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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Hoje estar com as meninas teve um significado especial!

Hoje foi um dia longo, duro e de muitas emoções. Chego ao fim do dia com um misto de sentimentos entre o aliviada e apreensiva. Mas passo a contar:

Acordei, arranjei-me a mim e às meninas e rumei à escola para as deixar. A seguir fui até ao hospital porque ontem as coisas não me pareceram assim tão bem e como diz o outro "it is better to say sorry, than to be sorry".
E de facto não me enganei... Maquinetas para aqui, avaliações para acolá, foram precisos 3 médicos a debater o assunto para me dizerem o seguinte: "está com risco muito elevado de perder o seu bebé e não podemos fazer muito mais por si"... Foi difícil de engolir. O que se passa é que tenho um colo uterino ineficiente, com tamanho e comportamento desajustado à fase da gravidez, provocado por um útero com contractividade. Ou seja, o meu útero é um esquisitinho, gosta pouco de ocupantes, e por isso trata de apertar os inquilinos de forma a mete-los de lá para fora... O outro problema que se põe é que com o tempo de gestação com que estou (+/- 4 meses), caso o senhor útero leve a melhor, o bebe perde a vida sem qualquer viabilidade. Faltam exactamente cerca de 2 meses para que o bebe tenha alguma probabilidade de sobrevivência, ainda que em condições duvidosas na maior parte dos casos... E portanto, pelas palavras dos médicos, não há muita coisa a fazer, a não ser ficar de repouso absoluto (deitada com permissão para pestanejar), e tentar uma medicação que pretende diminuir os efeitos nefastos da contratividade do seu útero.
Vim para casa tal como fui, quase sozinha. Cheguei a casa e desabei! Mas de certa forma ainda bem que desabei. Acho que descomprimi e a seguir a descomprimir arregacei as mangas e pus-me ao trabalho. Há logísticas para tratar, empregadas para contratar...
Ficar de repouso absoluto não é nada fácil, durante tanto tempo ainda menos, não tendo certezas sequer de que vai valer a pena é sem dúvida penoso! Mas, ainda assim tenho a certeza (até porque me foi confirmado no hospital) que se tivesse ido a uma MAC, por exemplo, já não tinha saído de lá, e iria estar provavelmente 5 meses lá fechada. O que mais me aterroriza é que isso também significa 5 meses sem estar com as minhas filhas, sem brincar, sem gritos, sem risos. 5 meses de um vazio que não se consegue explicar! Isso não! Só de pensar doi! Por isso comprometi-me: a ser, pelo menos que seja em casa, que eu as possa ver, ouvir, tocar, beijar. Até posso ler-lhes uma história ou jogar um jogo. Por isso, sim! Vou portar-me bem! Quero dar graças a Deus por todos os dias que estou com elas e que ainda assim luto pela vida do meu novo rebento. Na esperança que "brevemente" sejamos uma família maior, mais completa e sempre sempre forte e unida!

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