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terça-feira, 28 de março de 2017

Ainda aqui estou!

E devo continuar. 35 semanas e tudo calmo...
Quer dizer, calmo mais ou menos, mas a minha cabeça tem andado distante da barriga. Entre dias chuvosos e filhas a vomitar, resta pouco espaço para pensar em contrações. Eu própria já apanhei de novo uma carraspana com este tempo de cocó 😩🤧
Para além disso, vivemos tempos tempestuosos, com muitas alterações de comportamento: birras no auge, chamadas de atenção, comportamentos desafiantes e abebezados fazem parte do menu diário. Tento usar o mantra "é normal! É normal", mas a verdade é que isso não torna as coisas mais fáceis. As hormonas em cocktail, a falta de mobilidade e disponibilidade jogam a desfavor, tornando ainda mais complexa a tarefa de conciliar o bom e o bonito, na gestão do caos... Mas melhores dias virão, tenho fé! E segundo dizem os entendidos, quando alguma coisa não fica bem resolvida numa fase da infância, ela volta em força na fase seguinte, por isso tenho tempo e posso sempre preparar-me e tornar-me mais forte! Até lá vamos (sobre)vivendo, um dia de cada vez...

quinta-feira, 23 de março de 2017

Mais uma semaninha, mais uma voltinha...

De regresso ao médico... confesso que apesar do momento "sair de casa" continuar a ser bastante esperado, a repetição do caminho já enjoa... 3h sequei eu hoje naquele consultório, sem sequer dormir a sesta (ah, esta é a minha última aquisição. De há dois dias para cá que sinto uma enorme exaustão, como se continuamente me andasse a passar um camião por cima, e o simples levantar do telefone, equivalesse ao levantamento de pesos pesados). Adiante, acho que o meu estado meio azombiado me impossibilitou de fazer grandes "apanhados da matéria" ou "reflexões profundas da conjuntura actual". Em suma, o colo está "curtinho, curtinho", as contrações existem mas esta semana com uma intensidade ligeiramente menor. Prognósticos há muitos, para todos os gostos e... qualquer um deles sem fundamento nenhum. E apesar das gracinhas e convicções, uma coisa é certa: o senhor doutor pela-se de "medo" de tirar o dito cujo que aqui está (o aparelho, não o bebé...), e por isso voltamos para a semana, em jeito de verificar que ainda cá estamos sem adiantar grande coisa ao conhecimento adquirido.
Bem, e uma vez que já devo ter entrado em transe, pela quantidade de vezes que já adormeci a escrever isto, vou só comer a minha pratada de cerelac e dar descanso ao(s) guerreiro(s).

segunda-feira, 20 de março de 2017

"A" sessão!

Ei-la!
Depois da decepção já descrita no post anterior, e da corrente fantástica de sugestões e referências de fotógrafos cada um mais apetecível do que o outro, a decisão tinha de chegar. O reforço das sugestões, versus a satisfação de todas as nossas (vá, principalmente minhas!) condicionantes e exigências, levou a um caderninho com dois ou três nomes. Coube ao marido decidir!

E a decisão revelou-se deveras acertada... Numa sessão fotográfica que pouco pareceu. Entre sorrisos e partilhas, macacadas e tontarias. Um começo nervoso e hesitante, que acabou em abraços e pedidos de regresso... Os batons (con)venceram e deram o mote a momentos tão especiais quanto carregados de cumplicidade e simplicidade.
Estou feliz! Não só porque tive a oportunidade de conhecer mais uma pessoa fantástica, uma Mãe com M grande, mas também porque percebi que foi acima de tudo um momento bem passado, divertido e cheio de amor!

Obrigada pelo que fez hoje por nós Ana Luisa Murjal (mêAmor)! Vai ficar sempre no nosso coração ❤

Deixo o link da página da Ana
https://www.facebook.com/M%C3%AAAmor-617246821719359/

Dia do Pai

Agora sobre o dia do pai. Nem sei bem por onde começar...
Na semana passada apercebi-me que o dia do pai estava mesmo atrás de mim e eu com as preocupações do Manel não tinha tratado de nada. Não é que eu seja do tipo de pessoa que ande a gastar dinheiro com prendas e outros de cariz puramente comercial, mas gosto sempre de marcar o dia com qualquer coisa. O meu programa preferido é o passeio, pic-nic por exemplo, ou uma refeição mais cuidada com direito a docinho preparado em conjunto com as filhotas. Também tenho por hábito fazer alguma prendinha simples com elas, na base do DIY. No entanto, dadas as circunstâncias actuais, não achei nenhuma destas possível.
O que me animava era o facto de termos uma sessão fotográfica marcada para ontem de manhã (há mais de 2 meses), o que aliava duas coisas: uma grande grande vontade minha de juntar toda a família, criando uma recordação em forma de homenagem merecida, e tornar o dia do Pai ainda mais especial e marcante.
Ainda assim, fiz um pedido de ajuda via facebook, na tentativa de conseguir alguma prendinha de última hora para dar ao papá. E há coisas maravilhosas! No final da noite de 4ª, quando eu já tinha perdido a esperança, fui contactada pela dona da loja "Original Store", que se deu ao trabalho de me ajudar e de estar comigo quase até à meia noite a trocar mensagens e ideias. Foi graças a ela que ontem pude dar uma prendinha mais "personalizada", não só ao marido, mas também a cada filhote (agora um deslize: voltei a errar o número do homem... tenho mesmo que decorar que ele veste o M...).
Mas, e há sempre um sacana de um MAS, no Sábado à noite quando fui levar a última injecção, decidi enviar uma sms à fotógrafa a perguntar se precisava de alguma dica para chegar cá a casa. Infelizmente não estava minimamente preparada para receber o que recebi em troca: "Lamento mas não vai dar. Se quiser marque para os próximos fins de semana". Fiquei para morrer, num desânimo que só visto... Bem sei que era apenas uma sessão fotográfica, mas depois do que temos passado, eu queria mesmo registar este momento. E não sei se "nos próximos fins de semana", continuarei grávida. Que grande decepção!
Então, ontem de manhã voltei ao facebook para expor o meu desalento e pedir ajuda (de novo!). E é incrível a força das mães juntas. Recebi dezenas de respostas, sugestões, referências, trabalhos espectaculares que dá vontade de experimentar TODOS!! Infelizmente não posso escolher todos, e dadas todas as condicionantes que tenho, fiz uma "short list" e pedi ao marido para escolher, tendo em conta que os horários difíceis são a secção dele. Escolha feita! Logo à tarde, se Deus quiser!!! Mas não vou contar já quem foi, vai ser surpresa!

Bem, mas voltando ao dia do Pai, apesar de tudo, correu muito bem. Foi totalmente caseiro, com direito a doce especial feito pelo próprio pai, com brincadeira, desenhos, visitas, birras, miminhos,  beijinhos e abracinhos, sessão de cinema e de dança, e pipocas (muitas!!! 😖) e tremoços (muitos!!! 🤢). No fundo um feliz dia em família, em bolha de amor, que define tão bem o pai (e mãe) que somos!

34 semanas!!!

E antes de escrever sobre ontem, não podia deixar de comemorar as 34 semanas!!! Outro grande marco que conseguimos atingir.
Desde que fiz as injecções que me tenho sentido melhor. Parece que houve calmaria... estou queixosa, mas os sintomas (pelo menos parecem) menos intensos. Sei que faz parte do processo, ora avança, ora recua. Esta fase é mesmo assim, até iniciar em força. Talvez o facto de estarmos todos tranquilos ajude a passar os momentos mais intensos. Sei que mesmo com dores e contrações, nada acontece enquanto a bolsa não romper ou as contrações não se tornarem regulares, por isso vamos andando.
O marido está um bocado mais ansioso, não que o diga (claro!), mas porque passa a vida a perguntar-me como estou ou o que estou a sentir. É compreensível!
E já agora, porque também faz parte desta conquista, gostava ainda de agradecer a quem me enviou mensagens logo de manhã a felicitar pelas semaninhas! Ainda estava eu a abanar o tico e o teco e já havia quem se tivesse lembrado de nós! Um muito obrigada por estarem aí e nos darem todo este carinho!

sexta-feira, 17 de março de 2017

Tanto mimo para 1 (+1) pessoa só ☺️

E de repente tenho um dia fantástico! Não que os outros não sejam bons, mas este foi inspirador, recheado de uma energia mega! E penso que Deus não me deixa sozinha e desamparada. E quando mais preciso, me envia sempre os seus anjos na terra, que de uma maneira ou de outra, me mimam e me carregam as baterias. E assim permaneço com um sorriso nos lábios, que teima em não sair, e aproveito para agradecer às pessoas maravilhosas que vão cruzando o nosso caminho, que passam a fazer parte da nossa caminhada:
- Às senhoras enfermeiras, que me aturam com carinho e esmero
- Ao meu médico por ser tão humano e sincero
- À directora de neonatologia da MAC que tirou um bocadinho do seu tempo para falar comigo, sem sequer me conhecer, para discutir as minhas preocupações e os estudos científicos que li
- A todos aqueles que se cruzaram comigo e me sorriram, e que mesmo sem saberem me transmitiram uma energia boa
- À minha irmã por me socorrer e mimar
- Ao conjunto de mulheres espetaculares que hoje se juntaram ao meu redor (mesmo as que só estiveram em pensamento e coração), com o propósito de me ouvir, esclarecer e roubar uma boa gargalhada
- Ao meu marido por ter faltado a todos aqueles compromissos profissionais inadiáveis, para nunca me largar a mão
- Às minha filhas, porque sem elas, nada disto fazia o menor sentido...
- E a todas as outras que não agradeço directamente, mas que tornam a nossa vida melhor, mais rica e alegre

E ao meu bebé que a cada dia me ensina a ser um pessoa melhor!

PS: tomei a decisão de fazer a maturação. Fiz também as análises necessárias ao parto. Sinto-me tranquila.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Decisões antecipadas

Hoje foi o dia da consulta antecipada. Resumidamente acho que posso dividir as notícias em: o bom, o mau e o talvez...
Bebé: peso estimado é 2130g    MAS   desceu de percentil.
          Continua cefálico            MAS   encaixou-se de tal forma que está "entalado" e a pressionar a bacia

Colo: não diminuiu muito         MAS    está a ceder com as contrações

Contrações: não estão regulares MAS   demasiado intensas para o que "é suposto"

Posto isto, o talvez é a incerteza: quanto tempo "teremos"? Quando entrarei em trabalho de parto activo? Como irá reagir o MM?
Infelizmente ninguém sabe. Nas palavras do médico: "a sua sorte é as contrações não estarem regulares, mas não sabemos quando passarão a estar. Pode acontecer em qualquer momento, e isso ditará a entrada em trabalho de parto". E assim voltou à baila de novo a conversa da maturação. Voltou a reforçar que dado o risco eminente, e a minha vontade de parir no hotel, que seria conveniente fazer as tais injecções. Sem demorar mais, passou uma carta para entregar no hospital e pediu-me que refletisse e decidisse, sendo que a responsabilidade passaria a ser minha.
Vou dormir sobre o assunto e esperar que tudo se mantenha mais uns dias, quantos mais melhor, com a esperança de ir à próxima consulta na próxima semana...

quarta-feira, 15 de março de 2017

Oh Sr Doutor! Por favor!!!

A M foi hoje à consulta de pós-operatório. Tudo óptimo, tudo fantástico! Mas... ainda não pode ir à escola. What?!?!? Não! Por amor da Santa! Mais dias em casa??? E ainda disse que ela ainda não pode correr nem saltar, e de repente eu olho para a minha filha e lá está ela outra vez aos pinotes...
Bem, o marido lá o convenceu de que estávamos todos a precisar de ir para a escola novamente!
Já o bom do geladinho, que nos estávamos todos a acostumar tão bem, e para parar porque ela já pode comer de tudo 🙄🙄

terça-feira, 14 de março de 2017

Conversas sérias (a dois!)

Menino Manel Maria bebé, o menino ainda é demasiado pequeno para vir para aqui mandar postas de pescada... o bebé ainda não tem ordem de despejo e, apesar da democracia que se vive nesta casa, quem manda aqui ainda sou eu! Pode fazer birra à vontade, esperneie se for preciso (com meiguice), estamos incrivelmente habituados a birras medonhas... É uma desvantagem de vir em 3º
Mas ainda assim vou dar-lhe um conjunto de razões e argumentos de peso, que sustentam plenamente  o meu limite:
- a nossa consulta foi antecipada para 5ª, e não me faça passar pela vergonha de ter andado a pedinchar e ah, e tal, agora já não é preciso...
- temos visitas na 6ª, não seja mal educado!
- no domingo vamos ter uma sessão fotográfica, marcada há séculos, é a nossa recordação!
- a mala não está acabada, está apenas alinhavada à espera não sei bem de quê...
- se o menino se armar em engraçadinho agora, o mais certo é irmos a correr parir num sítio muito 2a escolha, onde nem wc privativo temos... Não há cá papás ricos!
- a roupa que tenho é para meia estação! Traduzindo para bebés, só deve ser usada na primavera e isso só acontece lá mais para o (quase) fim do mês...
- a mana C faz anos daqui a menos de 1 mês, e tenho que deixar as coisas organizadas para a festa...
- ainda nem sequer cortei as unhas dos pés. Decidi que só iria realizar esta (muito árdua e torturante) tarefa mais uma vez antes do menino nascer, e ainda não aconteceu... não me faça passar vergonhas de ir com pés de papagaio! (Já nem sequer vou comentar a depilação...)
- para terminar, não queremos mais habitantes "peixe" nesta casa. Já basto eu...

Entendido??

segunda-feira, 13 de março de 2017

33 semanas

Yuppi!!!
Confesso: esta semana foi tirada a ferros!
A M está a recuperar muito bem. Aqui entre nós acho que no dia seguinte já tinha recuperado tudo... ainda estou para perceber como se diz a uma criança pequena que não pode correr nem saltar, e que não pode comer tudo o que lhe apetece. Esse tem sido claramente o desafio... E acaba por ser desgastante e aborrecido vê-la um bocado perdida sem saber o que fazer. Na próxima 4ª já vai à consulta de pós-operatório e (se Deus quiser) vão dar-lhe a alta que precisa para ir para a escola. 🎉
Quanto a nós (eu e o MM) vamos estando o melhor possível dentro desta desrotina e falta de descanso. Note-se que não é falta de repouso, é mesmo falta de descanso, porque com os últimos acontecimentos nem me tenho sequer levantado.
MAS sinto que as coisas estão a mudar... ou a avançar! Mais contrações, mais dores, mais intensidade, mais frequência... e eu cada vez mais quietinha a rezar aos santinhos... a verdade é que não quero ir para o hospital, tenho aquele feeling que se me apanham por lá já não me deixam sair, e não estou minimamente preparada para deixar as meninas, nem por um dia, quanto mais umas semanas. Talvez ganhe coragem e ligue ao GO hoje para lhe contar como estou, talvez ele vá gostar de saber... ou não! Bem, não interessa! Sei que enquanto não tiver a bolsa rota, nem contrações regulares, estou minimamente "segura". E volta o lema: um dia de cada vez...

quarta-feira, 8 de março de 2017

O feito do meu marido!

(Ler este post nunca esquecendo que estamos a falar de um homem...)
Vocês não vão acreditar!! Hoje tenho o melhor marido em casa, e provavelmente o mais cansado e queixoso também...

Então, aqui há dias desabafei com ele que andava preocupada porque o bebe ainda nem metade do enxoval tinha preparado para os primeiros tempos. Faltavam coisas básicas como fraldas, bodies e meias, mas também algumas outras gracinhas que gostava que tivesse. Ao ver como me sentia angustiada e ansiosa com isso, disse-me que hoje bem cedo, depois de deixar a C no colégio, iria até a um centro comercial trocar algumas prendas e aproveitava para trazer umas coisinhas...
Pois bem, posso dizer-vos que ao todo a missão durou 6 horas e, garantidamente, bastantes kms percorridos a entrar e sair de loja em loja. De início fomos mantendo o contacto via FaceTimes para balizar necessidades e gostos, mas a certa altura ele ficou sem bateria e perdi-lhe o rasto...
Agora imaginem um homem sozinho nas compras horas a fio, a calcorrear (quase) todas as lojas infantis, sem qualquer controlo... É de ter medo, não é?
E foi mesmo... mas ainda assim já me fartei de rir! Então o desgraçado trouxe tanta coisa que, para além de ter arruinado a nossa conta bancária, criou um muralha intransponível na entrada da nossa casa quando finalmente descarregou os sacos todos. Eu nem queria acreditar... comecei a ver um após outro e posso dizer-vos que rapidamente perdi a conta a tudo o que ele trouxe, mas garantidamente a criança tem roupa de 0-1m até ao Natal 😂 (ele esforçou-se mesmo em trazer este tamanho porque, segundo ele, foi o que mais me queixei...).
Ainda tentei conversar com ele sobre o assunto, perguntar o porquê, entender os critérios... mas percebi que de nada me valia quando o vi de ar cabisbaixo a confessar "Eu cheguei a um ponto que deixei de conseguir raciocinar, ou sequer ler as tuas mensagens. Os meus pés foram andando e entrei num transe qualquer. Trouxe tudo o que encontrei que achei giro ou que achei que fosses gostar..."
Um amor, não foi? Ainda me trouxe uma prenda fofa fofa, mas que infelizmente não serve... deve ter sido já das últimas 😂 As meninas também foram "presenteadas" e o nível foi tao alto que ele ainda recebeu o estatuto de "papázinho" com direito a abraços e beijinhos...
Agora resta-me fazer o inventário do que fica, e mandar todos os outros sacos de volta para as respectivas lojas. Espero que saibam ir sozinhas, porque não sei se o vou conseguir voltar a convencer...

terça-feira, 7 de março de 2017

A operação da Maria

Este post poderá ser para algumas pessoas enfadonho, mas vou escrevê-lo para pessoas como eu, que tiveram todas as dúvidas do mundo em relação a este tipo de procedimento.

A M foi operada aos (dois) ouvidos, e aos adenóides. No início do verão passado fizemos um audiograma e timpanograma que indicaram alterações significativas face aos referenciais de normalidade. Foi vista por um otorrino e a recomendação foi muita praia e medicação. Repetimos os exames no final de Setembro e os valores anormais mantiveram-se. Marquei consulta para o "nosso" otorrino, no qual tenho absoluta confiança. É o Dr Carlos Ruah, e provavelmente por ser tão afamado, marcar consulta para ele é quase pior que marcar com o Sr Presidente... conseguimos para Novembro, bem no fim. O pai foi à consulta e quando o médico viu os exames e observou a M, disse com a maior convicção  que "esta criança tem que ser operada já!". Uma das coisas que eu gosto neste médico é que ele não é nada alarmista e não é o tipo de médico que opera a torto e a direito. Portanto, se ele disse que tinha que ser já, para mim, não havia margem para dúvidas. Ficou combinado que o meu marido lá fosse falar com ele para marcarem tudo em Janeiro, altura em que ela já deveria ter feito um conjunto de análises. Aqui já vos contei... esperei, esperei, mas o má rido tardou a arranjar disponibilidade para lá ir. Então decidi levá-la comigo quando fiz os meus exames do 2º trimestre. A partir daí foi bastante rápido. Marcaram para hoje por conveniência de ambas as partes.
As recomendações começaram por jejum a partir da meia noite de ontem. Uma sra enfermeira que ligou ontem ao serão sugeriu que a acordássemos por volta das 23h30 para lhe darmos alguma coisa para comer e beber. O jejum implica não beber também. Ás 8h já deveria estar na recepção do hospital para dar entrada no internamento. Mais uma vez a enfermeira sugeriu que a levássemos ainda de pijama enrolada numa manta, com o seu objecto de conforto (ainda o ó-ó e a xuxu) e uma boneca. Assim fizemos. Tratada da papelada, e antes das 9h já a M estava instalada no seu quarto, com um pijama do hospital. Esteve praticamente todo o tempo no hospital ao colo do pai... Por volta das 9h30 deram-lhe um xarope, com o intuito de a fazer adormecer. Apesar da resistência (habitual) ao sono, ainda não eram 10h e já a M estava a dormir a caminho do bloco. Só depois de a terem a dormir é que lhe canalizaram a veia e lhe deram a anestesia. A operação dura cerca de 40 minutos, mas bem sei que já tinha passado mais de 1h quando voltei a ter notícias. Tinha corrido tudo bem ("mais do que bem" pelas palavras do médico), com pouca perda de sangue. Nesta altura o médico deu as recomendações todas e respondeu às nossas questões.
O pai pôde ir então para o recobro onde ficou a aguardar que ela acordasse. Tínhamos ouvido muitos relatos de acordares agitados e descontrolados, e estávamos preparados para o pior. Incrivelmente não foi nada disso que aconteceu com ela: ela foi tendo vários despertares meio em transe, num perguntou por mim, noutro disse que queria ir para casa, mas sempre sempre bastante calma. Acordava e voltava a adormecer. Foi assim nas primeiras horas. Quando finalmente conseguiu ter os olhos abertos mais do que 2, 3 minutos, trouxeram-lhe iced tea para beber aos goles. Esta parte é importante porque segundo nos explicaram há crianças que "vomitam a anestesia". Mas correu tudo bem. Houve alguma insistência com o primeiro xixi. E depois foram trazendo iogurtes líquidos e no fim, um gelado. Uma parte bastante chata foi terem dito que a alta deveria ocorrer pelas 16h, se não houvessem complicações, mas na verdade surgiram um conjunto de atrasos e desencontros, arrastando a saída para depois das 18h. Foi difícil gerir esta ansiedade, toldada de desespero e angústia.
O momento em que a vi entrar em casa, em que a pude ter nos braços, cheirar e beijar, foi provavelmente o momento mais compensador dos últimos tempos. Senti um alívio, uma felicidade, quase um renascimento. Assim permanecemos durante bastante tempo, agarradinhas. Depois ela pediu para jantar e comeu sopa (não ácida, fria), gelatina e papa cerelac fria. Comeu o que quis, na quantidade que quis, e depois voltou-se a deitar aninhada.
Agora dorme na caminha dela, sossegada. Demos benuron para evitar qualquer dor.
Amanhã será outro dia... por enquanto as recomendações é que seja tudo calmo, sem esforços ou grandes abanares da cabeça. Terá que ficar dentro de casa, sem apanhar calor até sábado. Só aí poderá sair mas sem fazer qualquer esforço. Escola só para os fins da próxima semana, na melhor das hipóteses, e exercício só lá para Abril. A comida vai manter-se fria e mole, podendo amanhã já comer coisas como purê e peixe cozido. Banho também só amanhã, e (estranhamente!) a recomendação foi de o fazer sem tampões ou fitas a tapar, porque segundo o médico "para o banho não é preciso porque as orelhas são pequenas..."
A consulta do pós-operatório será de amanhã a oito dias. Até lá teremos que estar atentos a hemorragias consideráveis quer dos ouvidos quer do nariz, e de qualquer outro corrimento dos ouvidos.
Algumas pessoas perguntam-me se a M teve muitas otites, mas não! Em 4 anos teve 2 otites: umas aos 3 meses de vida, e outra o ano passado. Tem sim algumas falhas na fala, na dicção e pronúncia de várias palavras.

E pronto, achei importante deixar estas palavras, porque confesso que as gostaria de ter lido antes da operação.
Agora vou descansar porque física e emocionalmente, parece que me passou um camião por cima...

segunda-feira, 6 de março de 2017

A mãe ri e chora, tudo ao mesmo tempo

A vida é mesmo assim: feita de altos e baixos. E acredito profundamente que as mães gozam de uma (ainda) maior bipolaridade que o resto do comum dos mortais. E embora o meu bebé ainda não tenha nascido, já me ensinou o que é ser mãe de 3, conseguir rir e chorar ao mesmo tempo, e repartir o meu coração, à medida que este se multiplica de amor.
Enquanto festejo a minha vitória com o Manel, o meu coração sofre e encolhe com a minha filha Maria.
E sinto medo, muito medo. E tristeza.
Às 8h da manhã de amanhã, a Maria terá que dar entrada no hospital para ser operada. É uma operação simples e curriqueira, é o que todos me dizem, mas estou aterrorizada. Tenho feito das tripas, coração para me manter calma e positiva, para me mostrar calma e serena, para que ela possa regular-se em mim. Mais uma vez sinto que o meu papel de mãe passa por ser ainda mais e superar até as minhas fragilidades.
Amanhã estarei com ela, mas apenas de alma e coração. Apesar de todos os meus pedidos e insistências, foi-me veemente recusada a minha presença no hospital. Só Deus sabe como me sinto... como sinto que me arrancaram o que é meu, como sinto um vazio tão grande de quem sabe onde deveria estar.
Há muitos colos, mas nenhum como o colo da mãe. E por isso resta-me ter a coragem e o amor necessário para entregar a minha cria. E ter fê! E acreditar que um dia eu me vou perdoar por não ter estado presente.

O dia de hoje em números

Hoje é dia 6-3,
estamos de 7 meses,
3º trimestre.
A mamã já conta com mais (quase) 11kg,
o bebe (quase) 1,8kg.
Fazemos 18 semanas de repouso absoluto,
4 meses concluídos.
Faltam 8 semanas para a data prevista do parto,
5 semanas para o fim de tempo,
4 semanas para o "agora já pode ser",
2 semanas para atingirmos o "limite menos mau".

Estamos finalmente com 32 semanas de gravidez,
e hoje passámos a pertencer ao grupo de bebés que se nascessem seriam "apenas" prematuros moderados!

And counting...

domingo, 5 de março de 2017

Em ressaca do chá

Fabuloso!!! Repararam só no espetáculo de dia que esteve ontem?? Então, há 15 dias que dava um tempo maravilhoso para todos os dias excepto exactamente Sábado - o dia do Chá do Manel. Apesar de ter continuado a dizer que "sou um mulher de fé", a verdade é que adaptei a lista de convidados e a organização do espaço. Ainda assim mantive o aluguer das cadeiras de exterior, mais um conjunto de tarefas que envolviam a preparação e embelezamento do jardim (fui tão gozada...).
Mas o S. Pedro quis compensar-me e presenteou-me com um dia top top!
Adorei tudo! Como ficou a decoração, a comida, o convívio, os presentes do Manel, TUDO! Mas confesso que fiquei mega cansada, daí nem ter escrito ontem. Entretanto a casa já voltou ao normal o que também me deixa sempre muito satisfeita.
Portanto agora tenho que finalizar alguns detalhes do quarto, terminar o resto das compras do enxoval e claro, começar a pensar na festa da C que é daqui a pouco mais de 1 mês 😱😱
Deixo uma foto para mostrar um pouco como foi.


PS: Mais fotos só no facebook porque estou a crer que o blog não gosta muito das minhas fotos... 🤔

quinta-feira, 2 de março de 2017

Reavaliação como prenda

Comecei este post há mais de 3h. Começava assim: "Ainda não começou o jantar e estou oficialmente estafada! Ou não seria hoje um dia de reavaliação..." Bem, 3h depois, antes de vos dar as notícias que trago, aviso apenas que se alguma coisa não tiver nexo, ou se até surgirem erros ortográficos, perdoem-me! O meu tico e teco despediram-se e creio que alguns órgãos fundamentais também devem estar para entrar em greve brevemente...

Saí de casa às 14h30 e cheguei a casa quase às 19h, entre ecos, ctgs, consulta...
Como de costume começo pelo positivo: bebé mantém-se óptimo! Excelente vitalidade, peso estimado de 1,7 kg (e qualquer coisa). Tudo ok. E cefálico 🎉🎉🎉
Mamã a ganhar muitas formas redondinhas, 10 kg a mais (mas não digam a ninguém...) e indicação de que "pode aumentar mais..." (really?!?!? 😱). Tensão boa 👍 Colo do útero, bem, aqui passamos para a secção seguinte...
O que podia estar melhor: o colo! Está mais curto, bastante mais! As contrações aumentaram, e as dores e afins! "Voltamos" ao risco do bebé nascer mais cedo (se é que alguma vez saímos). A estratégia é basicamente manter-me de cama... repouso absoluto! Medicação vamos tentar aumentar um dos comprimidos. Estivemos a falar sobre o que fazer se eu entrar em trabalho de parto antes das 34s. E iniciámos as discussões do meu plano de partos (ridículo! Ainda me vai dar muitas dores de cabeça!). Posto isto, e porque o médico não gostou do quadro, vamos manter o pessário pelo menos até às 34s, com muita probabilidade de se arrastar até às 36s... ele também é da opinião que o mais provável é quando tirarmos tudo, o Manel vir por aí fora desvairado. Assim, voltamos daqui a 3s, caso não exista nenhuma nova indicação.

Agora vou mesmo dormir, acho que já só tenho um olho aberto de qualquer maneira...

Começar o dia com...

... uma mão pequenina, papuda e quentinha na minha cara. Ela está bem!

E quem faz anos hoje? "É a mamã e o mano" Yeah!!!!
Vou tomar um café para ver se acordo e já agora tomar um Benuron para as dores de cabeça...

quarta-feira, 1 de março de 2017

"Mãe, tenho dói dói..."

A minha filha Clara não está bem. Quem me conhece sabe que nem entro em pânico com doenças, mas há situações que fazem os meus alertas dispararem.
Acabámos de jantar. A C sai da mesa e corre a brincar com a irmã. Eu estava distraída a falar com o pai. Mas de repente oiço um barulho. Virei-me e parei a observar. A C está com dificuldade em respirar. Vejo as mãos dela subirem ao peito e o olhar em busca do meu: "mãe, estou com dói dói aqui". O meu coração pára, o meu sangue gela, acho que deixo de respirar. Naquele momento estou fora do meu corpo, numa existência estranha, que não existe para além daquele filho!
Peço ajuda ao marido que não entende logo a minha preocupação. "Dá-lhe água! Tira-lhe a camisola! Vê-lhe a boca". E parece melhorar um pouco... mas ela não está bem!
Telefono ao pediatra que me tranquiliza relatando todas as possibilidades perigosas e o quão diferentes são da situação em que estamos.
"Mãe, vamos ao 'opital? Eu quero!", "Não querida. O médico disse que apenas precisas de descansar"

Deitamo-la e pouco depois ela adormece. Mas o meu coração não acalma. Já a ouvi chorar e corri para ver. O meu instinto diz-me que devo estar de vigia. Porém, o meu corpo não colabora e a cada investida minha, ameaça-me com contrações. Ser mãe é viver fora de nós. É superar os nossos limites, medos e limitações. E quanto mais filhos temos mais o nosso coração multiplica e se divide, e mais longe vive a alma...
Esta noite será mais uma com uma cria nos braços.