão grandeee! Mesmo assim já noto algumas pequenas melhoras, principalmente em dias não fim de semana, pois esses ainda nos deixam de pelos em pé... e hoje já é 6ª outra vez 😫😫 acho que deve ser por isso que já estou cheia de dores de cabeça... Bem, prometo dar notícias no início da próxima semana (em caso de sobrevivência, claro...)

sábado, 6 de maio de 2017

A festejar o dia da mãe

O dia da mãe é amanhã, mas eu festejo hoje... e ontem...
Festejo a dor de cabeça, porque chorei! De desespero, de cansaço, de medo, só porque sim...
Festejo...
Porque tenho dores de mãe... as dores dos pontos, as dores da barriga, as dores das mamas, as dores de parir...
Mas também porque tenho dores da alma... porque houve birras, houve gritos histéricos, e mau comportamento, e castigos a mais, de que não me orgulho...
E porque estou cansada... porque o dia começou cedo, ou a noite foi curta, porque dei de mamar vezes sem conta, e fiz o jantar, acalmei pesadelos, e joelhos feridos, levei ao ballet, e mudei as fraldas, e troquei roupas e roupas, algumas acidentadas, cantei para acalmar e para animar...

E mesmo a restar tão pouco de mim, olho para as minhas crias desordeiras, de cabelos mal penteados, e roupas mal escolhidas, numa casa sem nexo nem norte... e volto a chorar! De alegria, de maravilha, de Graça a Deus pela família que me deu ❤f

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O tal parto surreal

Bem, este post é só para quem gosta de ler estas coisas, mas de facto recebi alguns pedidos para detalhar o que chamei de "meu parto surreal".
Então, basicamente acordei na 5ª passada sem sintomas de maior. Tinha médico à tarde e estava convencida a falar com o médico sobre um possível toque ou mesmo indução na semana seguinte. Estava longe de imaginar o que se iria passar, mas coincidência ou não, antes de sair de casa disse ao marido para pôr as malas no carro, porque devíamos ser os únicos grávidos sem malas no carro...
Antes da consulta fomos almoçar ao Mc de Paço de Arcos, com direito a sundae a caminhar na praia. Tudo calmo...
De seguida corremos para a consulta. Primeiro o CTG. Pela primeira vez na minha vida a risca de contrações vinha sem qualquer alteração (embora eu tenha contado 3 irregulares). O médico nem queria acreditar. Perguntou-me se queria que me fizesse o toque, mas achámos melhor observar e só depois tomar decisões. Por isso fiquei pasma quando ele me disse que eu estava prestes a entrar em trabalho de parto. Tinha o colo apagado e permeável a 2 dedos. E ainda decidiu que não me ia fazer mais nada. Mandou-me dar uma volta a pé e voltar passado hora e meia. Não acreditei nem um pouco naquilo, achei mesmo que ele estava a exagerar, até porque nem sequer tinha grandes contrações. Fui ao El Corte, fui buscar as meninas e regressei à hora combinada. Algumas contrações irregulares, mas nada de especial. Qual não foi o meu espanto quando ele me diz que já tinha passado para 3 dedos e que já nem me deixava sequer ir a casa: era directa para o hospital que ele já iria lá ter. Ainda tentei argumentar, mas de nada me valeu.
Eram 19h20 quando entrei no hospital sozinha, depois de me ter despedido das meninas e do marido. Fui até às urgências e pedi internamento. Esperei pelas burocracias de confirmação e deviam ser umas 20h quando me chamaram para avaliação. O médico de serviço, muito à pressa, observou e disse: "3 dedos. Isto vai ser canja, mas agora tenho que ir embora. Ligue ao seu médico a dizer o que eu disse" (?!?). Assim o fiz e continuei à espera do tal internamento, sempre a fazer "piscinas" pelo corredor. Entretanto chegou a minha doula e ao conversar com ela percebi que já estava com contrações regulares, mas nem me dei ao trabalho de cronometrar... eram muito suportáveis, nada de especial.
Às 20h30 volto a ser chamada por outra médica para observação. Só que não, porque recusei! Tinha sido observada há pouco tempo e por isso não vi necessidade. A Dra não devia estar à espera, pediu desculpa e disse que como não havia registo não sabia que já tinha sido observada. Lá registou os dados todos e pude finalmente ir para o quarto.
Às 21h cheguei ao quarto. Só nessa altura é que as coisas animaram. Chegou a enfermeira e as contrações intensificaram. Consegui a custo, no pouco tempo de intervalo, dizer-lhe que não queria soro, que queria a bola, que não queria ficar deitada, que queria comer, e que queria poder ir ao duche. Foram precisos alguns minutos para isto tudo... Entretanto, às 21h15 aparece o meu médico que confirma os meus pedidos e me faz nova observação: 5 dedos!! Porém, o CTG não marcava contrações de intensidade superior a 40... Achei curioso a facilidade com que se "esquece" a mulher para focar no que nos diz uma máquina. Tive que reforçar que a máquina podia dizer o que quisesse, mas que as contrações estavam muito acima dessa intensidade, com um espaçamento de 1 minuto (se tanto)... Face ao contexto o médico achou que talvez não fosse boa ideia ir até casa jantar e ausentou-se para ir ao bar.
Desde essa altura eu já não me mexi mais. De pé, agarrada à cama, experimentei nos minutos seguintes dores de uma intensidade difícil de descrever, dores cujo intervalo rapidamente deixou de existir, que mal dava para respirar. Lembro-me do cheiro a lavanda que a minha querida doula ofereceu ao quarto e que foi o meu único alívio. Às 21h27 pedi para avisarem o meu marido para vir até ao hospital porque não sabia quanto tempo iria demorar. Sei que momentos depois atingi o limite, quebrei o meu silencio exterior, olhei nos olhos da doula e exigi a epidural! Eu sempre disse que iria fazer tudo para parir sem epidural, mas naquele limite não conseguia mais! Ela percebeu! Correu a chamar a enfermeira. E foi tudo muito rápido. "Sra enfermeira, estou a fazer força"
Gerou-se o pânico! "Não! Espere! Tem que se deitar, tenho que a observar...", a custo deitei-me para observação. Resultado: "está em expulsivo!!! Rápido!! Não faça forçaaaa!"
Senti levarem-me na cama do quarto, de forma desgovernada, sob gritos da enfermeira e outras que se foram juntando. Gritei! "O bebé está a nascer" Há coisas que não se controlam e o "respire e não faça força" eram palavras demasiado distantes e impossíveis. Senti pararmos no corredor no momento em que a cabeça no meu bebé deu à luz. Ainda não tínhamos chegado... mais gritos, mais confusão! Chegámos ao bloco e percebi que deviam estar umas 10 pessoas, entre médicos e enfermeiros que se foram juntando. E finalmente o meu médico. "Dr como a vamos passar para a maca?", "não vamos! Vou acabar o parto aqui". Assim o fez. Permitiu-me virar e ajudar o resto do meu bebe a nascer. E de repente alguém se lembra de perguntar: "a que horas nasceu o bebé?". Ninguém sabia ao certo... Eram 21h50 e eu já namorava o meu bebé. Ficou registado às 21h45 como "parto precipitado".

sexta-feira, 28 de abril de 2017

O Manel já nasceu!

Novidades fresquinhas e doridas!
O Manel nasceu ontem à noite, nitidamente ofendido com o meu post de ontem! Provou que vinha como e quando queria, o que traduzido por miúdos significa um parto surreal, digno de filme!
Em 45 minutos, sem dar tempo para absolutamente nada, com enfermeiras em pânico, parte do expulsivo ainda no corredor, e muita gente à nossa volta! Não houve anestesias, nem soro, nem tão pouco tempo para roupas. Deve ser de ser o terceiro, porque ainda nem roupa tem vestida.
O desgraçado do pai, que bem se esfalfou por chegar, também já não veio a tempo (a bem dizer, nem o médico chegou completamente a tempo...).
E pronto, é isto! Um filho a dar para a bipolaridade, que de manhã não mostrava sinais de querer nascer e que à noite decidiu vir a correr 😂

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Ocitocinando...

Andamos numa fase de espalhar ocitocina (aka amor) nas nossas vidas! Claro que devido à faixa etária das nossas filhas, é impossível não haver momentos de descargas de cortisol e adrenalina (aka gritos e birras), mas andamos a tentar a via da harmonia, até para que o Manel não ache perigoso ou arriscado vir cá para fora.
 Mas ainda assim, ainda só tivemos ameaços, nada de concretizações. E com isto confirmo, ainda <in vitro>, uma antiga teoria minha de que os homens são em geral um atraso de vida a tomarem decisões que mudem as suas vidas, principalmente aquelas que têm grande potencial de os colocarem em situações de pouco conforto ou controlo. É com pena que verifico que normalmente tem mesmo que existir por trás uma mulher de mão e palavra forte para lhes dar o tal empurrazinho (ou xuto no rabo) de que precisam para andarem para a frente.
E pronto, hoje vamos iniciar os empurrões, mais logo na consulta. Sim, porque a mãe não fica contente apenas com contrações regulares e dores que depois "puff" desaparecem na hora do real soninho porque já se está cansado!
"Manel, Manel!! Vais-me dar trabalho... à vais vais... olha que tenho pouca paciência para homens bananas..."

domingo, 23 de abril de 2017

A barraca da festa da C

Depois da tempestade, vem a aceitação. E com isto a mudança de foco!

Ontem foi (finalmente) a festa da C. Planeada em cima do joelho, concretizada em loucura total... As circunstâncias assim o exigiram, infelizmente, porque a maré não tem sido a melhor por estas bandas. Mas a C não tem culpa e por isso merecia algo ao nível dos seus sonhos, e assim tentei que fosse: a festa da pequena sereia!

Após dois dias de franca loucura, que envolveram actividades sociais, e físicas, de mãe (dia da família no colégio); visitas hospitalares; muitas horas de cozinha; e outras tantas de recortes e colagens para as decorações da festa, eis que chega o momento em que faltam sensivelmente 30 minutos para tudo começar. As coisas estavam pseudo orientadas e eu estava a decorar o bolo de anos com pasta de açúcar. Estava tão ocupada que não tomei consciência que de vez em quando me sentava, parava, respirava e fazia caretas... De repente percebi que estava com contrações. Não sei há quanto tempo, nem com que intervalo, pouco interessava naquele momento porque o importante era ter tudo pronto para a festa começar. A parir, que fosse depois! Mas as coisas complicavam-se cada vez mais... as viagens que fazia para meter os comes e bebes na mesa eram cada vez mais interrompidas e dolorosas. Chegaram os primeiros convidados que perceberam o que se passava e por piada começaram a contar o tempo: 5 minutos! Que treta! "Tenho mesmo que me despachar com isto!", foi o que eu pensei... até que não aguentei mais. Comecei por rir, mas as dores e intensidade já não me arrancavam sorrisos e decidi parar e ir descansar um pouco para o meu quarto. Tinha passado cerca de hora e meia. Por lá fiquei, e fiquei, e fiquei... as mulheres da festa foram seguindo a "cena" mais ou menos de perto. Ao fim de meia hora lá consegui espaçar as contrações o suficiente para cantar os parabéns. Voltei a descansar, mas desta vez já na festa de novo, embora nunca tenha deixado de ter contrações. Só à noite consegui um espaçamento amigável o suficiente para descansar e relaxar! Foi um falso alarme, mas a vergonha, essa já ninguém me tira. E no meio disto tudo, quase não assisti à festa e nem uma foto consegui tirar...

terça-feira, 18 de abril de 2017

Estou demasiado grávida, há demasiado tempo...

E o tempo é uma percepção. Não são horas, nem minutos. São sentimentos, são sensações!
Bati o meu record de gestação, e aos poucos chego ao meu limite. Não é um limite físico, ou também o é, de certa forma, mas não é esse que custa mais. Acho que me está a ser cobrado todo o esforço emocional que me acompanhou durante meses... aprendi que os dias se contam um a um, aprendi que esperança é diferente de expectativa, aprendi que a única certeza é o momento do agora. Aprendi tudo isto e muito mais, obriguei-me a relativizar e a desconstruir, tudo para atingir um objectivo. Sinto que já chega. Não consigo exigir mais de mim, quero a minha recompensa, aqui e agora! Parece que esgotei a minha capacidade de ser tolerante, positiva ou racional. Nada funciona. Persiste um sentimento de "já chega!" de "não aguento mais". Apetece-me chorar, tudo o que não chorei... descarregar as dores da alma que agora se acompanham das dores físicas. E já não quero aprender mais nada, e já não quero fazer mais esforço. E sei que me vou arrepender, sei que me vou julgar e culpar por ter sido tão egoista, por não ter sido capaz de esperar, mas hoje sinto-me sem forças, e quero ser eu outra vez... e por favor, não me julguem, porque isto já é difícil o suficiente...

domingo, 16 de abril de 2017

O ovinho que não abriu

(Hoje, algures na birra da sesta)
"Mãe, eu gosto muito do quêlhinho da Páscoa e do Pai Natal".
Pela primeira vez vivi a Páscoa apenas como mãe. Fui eu que escondi os ovinhos, fui eu que distribuí magia! Até este ano, a tarefa estava entregue à minha mãe, e todos nós participávamos (infantilmente e deliciosamente) na procura dos ovos. Desta vez a mãe está longe... mas foi bom, foi uma responsabilidade e pêras, mas acho que me saí bem!

De qualquer modo, não deixo de dizer: finalmente estamos a chegar ao fim destas férias escolares! Foram muito boas e pude voltar a passear e fazer uma série de coisas que já não fazia há muito. As meninas andaram todas contentes, mas não vou mentir... contra tudo o que seria expectável: dava tudo por uns momentos de sossego e repouso na caminha!
O meu GO já me ligou 2x a perguntar se não havia novidades... voltou a reforçar que tenho de andar e mexer-me. Eu tenho tentado, mas acho que só não me dói a raiz dos cabelos...
É que o meu ovinho de Páscoa ainda não abriu e ainda não pude conhecer o meu brinde. Não que esteja atrasado, por aqui a Páscoa espera, mas confesso que já me apetecia. Isto de andar sem mobilidade e ter dores, tem claramente o seu limite! Por outro lado, à nossa volta têm surgido algumas complicações de logística e de saúde, o que me leva a crer que o meu bebé está a saber esperar por melhores momentos! (Esperto, o moço!).

Por isso vamos rebolando e aproveitando os últimos tempos de família em número par, em conta de mesa certa, em que cabemos no nosso carro! 😂

terça-feira, 11 de abril de 2017

3 anos de C

Hoje acordei e tinha alguém ao lado. Um corpinho pequenino e quente, deliciosamente familiar!
"Olá princesa! Estás a dormir na minha cama?"
"Shim"
"Porquê?"
"Puque eu queria a mamã"

Cada filho que nasce revela-se uma grande surpresa. Uma oportunidade única para nos desafiarmos, para crescermos enquanto seres humanos. Mas também para recebermos uma riqueza sem fim, diferente de qualquer outra que possa existir. Tenho para mim que cada filho é tão maravilhosamente único, especial e diferente, que chega a tornar possível uma paixão e amor por opostos.
A C é isto tudo. A C é o nosso pequeno milagre. Aquele que não foi planeado, aquele que por momentos chegou até a não ser desejado, aquele que ninguém queria acreditar que fosse possível. Mas ela veio, porque ainda antes de existir, ela já era uma força da natureza. Veio na pior altura, no pior momento, fora de tempo e condições. A C veio para nos ensinar! Para nos mostrar tanta, mas tanta coisa que nunca lhe poderei agradecer. Ela pôs à prova toda a nossa estrutura, ela exigiu que nos transformássemos e relativizassemos o que seria inalterável.

Já passaram 3 anos! E eu olho para ela com tanto orgulho, com tanto amor a transbordar. Há 3 anos atrás entrei pela maternidade de sorriso nos lábios: ia conhecer a minha pequena. Num parto rápido, alegre e feliz, recebi-a nos braços. Contudo, os dias que se seguiram foram deveras difíceis, cruéis até! Ninguém, nenhuma mãe, está preparada para lidar com "a sua filha não está bem! Ela não nasceu como as outras crianças". É desesperante fazer perguntas e receber encolheres de ombros... Não há explicação para este sentimento, e fica cravado em nós para todo o sempre. Muda tudo para sempre! Mas aos poucos vamos aprendendo a viver, a aceitar, a lidar, a cuidar. A celebrar o que não se percebe. E a amar, cada vez mais!
Esta é a minha filha Clara. Uma guerreira! Que nos mostra que a diferença não passa de percepções dos nossos olhos. Dos olhos dos outros, que nada sabem, que nada entendem! A minha filha Clara é uma força da natureza, que tem tanto de tempestuoso, como de ternurento. Ela conquista as pessoas à sua volta com o seu sorriso, o seu olhar, o seu carinho.
E por tudo isto, hoje, no dia em que completa 3 anos que a pus no mundo, eu lhe agradeço, por me ter dado a oportunidade de ser sua mãe, e agradeço a Deus, toda a riqueza que colocou nas nossas vidas!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

A falsa sensação.

Já aconteceu antes. E eu até entendo que aconteça. Depois de tantos meses de sufoco chegar ao termo pode até parecer patético ou suspeito. Comentários como "afinal...", "tanta coisa, tanta coisa..." ou "então mas e agora nada?", provavelmente vêm por bem, mas garanto que não são agradáveis. De repente sinto-me pressionada a parir! Como se estivesse fora do tempo, ou se a nossa história para ser épica precisasse de um final em jeito de melodrama.
O meu esforço, o nosso esforço, foi para que conseguíssemos chegar até aqui. Conseguimos! E isso não é uma conquista desenxabida, mas antes de louvor! Depois de toda a medicação que fiz, todas as intervenções, todo o repouso, etc, é natural que o corpo demore a responder, ou até que precise de tempo para se adaptar.
Mas eu estou calma, estou em paz. Posso estar um pouco ansiosa e cansada, mas estou calma. E acima de tudo, bem disposta! E este é outro ponto que gostava de desmistificar: eu não preciso que me animem, ou que me digam que tenho que estar calma e bem humorada... É difícil não corresponder às expectativas de cada um, mas sou apenas eu! Não a imagem que cada um fez de mim...
E já agora, antecipando a "coisa", também não me parece que a lua vá ter grande efeito por aqui. Lamento desiludir os mais crentes...

domingo, 9 de abril de 2017

As luas e os (quiça) últimos cartuchos

Fim de semana calminho, que é como quem diz, na loucura de uma casa cheia de gaiatas... E aos poucos vou picando o ponto, na vida que deixei lá fora em suspenso. Pensei que fosse sentir mais distância ou desconforto, mas tudo é estranhamente familiar, como se os últimos meses não tivessem passado. Volto a entrar nas rotinas: o ballet, o banho, as refeições... E voltamos a hábitos antigos, às nossas saídas e passeios, condicionadas a uma condição medíocre, mas esforçada! Andamos a gozar o reencontro da vida que tivemos, a queimar os últimos cartuchos, antes de entrarmos na nova realidade difusa que se advinha.
Quando? Será que está próximo? É uma pergunta que me surge diversas vezes na minha cabeça. Não sei. É um sentimento estupidamente difícil de tolerar, mais para alguém a quem nada pode fugir do seu controlo... e de repente há espaço para superstições, e fico nervosa! As luas, o místico, aquilo que a ciência recusa, e eu, por inerência. Mas que toda a gente fala, e nos deixa na dúvida, em situações de fragilidade. Mas será? O que é certo é que, mal ou bem, estarei cá para evidenciar, mesmo não sendo significativa...

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Há algo no meu andar...

Isto hoje tem sido uma aventura e começo a temer pela minha capacidade de percepcionar as coisas... É que com o aproximar dos anos da C há um sem número de coisas a tratar, número esse aparentemente superior ao que eu consigo executar. E vejo as horas a passar e eu a rebolar de um lado para o outro, e a lista de "To Do's" a pouco reduzir... Mas para além desta triste realidade há toda uma envolvente que me faz rir (...para não chorar)!
Começa com os olhares de que sou alvo, como se tivesse algo que se pega. Os mais corajosos insistem em meter conversa comigo balbuciando coisas como "está tão grande!", ou "está quase, não?", e ainda há a versão Maya "Deixe-me adivinhar: é um rapaz? Vê se logo pela barriga! Nunca me engano! E digo mais, ainda vai nascer antes da Páscoa!" -> sorri e acena...
Mas tudo atinge um outro nível quando me dirijo para fazer a depilação e a esteticista me diz "Jesus!! Nem te vou tocar! Isso está mesmo mesmo a rebentar e não quero ser morada de nascimento de ninguém..." e pronto, lá vim eu com alguns dos pelos que tinha pensado em tirar!
Seguiu-se uma ida relâmpado ao Continente (para os mais distraídos há uma promoção de 50% em cartão na roupa infantil, o que com o aniversário à porta, cabe que nem luva!). Confesso que só fiz meio Continente, e que desisti de ir buscar os sumos, por me parecerem demasiado "fora de mão". Fiquei-me pelos iogurtes, mas mesmo assim a minha chegada à caixa deve ter sido triunfal! Para além do olhares, e dos comentários a envolver "rebentar" e "quase", ainda houve uma mocinha (muito simpática) de uma das caixas que se prontificou a levantar-se imediatamente e a ceder-me a sua cadeira, enquanto passava as compras... ainda tentei recusar argumentando que estava bem, mas a verdade é que soube que nem gingas!
E pronto, é isto! Percebi que devo estar mesmo com aspecto de "bomba relógio", de sobrenome "pata choca", que surpreende e assusta até os mais sensíveis!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Vai uma aposta?

Hoje fui mais uma vez à eco + CTG + consulta. Hoje fui com a M atrelada, após ter vomitado o carro todo à chegada à escola... (aquelas doenças convenientes que aparecem subitamente em momentos de grande relevância como chegada à escola, prato da sopa servido, etc etc, mas que felizmente desaparecem tão rapidamente quanto apareceram...)
Enfim, a reavaliação: o bebé continua óptimo. Tem peso estimado de 2,8kg, boa vitalidade. A mamã ainda goza de piscina olímpica (se bem que o espaço para braçadas é visivelmente menor), a placenta continua a fazer o seu papel que é repartir com o meu texugo as porcarias que ingiro (se bem que acho que poderia estar a fazer uma melhor distribuição, tendo em conta o tamanho do meu rabo nos últimos tempos). Do CTG nem vou falar porque acho um exame completamente desnecessário e inútil nesta fase... A consulta com o médico também correu bem. Fiz o toquinho para avaliação do colo, e concluiu-se que se encontra em apagamento... tendo em conta que tirei o anel há dois dias, parece-me que o meu corpinho anda a trabalhar bem! Por isso as indicações são: fazer a vida normal (que conseguir) a partir de agora... Mas depois do almoço deprimente que tive nas Docas hoje, que mais parecia uma sessão de dor e tortura, em que até ir ao wc se mostrou um enorme desafio, não sei exactamente como classificar esta "vida normal"... Até porque se bem me lembro, a minha normalidade até aqui foi bem bem repousada...
Mas pronto, agora é esperar que o Don Manel Maria I se decida a vir conhecer esta louca família que está à espera dele.
Entretanto, o médico não deixou de fazer a sua aposta na data do nascimento. Qual é a vossa?

quarta-feira, 5 de abril de 2017

O Manel e as birras

Birra da M de fim de tarde (coloquem um tom de choro nesta conversa):
M- Eu quero que o mano nasça!!
Pai- Queres que o mano nasça?
M- Sim, já é Abril...
Pai- Mas ainda faltam muito dias em Abril...
M- Mas eu quero pegar no mano ao colo. Mãe, o mano pode nascer agora?
Mãe- Filha, o mano vai nascer quando lhe apetecer. A mãe não pode mandar. Mas podes sempre falar com ele e pedir-lhe...

M para o mano- Mano, podes nascer agora, por favor? Não? Então mais um minuto, está bem?

😂😂😂

terça-feira, 4 de abril de 2017

Hoje foi dia de...

Ficar mais leve! Aliás, nem deixei que me pesassem antes de o tirar. Pesa umas 20 ou 50g mas o seu peso é na verdade incalculável.
Apareceu no meio da angústia, como incerto e promissor. Aceitei sem reservas, como esperança empacotada. Ajudou-me a parar de chorar quando os tempos eram difíceis e ajudou-me a acreditar e a lutar. Susteve-me! A mim e ao meu bebé! Durante 3 meses e meio, aguentou a fúria do meu corpo e ajudou o meu caminho a ser menos cinzento. A cada avaliação, um respirar fundo. Se pudesse agradecer, agradecia! Mas também tudo o que me fez sentir, toda a tranquilidade que me deu!

Hoje foi o dia de tirar o pessário. E hoje foi também o dia em que aceitei para o meu corpo, que estava livre para tomar o controlo da situação e ditar o seu desfecho, seja ele qual e quando for.
Com ele retirei também quase toda a medicação. Recebi permissão para me ir pondo de pé, sem grandes esforços, até porque (compreensivelmente) não consigo!

Saí leve, mas não vou mentir: saí diferente. Em vários sentidos, mas talvez o mais importante é que saí a respirar fundo. Sinto que terminei uma missão, mas sem tempo de tréguas, me apresso a iniciar outra, muito maior, que traz novos e consideráveis desafios, e que me assustam! E eu só espero estar à altura, não sempre, mas pelo menos na maioria das vezes, porque ser mãe é isto! Ir até ao fim do mundo, ou não sair da cama, se disso depender a vida e felicidade dos nossos filhos!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Laurear a pevide

E chegadas as tão desejadas 36 semanas fomos comemorar com... laurear a pevide! Que é como quem diz: pôr os pauzinhos ao sol.
Então, acordei, arranjei-me e fui com a M à primeira sessão de terapia da fala, depois fui deixá-la ao colégio e ainda tive (pseudo) energia para ir comprar 3 coisitas do supermercado. E pronto, coisas mundanas e banais que a mim souberam a místico e proibitivo.
Agora que regressei ao ninho, devo passar o resto do dia a ressacar, porque isto de estar há 5 meses deitada não nos deixa assim em grande forma física, principalmente quando acompanhado de mais 13kg e uma barriga gigante! ... Mas feliz 😊

sábado, 1 de abril de 2017

Não é possivel!!

Nem estou a acreditar no que acabei de ver!!! No meio da minha barriguinha linda e amorosa, brilhante e gigante, eis que descobri ali logo a seguir ao umbigo... uma estria!

O horror! A desgraça 😩😩😩
E não, não é mentira... infelizmente!

Mas a propósito do dia de hoje, parece mentira que logo hoje, o dia em que "pode sair de casa, mas só um bocadinho" (pelas palavras do médico), estou em casa doente. A sério?!? O que mais me vai acontecer hoje???

terça-feira, 28 de março de 2017

Ainda aqui estou!

E devo continuar. 35 semanas e tudo calmo...
Quer dizer, calmo mais ou menos, mas a minha cabeça tem andado distante da barriga. Entre dias chuvosos e filhas a vomitar, resta pouco espaço para pensar em contrações. Eu própria já apanhei de novo uma carraspana com este tempo de cocó 😩🤧
Para além disso, vivemos tempos tempestuosos, com muitas alterações de comportamento: birras no auge, chamadas de atenção, comportamentos desafiantes e abebezados fazem parte do menu diário. Tento usar o mantra "é normal! É normal", mas a verdade é que isso não torna as coisas mais fáceis. As hormonas em cocktail, a falta de mobilidade e disponibilidade jogam a desfavor, tornando ainda mais complexa a tarefa de conciliar o bom e o bonito, na gestão do caos... Mas melhores dias virão, tenho fé! E segundo dizem os entendidos, quando alguma coisa não fica bem resolvida numa fase da infância, ela volta em força na fase seguinte, por isso tenho tempo e posso sempre preparar-me e tornar-me mais forte! Até lá vamos (sobre)vivendo, um dia de cada vez...

quinta-feira, 23 de março de 2017

Mais uma semaninha, mais uma voltinha...

De regresso ao médico... confesso que apesar do momento "sair de casa" continuar a ser bastante esperado, a repetição do caminho já enjoa... 3h sequei eu hoje naquele consultório, sem sequer dormir a sesta (ah, esta é a minha última aquisição. De há dois dias para cá que sinto uma enorme exaustão, como se continuamente me andasse a passar um camião por cima, e o simples levantar do telefone, equivalesse ao levantamento de pesos pesados). Adiante, acho que o meu estado meio azombiado me impossibilitou de fazer grandes "apanhados da matéria" ou "reflexões profundas da conjuntura actual". Em suma, o colo está "curtinho, curtinho", as contrações existem mas esta semana com uma intensidade ligeiramente menor. Prognósticos há muitos, para todos os gostos e... qualquer um deles sem fundamento nenhum. E apesar das gracinhas e convicções, uma coisa é certa: o senhor doutor pela-se de "medo" de tirar o dito cujo que aqui está (o aparelho, não o bebé...), e por isso voltamos para a semana, em jeito de verificar que ainda cá estamos sem adiantar grande coisa ao conhecimento adquirido.
Bem, e uma vez que já devo ter entrado em transe, pela quantidade de vezes que já adormeci a escrever isto, vou só comer a minha pratada de cerelac e dar descanso ao(s) guerreiro(s).

segunda-feira, 20 de março de 2017

"A" sessão!

Ei-la!
Depois da decepção já descrita no post anterior, e da corrente fantástica de sugestões e referências de fotógrafos cada um mais apetecível do que o outro, a decisão tinha de chegar. O reforço das sugestões, versus a satisfação de todas as nossas (vá, principalmente minhas!) condicionantes e exigências, levou a um caderninho com dois ou três nomes. Coube ao marido decidir!

E a decisão revelou-se deveras acertada... Numa sessão fotográfica que pouco pareceu. Entre sorrisos e partilhas, macacadas e tontarias. Um começo nervoso e hesitante, que acabou em abraços e pedidos de regresso... Os batons (con)venceram e deram o mote a momentos tão especiais quanto carregados de cumplicidade e simplicidade.
Estou feliz! Não só porque tive a oportunidade de conhecer mais uma pessoa fantástica, uma Mãe com M grande, mas também porque percebi que foi acima de tudo um momento bem passado, divertido e cheio de amor!

Obrigada pelo que fez hoje por nós Ana Luisa Murjal (mêAmor)! Vai ficar sempre no nosso coração ❤

Deixo o link da página da Ana
https://www.facebook.com/M%C3%AAAmor-617246821719359/

Dia do Pai

Agora sobre o dia do pai. Nem sei bem por onde começar...
Na semana passada apercebi-me que o dia do pai estava mesmo atrás de mim e eu com as preocupações do Manel não tinha tratado de nada. Não é que eu seja do tipo de pessoa que ande a gastar dinheiro com prendas e outros de cariz puramente comercial, mas gosto sempre de marcar o dia com qualquer coisa. O meu programa preferido é o passeio, pic-nic por exemplo, ou uma refeição mais cuidada com direito a docinho preparado em conjunto com as filhotas. Também tenho por hábito fazer alguma prendinha simples com elas, na base do DIY. No entanto, dadas as circunstâncias actuais, não achei nenhuma destas possível.
O que me animava era o facto de termos uma sessão fotográfica marcada para ontem de manhã (há mais de 2 meses), o que aliava duas coisas: uma grande grande vontade minha de juntar toda a família, criando uma recordação em forma de homenagem merecida, e tornar o dia do Pai ainda mais especial e marcante.
Ainda assim, fiz um pedido de ajuda via facebook, na tentativa de conseguir alguma prendinha de última hora para dar ao papá. E há coisas maravilhosas! No final da noite de 4ª, quando eu já tinha perdido a esperança, fui contactada pela dona da loja "Original Store", que se deu ao trabalho de me ajudar e de estar comigo quase até à meia noite a trocar mensagens e ideias. Foi graças a ela que ontem pude dar uma prendinha mais "personalizada", não só ao marido, mas também a cada filhote (agora um deslize: voltei a errar o número do homem... tenho mesmo que decorar que ele veste o M...).
Mas, e há sempre um sacana de um MAS, no Sábado à noite quando fui levar a última injecção, decidi enviar uma sms à fotógrafa a perguntar se precisava de alguma dica para chegar cá a casa. Infelizmente não estava minimamente preparada para receber o que recebi em troca: "Lamento mas não vai dar. Se quiser marque para os próximos fins de semana". Fiquei para morrer, num desânimo que só visto... Bem sei que era apenas uma sessão fotográfica, mas depois do que temos passado, eu queria mesmo registar este momento. E não sei se "nos próximos fins de semana", continuarei grávida. Que grande decepção!
Então, ontem de manhã voltei ao facebook para expor o meu desalento e pedir ajuda (de novo!). E é incrível a força das mães juntas. Recebi dezenas de respostas, sugestões, referências, trabalhos espectaculares que dá vontade de experimentar TODOS!! Infelizmente não posso escolher todos, e dadas todas as condicionantes que tenho, fiz uma "short list" e pedi ao marido para escolher, tendo em conta que os horários difíceis são a secção dele. Escolha feita! Logo à tarde, se Deus quiser!!! Mas não vou contar já quem foi, vai ser surpresa!

Bem, mas voltando ao dia do Pai, apesar de tudo, correu muito bem. Foi totalmente caseiro, com direito a doce especial feito pelo próprio pai, com brincadeira, desenhos, visitas, birras, miminhos,  beijinhos e abracinhos, sessão de cinema e de dança, e pipocas (muitas!!! 😖) e tremoços (muitos!!! 🤢). No fundo um feliz dia em família, em bolha de amor, que define tão bem o pai (e mãe) que somos!