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sábado, 27 de maio de 2017

1 mês de mano Manel

E faz hoje 1 mês que se iniciou esta loucura! Confesso que há dias em que me parece que andamos nisto há meses, mas em geral posso dizer que o saldo é bastante positivo!

O mano Manel está aos poucos a tornar-se no gorduxo Manel. Toda a família está mega apaixonada, o que lhe confere bastantes mais valias na sua (ainda) curta vida.
Perguntam: então ele é bonzinho?? Ainda não entendi completamente esta pergunta recorrente. Será que existem bebes maléficos? Este é o meu 3º bebe e sinceramente só ainda me apercebi de bebes que têm mais ou menos necessidades e que são mais ou menos atendidos. O Manel é um bebe que pouco chora, mas também não tem razões para isso. Passa o dia ao colo de alguém, vamo-nos revezando para o ter sempre no conforto dos nossos braços ou peito. Quando mostra sinais é colocado à mama e não há relógios ou cronômetros a atrapalhar. A noite passa-se entre nós num abraço protector e apaixonado. As sugestões externas ficam no lugar devido: lá fora! Porque ao 3º somos donos e senhores deste bebe! Posto isto, não tenho a certeza se temos um bebe bonzinho ou não, mas tenho a percepção de que somos mais bonzinhos para este bebe.

As manas também continuam em delírio com o mano Manel e ficam em pânico quando as pessoas  lhes perguntam se podem levar o mano para casa delas (a sério que há necessidade disto???). Os comportamentos errantes, bem esses ainda têm espaço para melhoria, mas já se notam francas diferenças, com noites já praticamente sem conflitos (vá, foram 2 ou 3 no mês todo, mas existem!!).

E eu? Eu ando a aprender umas coisas giras sobre isto de ter 3 filhos... percebi que afinal podem-se cometer os mesmos erros 3 vezes (se calhar até mais), e também aprendi que excesso de confiança não ensina nada a ninguém - por muitos filhos que se tenha eles serão sempre diferentes dos demais.
E sabem aqueles ditoches fantásticos que todas as mães estupendas dizem antes de serem mães e de verem como é que "elas mordem..." (inclusivamente nós)?!? É verdade, ao 3º achamos que já temos um certo estatuto e que há certas coisas que já não erramos. Só que não! No meio de tanta perícia e conhecimento, dizemos à boca cheia aquilo que rapidamente nos vai morrer na boca... não deixa de ser curioso! Qualquer dia crio uma nova tag dedicada a estas aprendizagens!

Por agora, desejo ao Maneluxo um feliz mesaversário!

De repouso... novamente 😱

É verdade: pouco tenho parado! E digo isto em tom de desabafo. Depois de meses de repouso, tenho agora a oportunidade de tratar de vários assuntos que não consegui antes. Todos os dias saímos, e andamos, e basicamente me estafo... se bem que mesmo sem dar estas voltas só o facto de tratar de 3 crias já se pode considerar um esforço considerável.
E foi assim que esta semana fui parar ao hospital com fortes dores abdominais. Fizeram exames, análises e... nada! Levei com um "não sabemos" e ainda um "vá para casa tomar a medicação que lhe demos e se não passar volte cá". Assim fiz mas sempre em contacto com o meu obstetra que me tinha aconselhado a ser vista novamente na 5ª.
Resumindo, ouvi a palavra que já enjoo: vai ter que fazer repouso! Basicamente estou com um problema no útero. Vou fazer tratamento 2 semanas e tenho que dar tréguas ao meu corpo para que consiga recuperar do que aconteceu (já que segundo o médico, anda em demasiado esforço para conseguir o que quer que seja...).
E eu já que tinha tantas saudades disto... 😒😒😒

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Pára tudo!!

Será um sinal??? Um prenuncio do bem sobre as noites negras???

Passo a explicar: no meio da nossa vida caótica do momento eis que percebo que boa parte da complexidade está pseudo controlada. Como é que sei? Bem, porque o fim de semana passou relativamente calmo e chegámos mesmo a passar por família normal... Mas (sacana do MAS!) ainda temos um momento, ou diria antes O momento, de loucura, conflito, basicamente de bradar aos céus: a hora de ir dormir. Se tudo o resto já se está a conseguir gerir, este é sem duvida um momento patrocinado pelo Demo 😈
Só que ontem foi a primeira noite em que todos os nossos esforços enquanto pais atrapalhados das últimas 3 semanas parece que surdiram algum efeito. Claro que não foi perfeito, e houve cenas, e durou sensivelmente 1h, e houve ralhetes, mas a boa notícia é que mantivemos a calma, a postura, não houve grandes birras e a coisa foi-se conseguindo gerir (tão mas tão diferentes dos últimos tempos...).
Ainda assim sinto-me no dever de deixar um aviso: famílias que desejam ir ao 3º, muito mas muito cuidado com a descendência de 3 anos!! Se esta já é habitualmente aquela fase apelidada de "terríveis 3", posso garantir-vos que a chegada de um novo membro à família por esta altura, não ameniza em nada aquilo que já nos põe loucas! E dizem os entendidos que estes diabretes com o "síndrome do filho do meio" marinado com os "3" formam a tal fórmula explosiva de acesso directo ao Júlio de Matos...
E olhem que quem vos avisa...

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Primeiros dias de mano Manel

And the winner is.... CAOS total e absoluto!! Ok, ok, estou a exagerar. Não tem sido total e absoluto, mas a verdade é que reina a confusão com vários momentos de levar instantaneamente à loucura! E por isso tem sobrado pouco espaço (aka disponibilidade mental) para fazer mais do que simplesmente sobreviver.
O Manel continua um bebé pacholas (ainda sem sinal das cólicas - Graças a Deus 🙏🙏). Ultrapassadas as questões da amamentação e outras de saúde que entretanto surgiram, ele só quer fazer as suas sonecas de rabo embalado ou, preferencialmente, esticado em cima da mãe. Até agora só o irrita não estar na mama, não estar no colo e não estar vestido.

As manas estão na loucura!! Adoram o seu novo nenuco sem pilhas, e querem insistentemente (e por vezes abrutalhadamente) brincar com ele e dar-lhe muitooooos miminhos. O mais cómico é que o mano Manel, tirando os momentos que o irritam já descritos atrás , gosta de ficar a olhar para elas. Mas o que está mesmo a custar é a readaptação delas a nós enquanto pais de mais uma cria. As birraaaas ainda mais gigantes, os comportamentos desafiantes... Eu nem sequer sabia que elas tinham um potencial de má criação tão grandeee! Mesmo assim já noto algumas pequenas melhoras, principalmente em dias não fim de semana, pois esses ainda nos deixam de pelos em pé... e hoje já é 6ª outra vez 😫😫 acho que deve ser por isso que já estou cheia de dores de cabeça... Bem, prometo dar notícias no início da próxima semana (em caso de sobrevivência, claro...)

sábado, 6 de maio de 2017

A festejar o dia da mãe

O dia da mãe é amanhã, mas eu festejo hoje... e ontem...
Festejo a dor de cabeça, porque chorei! De desespero, de cansaço, de medo, só porque sim...
Festejo...
Porque tenho dores de mãe... as dores dos pontos, as dores da barriga, as dores das mamas, as dores de parir...
Mas também porque tenho dores da alma... porque houve birras, houve gritos histéricos, e mau comportamento, e castigos a mais, de que não me orgulho...
E porque estou cansada... porque o dia começou cedo, ou a noite foi curta, porque dei de mamar vezes sem conta, e fiz o jantar, acalmei pesadelos, e joelhos feridos, levei ao ballet, e mudei as fraldas, e troquei roupas e roupas, algumas acidentadas, cantei para acalmar e para animar...

E mesmo a restar tão pouco de mim, olho para as minhas crias desordeiras, de cabelos mal penteados, e roupas mal escolhidas, numa casa sem nexo nem norte... e volto a chorar! De alegria, de maravilha, de Graça a Deus pela família que me deu ❤f

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O tal parto surreal

Bem, este post é só para quem gosta de ler estas coisas, mas de facto recebi alguns pedidos para detalhar o que chamei de "meu parto surreal".
Então, basicamente acordei na 5ª passada sem sintomas de maior. Tinha médico à tarde e estava convencida a falar com o médico sobre um possível toque ou mesmo indução na semana seguinte. Estava longe de imaginar o que se iria passar, mas coincidência ou não, antes de sair de casa disse ao marido para pôr as malas no carro, porque devíamos ser os únicos grávidos sem malas no carro...
Antes da consulta fomos almoçar ao Mc de Paço de Arcos, com direito a sundae a caminhar na praia. Tudo calmo...
De seguida corremos para a consulta. Primeiro o CTG. Pela primeira vez na minha vida a risca de contrações vinha sem qualquer alteração (embora eu tenha contado 3 irregulares). O médico nem queria acreditar. Perguntou-me se queria que me fizesse o toque, mas achámos melhor observar e só depois tomar decisões. Por isso fiquei pasma quando ele me disse que eu estava prestes a entrar em trabalho de parto. Tinha o colo apagado e permeável a 2 dedos. E ainda decidiu que não me ia fazer mais nada. Mandou-me dar uma volta a pé e voltar passado hora e meia. Não acreditei nem um pouco naquilo, achei mesmo que ele estava a exagerar, até porque nem sequer tinha grandes contrações. Fui ao El Corte, fui buscar as meninas e regressei à hora combinada. Algumas contrações irregulares, mas nada de especial. Qual não foi o meu espanto quando ele me diz que já tinha passado para 3 dedos e que já nem me deixava sequer ir a casa: era directa para o hospital que ele já iria lá ter. Ainda tentei argumentar, mas de nada me valeu.
Eram 19h20 quando entrei no hospital sozinha, depois de me ter despedido das meninas e do marido. Fui até às urgências e pedi internamento. Esperei pelas burocracias de confirmação e deviam ser umas 20h quando me chamaram para avaliação. O médico de serviço, muito à pressa, observou e disse: "3 dedos. Isto vai ser canja, mas agora tenho que ir embora. Ligue ao seu médico a dizer o que eu disse" (?!?). Assim o fiz e continuei à espera do tal internamento, sempre a fazer "piscinas" pelo corredor. Entretanto chegou a minha doula e ao conversar com ela percebi que já estava com contrações regulares, mas nem me dei ao trabalho de cronometrar... eram muito suportáveis, nada de especial.
Às 20h30 volto a ser chamada por outra médica para observação. Só que não, porque recusei! Tinha sido observada há pouco tempo e por isso não vi necessidade. A Dra não devia estar à espera, pediu desculpa e disse que como não havia registo não sabia que já tinha sido observada. Lá registou os dados todos e pude finalmente ir para o quarto.
Às 21h cheguei ao quarto. Só nessa altura é que as coisas animaram. Chegou a enfermeira e as contrações intensificaram. Consegui a custo, no pouco tempo de intervalo, dizer-lhe que não queria soro, que queria a bola, que não queria ficar deitada, que queria comer, e que queria poder ir ao duche. Foram precisos alguns minutos para isto tudo... Entretanto, às 21h15 aparece o meu médico que confirma os meus pedidos e me faz nova observação: 5 dedos!! Porém, o CTG não marcava contrações de intensidade superior a 40... Achei curioso a facilidade com que se "esquece" a mulher para focar no que nos diz uma máquina. Tive que reforçar que a máquina podia dizer o que quisesse, mas que as contrações estavam muito acima dessa intensidade, com um espaçamento de 1 minuto (se tanto)... Face ao contexto o médico achou que talvez não fosse boa ideia ir até casa jantar e ausentou-se para ir ao bar.
Desde essa altura eu já não me mexi mais. De pé, agarrada à cama, experimentei nos minutos seguintes dores de uma intensidade difícil de descrever, dores cujo intervalo rapidamente deixou de existir, que mal dava para respirar. Lembro-me do cheiro a lavanda que a minha querida doula ofereceu ao quarto e que foi o meu único alívio. Às 21h27 pedi para avisarem o meu marido para vir até ao hospital porque não sabia quanto tempo iria demorar. Sei que momentos depois atingi o limite, quebrei o meu silencio exterior, olhei nos olhos da doula e exigi a epidural! Eu sempre disse que iria fazer tudo para parir sem epidural, mas naquele limite não conseguia mais! Ela percebeu! Correu a chamar a enfermeira. E foi tudo muito rápido. "Sra enfermeira, estou a fazer força"
Gerou-se o pânico! "Não! Espere! Tem que se deitar, tenho que a observar...", a custo deitei-me para observação. Resultado: "está em expulsivo!!! Rápido!! Não faça forçaaaa!"
Senti levarem-me na cama do quarto, de forma desgovernada, sob gritos da enfermeira e outras que se foram juntando. Gritei! "O bebé está a nascer" Há coisas que não se controlam e o "respire e não faça força" eram palavras demasiado distantes e impossíveis. Senti pararmos no corredor no momento em que a cabeça no meu bebé deu à luz. Ainda não tínhamos chegado... mais gritos, mais confusão! Chegámos ao bloco e percebi que deviam estar umas 10 pessoas, entre médicos e enfermeiros que se foram juntando. E finalmente o meu médico. "Dr como a vamos passar para a maca?", "não vamos! Vou acabar o parto aqui". Assim o fez. Permitiu-me virar e ajudar o resto do meu bebe a nascer. E de repente alguém se lembra de perguntar: "a que horas nasceu o bebé?". Ninguém sabia ao certo... Eram 21h50 e eu já namorava o meu bebé. Ficou registado às 21h45 como "parto precipitado".