Páginas

domingo, 27 de novembro de 2016

Papas e descanso!

Primeiro domingo do meu repouso:
Ao fim de semana o repouso pia de fininho... Tenho a casa num caos, o marido num caco e as filhas num pingo. Anda tudo a passar por entre os vírus, tosses e febres. No meio da desorientação amontoa-se roupa por lavar, por secar e por passar, pratos por lavar e comida por preparar... E eu? Bem, eu pouco posso fazer senão assistir e roer as unhas. Ainda ontem estava a assistir ao programa de Tv "a minha mãe cozinha melhor que a tua" e a certa altura, um dos concorrentes ao ver o caos e desespero do seu companheiro, preferiu entrar em cena mesmo sabendo que seriam ambos penalizados. Às vezes sinto-me assim. Tenho a certeza que 10/15 minutinhos chegavam para meter alguma ordem na casa, mas é tãooo arriscado 😔
Por isso é preferível arranjar planos Bs (e Cs, e Ds...). Juntar o útil ao agradável e rezar para que corra bem. Então, convidei para almoçar uma irmã de coração! Reservei o almoço sabendo que havia cozido no restaurante de bairro. Pedi para pôr o dvd da Barbie e fiquei com as gordinhas enroscada no sofá. Resultado: 0 preocupação com o almoço, boa companhia, marido mais liberto para arrumar a confusão que se instaurou e gordinhas que adormeceram no sofá e que estão umas fofuchas a aquecer e fazer companhia a mamã (que entretanto é a única que está a ver a Barbie 😂).
Vamos ver como corre o resto do dia e para vocês Bom Domingo!!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

1º dia do resto do meu repouso

Hoje acordei com um sol fantástico! Estava um sol fantástico não estava?
Ouvi as meninas e sorri. Ajudei a vestir no que pude e penteei cabelos. Beijinhos, beijinhos e ouvi-as sair.
Pouco depois volto à saga dos meus contactos: encontrar uma empregada era mesmo o grande objectivo! Felizmente já tinha feito alguns contactos ontem e a meio da manhã tive a oportunidade de falar com uma das "candidatas" pessoalmente. Não era uma candidata qualquer, o que a fazia levar já algum avanço. Experiente, calma, e familiar de uma amiga, o que aumenta logo o nível de confiabilidade. Conversa puxa conversa e a empatia surgiu facilmente. Acordámos as condições e começou logo no momento seguinte. Não podia ter corrido melhor! Ainda nem sequer era hora do almoço e já tinha o meu objectivo do dia cumprido!
O resto do dia foi passando sem grandes sobressaltos. É bom sentir-nos acarinhadas com todos os telefonemas e mensagens de apoio. Para primeiro dia vou de coração carregado!
Só tenho pena que na maior parte dos sites, hoje ainda não se aplique o black friday. Torrar dinheiro à distância de um click, com a convicção de que ainda poupo e ajudo o pai Natal, teria sido ouro sobre azul. Assim parece que vou ter que arranjar espaço na minha agenda de amanhã 😂
O dia termina em beleza com as minhas barulhentas a entrar pela casa, pelas escadas, pelo quarto, e só por isto sorrio e sinto que valeu a pena!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Hoje estar com as meninas teve um significado especial!

Hoje foi um dia longo, duro e de muitas emoções. Chego ao fim do dia com um misto de sentimentos entre o aliviada e apreensiva. Mas passo a contar:

Acordei, arranjei-me a mim e às meninas e rumei à escola para as deixar. A seguir fui até ao hospital porque ontem as coisas não me pareceram assim tão bem e como diz o outro "it is better to say sorry, than to be sorry".
E de facto não me enganei... Maquinetas para aqui, avaliações para acolá, foram precisos 3 médicos a debater o assunto para me dizerem o seguinte: "está com risco muito elevado de perder o seu bebé e não podemos fazer muito mais por si"... Foi difícil de engolir. O que se passa é que tenho um colo uterino ineficiente, com tamanho e comportamento desajustado à fase da gravidez, provocado por um útero com contractividade. Ou seja, o meu útero é um esquisitinho, gosta pouco de ocupantes, e por isso trata de apertar os inquilinos de forma a mete-los de lá para fora... O outro problema que se põe é que com o tempo de gestação com que estou (+/- 4 meses), caso o senhor útero leve a melhor, o bebe perde a vida sem qualquer viabilidade. Faltam exactamente cerca de 2 meses para que o bebe tenha alguma probabilidade de sobrevivência, ainda que em condições duvidosas na maior parte dos casos... E portanto, pelas palavras dos médicos, não há muita coisa a fazer, a não ser ficar de repouso absoluto (deitada com permissão para pestanejar), e tentar uma medicação que pretende diminuir os efeitos nefastos da contratividade do seu útero.
Vim para casa tal como fui, quase sozinha. Cheguei a casa e desabei! Mas de certa forma ainda bem que desabei. Acho que descomprimi e a seguir a descomprimir arregacei as mangas e pus-me ao trabalho. Há logísticas para tratar, empregadas para contratar...
Ficar de repouso absoluto não é nada fácil, durante tanto tempo ainda menos, não tendo certezas sequer de que vai valer a pena é sem dúvida penoso! Mas, ainda assim tenho a certeza (até porque me foi confirmado no hospital) que se tivesse ido a uma MAC, por exemplo, já não tinha saído de lá, e iria estar provavelmente 5 meses lá fechada. O que mais me aterroriza é que isso também significa 5 meses sem estar com as minhas filhas, sem brincar, sem gritos, sem risos. 5 meses de um vazio que não se consegue explicar! Isso não! Só de pensar doi! Por isso comprometi-me: a ser, pelo menos que seja em casa, que eu as possa ver, ouvir, tocar, beijar. Até posso ler-lhes uma história ou jogar um jogo. Por isso, sim! Vou portar-me bem! Quero dar graças a Deus por todos os dias que estou com elas e que ainda assim luto pela vida do meu novo rebento. Na esperança que "brevemente" sejamos uma família maior, mais completa e sempre sempre forte e unida!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Em busca da Elsa perdida...

Cometi a asneira (sim, a ideia era boa mas já a chamo de asneira!) de levar as miúdas ao Continente, antes dos 50% em brinquedos, para que elas vissem alguma coisa que gostassem para pedirem ao Pai Natal... Resultou muito bem mesmo! As duas agarraram-se a uma Elsa do Frozen que canta o "let it go". Dizem que não querem mais nada, só falam no raio da boneca.
O problema?? Esgotou durante o tal fim de semana (que eu não fui) e não encontro à venda em mais lado nenhum! 😱😱😱
Por isso, por favor, se virem por aí uma Elsa cantante, uma não, duas! Digam qualquer coisa, please!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O silêncio da Magia

E hoje estava a aquecer a sopa para o jantar e reparo que há silêncio na casa. Um dos grandes ensinamentos que a maternidade me trouxe é que silêncio na casa, fora das horas de dormir, nunca é bom sinal, e o presságio agoniza com o número de filhos.
Corri para ver o que de tão errado se passava.
OMG!!! Tinha duas filhas amorosas, sentadas que nem anjinhos a olhar especadas para a televisão em puro silêncio. Tomei por fim consciência: a Masha voltou para nossa casa!
Por isso hoje as minhas preces vão para os senhores da NOS: "obrigada senhores da NOS por terem por fim trazido a Masha de volta às nossas vidas. Senhor, perdoai os senhores da MEO porque eles não sabem o que fazem, e após mais de um mês de tentativas falhadas de instalação do serviço, perderam mais um cliente, antes mesmo que o terem concretizado!"

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Televisão? What??!

Continuamos a viver acampados em casa, mas aos poucos a coisa vai ganhando forma! Este fim de semana foi a vez da sala. Conseguimos desempacotar os sofás e a mesa da televisão. Arranjámos um lugar provisório e de repente tudo parecia mais aconchegante e familiar. As meninas quando viram correram para os sofás. Acho que elas tinham mesmo saudades de se deitar no sofá! O meu marido correu a ir buscar a televisão, mas... Graças à MEO, ainda não temos televisão, nem internet, nem nada! Há mais de uma semana que nem sabemos o que isso é. Confesso que só agora percebo a falta que o Panda faz na nossa vida.
Percebi que a falta de televisão estava a afectar mais o meu marido do que imaginei! Isto porque assim que ontem as meninas adormeceram na sesta, ele saiu disparado e voltou radiante com uma antena. Confesso que demorei um pouco a entender do que se tratava porque no meu tempo as antenas parecia árvores no inverno, mas esta é mais parecida com um modem futuristico. Foi quando ele disse com ar triunfal e radiante: já temos televisão! Que tomei consciência da importância disso para ele no seu conceito de sala/família. Só temos 4 canais e não foi fácil explicar que a Masha e o Urso não vinham naquele pacotinho, mas elas até nem se importaram de lanchar a ver um filme de crescidos!

sábado, 5 de novembro de 2016

4 anos de bebé... De crescida... De maternidade 🙄

"Fazes 4 anos! Dizes orgulhosa, ostentando os teus 4 dedinhos. Os 4 anos é uma meta à muito ansiada. Acho que falas da festa dos 4 há pouco menos de 1 ano...
Estás tão crescida. Estás tão bonita!
Fico a olhar para ti e o coração quase rebenta. És carinhosa, sensível, responsável. Pirosa e sonhadora. Impaciente e teimosa. Sabes pintar, sabes cantar, sabes brincar e dançar. És tudo o que poderia esperar de ti!
E eu? Bem, é um sentimento agridoce... Se por vezes tenho medo do que perdi, do que não vi ou do que não vivi (é tudo tão rápido...), por outro adoro ver-te crescer! É tudo tão mágico! Tenho pena de nem sempre conseguir estar mágica como tu, ou conseguir estar receptiva à tua magia, mas peço-te: nunca, mas nunca deixes de espalhar o teu batom!"

A M fez anos esta semana que passou. E apesar da confusão, das condições e sujidade em que estamos a viver, esforcei-me para que o dia dela fosse verdadeiramente feliz! Hoje um acordar enamorado, menos pressa para sair, um dia de escola cheio de mimos, e não faltou o bolo do Frozen para cantar com os amiguinhos ao final do dia. Depois fomos buscá-la e quisemos fazer-lhe uma surpresa. Ela tinha pedido para quando fizesse 4 anos ir ao cabeleireiro arranjar o cabelo. E assim foi! Vendei-lhe os olhos e lá fomos ao cabeleireiro cortar e pentear o cabelo e ainda pintar as unhas. O sorriso de felicidade espalhado no rosto dela já valeu tudo a pena, é insubstituível!
Por fim ainda houve jantar no restaurante com a família (normalmente faria em casa mas na impossibilidade tivemos que improvisar), com direito a bolo de chocolate e prendinhas. Ainda houve espaço para birras, mas com os níveis de cansaço, estranho era se não acontecesse!

Ontem foi a festinha com alguns amiguinhos da escola. Lá conseguimos também arranjar um plano B. Não foi a festa perfeita, nem tão pouco a idealizada, mas foi a possível! Fizemos no sítio do costume (Akihafesta), com preço por cabeça, tudo incluído. Esteve um dia horrível de chuva, mas acho que se divertiram na mesma a pintar a cara, no escorrega de bolas e no insuflável. E deixem-me que vos diga, esta história de chegar de mãos a abanar, sem stresses nenhuns, e no final não ter que me preocupar com nada a não ser trazer as prendas para casa... Foi bom! Pecadoramente bom!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Semana 13

Bem, estes últimos dias correram de tal forma que nem tive tempo para me coçar. E coçar inclui vir aqui contar as novidades.
Então depois do post dos nervos fui fazer a eco. A parte boa: estava tudo bem com o bebe, indicadores todos ok! Parte menos boa: já deu para ver o sexo e... Não é uma menina. Ficámos de facto muito desmoralizados. Depois de sabermos que estava tudo bem, esta era a nossa maior expectativa (lá estão outra vez as sacanas das expectativas...). O médico percebeu o nosso desalento e comentou "bem, eu gostava realmente de vos dizer algo diferente. Ainda por cima nesta fase só costumo mesmo dar um palpite, mas desta vez é tão evidente (e era de facto muito evidente!) que dou mais de 90% de probabilidade". Enfim, levámos o choque e andamos a digerir. Ainda nem sequer fomos capazes de lhe dar nome, embora a M diga a toda a gente que se vai chamar Manel (?!?!).
A seguir a esta notícia fomos até à obra verificar a prontidão para as limpezas e mudanças do dia seguinte. Novo choque, ainda maior: a casa estava a ser pintada por dentro e jamais em tempo algum ficaria pronta para limpar no dia seguinte. Fiquei para morrer! Só me apetecia vomitar. Discuti, gritei, enervei-me, saí porta fora. A verdade é que para além da vontade imensa de ir para nossa casa, teríamos que sair do sítio que estávamos a ocupar dois dias a seguir, e sem grandes alternativas, estávamos metidos num grande sarilho.
Passei essa noite a percorrer sites e mais sites de alugueres temporários, residenciais e afins. Foram momentos angustiantes, que espero não ter que voltar a passar... Acabei por encontrar uma espelunca (mesmo!!! 😱) que estava disponível, tinha espaço para todos, e que podíamos pagar. Confesso que me custou bastante toda a situação, andar de novo de casa às costas, de voltar a submeter as meninas a esta situação e condições, mas de certa forma senti-me mais leve, e acho que todos sentimos, porque a tensão e pressão que estávamos a sentir estava de facto a dar cabo de nós.
Entretanto falei com o responsável da obra e disse que no fim de semana iria ocupar (pelo menos) parte da minha casa, fosse em que condições fosse!
Nos dias que se seguiram a minha casa parecia o campo de Santa Clara em dia de feira da ladra. E no Sábado lá estávamos nós, a mudar para uma casa super suja, e por acabar. Foi a loucura!!! Nem água quente tínhamos, luz apenas em alguns sítios, nada de cozinha e a cama não entrou de forma nenhuma. Agora penso nisso e até me dá vontade de rir, embora na altura me tenha descabelado toda e rogado pragas a este mundo e o outro!
Agora estamos mais calmos. Já são poucos os sítios sem luz, já temos água quente e a cozinha já vai funcionando, a cama é que continua à porta... Tal como todos os imensos caixotes que temos que arrumar. Mas acho que esta experiência tem uma lição de vida: amanhã também é dia, o sol nascerá outra vez, e a vida faz-se um dia de cada vez!