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domingo, 10 de setembro de 2017

Desabafo de uma mãe cansada

Agora tenho duas hipóteses: ponho posts de risadas (que também os tenho) quase dando a entender que a nossa família está um mar de rosas e tudo se faz com um sorriso nos lábios, ou então não, volto a escrever o que me vai na alma, o que me vai no coração, podendo até parecer demasiado queixinhas, deprimida e mal agradecida por tudo o que tenho. De facto tenho muito! Mais do que alguma vez pude imaginar, mais até do que estou neste momento a conseguir suportar.

Isto é mesmo difícil...

Pela primeira vez na minha vida sinto que foi demais, demais para o que consigo. Amo o meu bebé, amo cada um dos meus filhos perdidamente. Se calhar é esse o problema. Amo-os demais. Ou se calhar até nem há um problema. Mas sinto-me triste e perdida. Terrivelmente desorganizada.
Sabe, quem me conhece, que tudo corre bem quando me sinto no controlo, quando me sinto organizada, mas nem sempre isso é possível, e eu tenho pouca tolerância a estas situações. Sinto-me triste e perdida...

Depois de toooda a gravidez, veio a espera, o parto, o encontro, todo um período de choque difícil, um pai que sai de cena e abana as estruturas, umas férias que evidenciam que não chego para todos, mais uns dias de pai ausente que culminam num regresso à escola mal amada.
O clima está tenso, pesado, rabugento e caótico. Toda a gente faz birras, implica, amua.
Gostava de poder dar mais, ser diferente. Lidar com isto de forma "levezinha", mas não estou a conseguir. Não sou assim! Admitir e perdoar-me poderia ser o primeiro passo, só que nao perdoo.

As birras como nunca vi, as chamadas de atenção de bradar aos céus, as respostas mal criadas que nunca ensinei, os comportamentos desafiantes, enraivecidos por algo que não cometi, o "não quero dormir" e tudo o que isso acarreta, o "não quero ir para a escola" e tudo o que vem depois... Só que não chego para todos.
A resposta para cada um seria apenas EU! Mais eu para brincar, mais eu para cuidar, mais eu para ouvir e falar, mais eu para abraçar... são todos tãooo pequenos, são todos tão bebés, tão exigentes. E eu, sou apenas uma e não consigo mais.

Não há como perdoar.

Desabafo o que me vai na alma, em busca de empatia para comigo mesma. Amanhã serei eu de novo, a tentar mais uma vez, a tentar chegar a tudo e a todos, a tentar ser mais e melhor, mesmo que no final do dia me reste apenas cansaço, tristeza e frustração por não ter sido suficiente.
Que nunca me falte a força para nesse preciso momento dar graças a Deus por tudo o que Ele me deu!

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