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sábado, 30 de maio de 2015

A minha amiga

Hoje quero-vos falar da minha amiga. Eu tenho uma amiga muito especial que gostaria de partilhar!

A minha amiga é linda! Não só é linda por fora, como iradia uma imensa beleza e alegria interior. O seu sorriso é ternurento e contagiante.
O seu nome foi feito para ela. Representa exactamente o seu tamanho, a sua riqueza, a sua alma.
Mas a minha amiga também é uma lutadora. Ela já passou por mais provações do que qualquer outra pessoa que eu conheço. Ela é tão especial que de todas as vezes que a derrubam, ela sacode as mãos e levanta-se com um sorriso! Com a promessa de que vai continuar! Ainda bem que ela é assim. O Mundo seria inacreditavelmente mais pobre sem pessoas tão grandes como ela.
A minha pequena amiga é um exemplo! Quando olho para ela, ela faz-me ver que os nossos problemas são pequenos! Que devemos, tal como ela, viver e agradecer a Deus! Agradecer muito! Achamos que nenhum ser humano deveria sofrer o que a minha amiga já sofreu, mas Deus escreve certo por linhas tortas e esta pequena menina veio mostrar a muita gente o quão grande é.
Não consigo imaginar como se reage a tamanha dor. Não só física, mas principalmente interior. A sensação de abandono, desespero, quebra de confiança a cada tombo. Os olhos de "porquê"? A pergunta que fica por fazer, e a resposta insegura de "vai ficar tudo bem!". É duro, é muito muito duro!
Grande é a sua mãe. Segura a sua menina, evitando as suas lágrimas, tal Maria, mãe de Jesus! Grande mulher! Grande mãe!

A minha amiga podia ser a amiga de qualquer um de nós. Podia ser a filha de qualquer um de nós! Áurea, do alto dos teus dois anos e meio, obrigada por seres minha amiga!

domingo, 24 de maio de 2015

As aventuras do xixi

Muito se tem falado sobre esperar pela altura certa para que as crianças atinjam certos milestones. As crianças não são todas iguais e portanto não se devem reger todas pelo mesmo calendário. Desde que nascem, as mães criam um certo de padrão idealizado das conquistas a atingir e quando. E depois das duas umas: ou vão adaptando, ou insistem. Estas últimas podem no entanto se sentir um bocado frustradas por verem os seus planos irem por água abaixo muitas vezes, já para não falar na pressão e efeitos colaterais que podem causar nos desgraçados dos filhos.
Mas adiante. Uma destas etapas é sem dúvida deixar as fraldas. Não só porque é sinal de que o nosso bebé está a crescer, mas também porque significa uma poupança no supermercado. Assim julgamos que esta é daquelas que é só coisas boas. No entanto nem sempre o caminho é assim tão cheiroso.
Cá na minha cabeça a baby M ainda não está preparada para o desfralde. Pensei em tentar no verão, mas sempre dependendo da sua maturidade na altura. Só que a referida menina decidiu há 3 semanas atrás dizer-me que já não queria mais fraldas! Queria ir ao bacio. Desconfiei! Ela detesta o bacio. Mas, como foi ela a pedir, decidi que tinha que a respeitar, e senti-me confiante e preparada por ajudar a minha bebé a crescer (note-se que até já tinha comprado 3 cuecas, vejam lá a fartura...).
Não se pode dizer que tenha corrido muito bem... Ao fim de duas horas no primeiro dia já tinha todas as cuecas inutilizadas. "Sorri", pensei eu, "não mostres o quanto desesperada estás a ficar de tanto limpares o chão...". Sinceramente, continuava a achar que ela não estava preparada. No final do fim de semana cometi um disparate, cansada de tanto xixi no chão disse-lhe que se calhar era melhor ela usar a fralda outra vez e esperar mais um tempo para tentar ser crescida.
Nessa noite fartei-me de dar voltas na cama. O que fiz eu? Que raio de confiança lhe estou a transmitir ao dizer-lhe que ela não é capaz? Se ela não pediu a fralda é porque quer tentar, e eu tenho que estar ao lado dela a ajudá-la e não contra ela.
No outro dia, depois de a ir buscar à escola falei de novo com ela e disse-lhe que tinha pensado melhor e que se ela queria usar cuecas que eu ia ajudá-la. Para começar tinhamos (definitivamente) que ir comprar mais cuecas!
Para resumir um pouco as coisas, continuo a achar que é cedo. Mas também não tenho pressa, por isso vamos ao ritmo dela. Ainda não conseguimos tirar a fralda, mas usa cuecas em casa. Já se mantém seca e pede para ir à sanita (sim, tivemos que por o bacio de lado, porque ela não gosta mesmo!). Já passámos por várias fases: a fase do não aguenta nada, a fase do "não quero fralda, mas não me quero sentar em lado nenhum"; a fase do sento-me mas não faço!. Basicamente agora estamos nesta... Ela pede para ir, nós vamos a correr, ela fica lá uma eternidade e não faz nada. Nitidamente tem vontade, mas aperta-se. Deus me dê inspiração e paciência para passar mais esta fase. Vai passar não vai? Às vezes sinto que lhes estamos a arrancar esta etapa a ferros. Ponho-me a pensar se não seria melhor mãe se ignorasse os seus pedidos. Definitivamente não! Não acredito! Prefiro pensar que ser mãe é isto mesmo: uma prova de imaginação e companheirismo constante. Tenho que estar ao lado da minha princesa, explicar, dar-lhe confiança! Se não o fizer ela nunca vai saber que consegue ultrapassar as suas dificuldades, e que me terá a mim sempre a apoiá-la. Mesmo que seja para conseguir "abrir a porta ao xixi para ele ir para a sanita e nadar até aos peixinhos para fazer uma festa com eles" :D

segunda-feira, 11 de maio de 2015

A saga dos pediatras!

Quando a M nasceu nós já tínhamos escolhido o pediatra. Não foi uma escolha real, foi mais um aproveitamento... Optámos pelo pediatra que já tinha seguido a minha irmã mais nova. Uma vez que ela aparentemente cresceu sem qualquer problema, e todos os constrangimentos que foram aparecendo foram sendo resolvidos, pareceu-nos uma boa! (e também menos uma coisa para nos preocuparmos).
No entendo, esta relação saiu torta desde início. Não me vou alongar muito sobre os "não" da relação, apenas vou comentar que não dava o telemóvel. Isto pode funcionar bem para muitas pessoas, mas eu, para além de mãe galinha, sou mãe ansiosa, e acredito que metade dos "problemas" se resolvem com uma sms. Como me estava a sentir desacompanhada, quando a M tinha (nem) dois meses fui a outra pediatra, Dra Odília Nascimento. Não sei porquê, nem sei explicar, mas nunca dei o mesmo crédito a esta dra como ao outro. Sempre achei o outro abestalhado, mas nunca pus em causa as suas recomendações. O mesmo nem sempre se passou com a dra. O mais tonto é que olhando para trás, foi sempre a dra que esteve mais atenta, presente e cuidadosa. Nunca "errou"! O mesmo não posso dizer do pediatra...
Por volta dos 5 meses da M a dra adoeceu e esteve ausente sensivelmente 1 ano. Felizmente recuperou e voltou a exercer. Mas a M já era maior, já necessitava menos de acompanhamento sistemático e nós já tínhamos deixado de ter tempo (!#€#!) como dantes... Por isso (e com pena minha) decidimos ficar só com o pediatra original. Entretanto nasceu a C e voltei a sentir-me desconfortável com a forma como ele a acompanhava. O que lhe valeu foi a rápida e eficiente orientação para os melhores especialistas, o qual muito agradecemos. Mas eis que no final do ano passado o pediatra pecou. Na minha opinião pecou muito! E ainda pecou também por acumulação! Decidi que não voltaria a consultar aquele homem. Não voltaria a dar o meu (valioso) dinheiro a quem não o merecia. E assim, e à revelia de muitos, decidi que tinha que mudar de pediatra. A primeira escolha (ou a mais rápida) foi levar a M à Dra Odilia. Correu bem! Mais uma vez a Dra descansou o meu coração e reparou num conjunto de coisas que afectavam a M e que não tinham sido antes faladas (algumas sobre as quais eu até já tinha comentado com o outro pediatra e que foram totalmente descredibilizadas). Só que a Dra é muito cara... e lá está, a nível medicamentoso nunca me deixa totalmente à vontade...
Andei a pesquisar, a pesquisar e acabei por levar a C ao Dr António Brito Avô. Aqui finalmente concluí que não há pediatras perfeitos. Gosto do jeito dele, gosto da forma como ele fala e explica as coisas, mas discordo completamente com ele em várias matérias, nomeadamente alimentação infantil e amamentação. Disse-lhe isso e também que não ia seguir as suas recomendações (ainda disse mais umas coisinhas que não vêm ao caso). Acho que estabelecemos a nossa base de "trabalho". Nunca cheguei a levar lá a M. Essa continua a ir à Dra (e a C também já lá foi uma vez). Mas já me estava a acostumar.
Eis que, nesta ultima consulta que fui com a C, o Dr Paollo Casela me disse que eu deveria consultar outro pediatra, que, no entendimento dele, estaria mais sensibilizado para as questões da C (ou talvez para todas as crianças em geral). O nome desse pediatra é Dr Pedro Garcia.
Qual é então o problema? Não sei o que fazer. Será apenas uma questão de gosto pessoal? De método de trabalho? É que sempre que mudo de pediatra há uma parte de mim que se sente a trair, a acabar com uma relação de confiança. Dou por mim a esconder uns dos outros, como se fossem relações proibidas e paralelas. Até pode ser tonto, provavelmente é, mas não consigo pensar de outra forma.
O ridículo da situação é que tenho hoje consulta da C com o Brito Avô e na 4ª com o Garcia... E € para isto tudo??? Sinto-me mesmo atrapalhada sem saber o que fazer... Que treta! Primeiro com falta e agora com fartura, bolas!!!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Baby C take II

Em tempos já falei aqui que a minha bebé mais nova nasceu com um quiproquó. Ela tem sido seguida em vários especialistas, mas O especialista é o Dr Paollo Casela, de cirurgia pediátrica. Na última consulta ele tinha recomendado repetir uma série de exames quando a C fizesse um ano e que devia ir a nova consulta quando deixasse de mamar. Acredito piamente que tal recomendação foi feita na expectativa que caso exista algum problema o coração de mãe vai lançar o alerta. Basicamente foi o que aconteceu! O meu coração de mãe sentiu que algo não estava bem, que as coisas tinham mudado. Fui! Contei o que se passava, o que me atormentava. Ele fez um ar de avô que entende exactamente o que eu estou a dizer, que me percebe e se me é permitido, que até já estava à espera. Também vi no ar dele que algo não estava bem. Cada vez mais acredito no poder das mães! Mães, acreditem em vocês, oiçam o vosso instinto, o vosso coração!
Ele esteve a observá-la e acabou dizendo: vamos mudar tudo o que estamos a fazer. Que gelo! Gosto pouco de mudanças... Ao que parece os tratamentos que lhe estamos a fazer já não estão a ser frutíferos. A baby C ganhou uma aversão ao tratamento e está a recusar-se a colaborar, mesmo sem saber que isso põe em causa muita coisa... Vamos então passar a dar medicação. Parece simples, mas não é. O risco de falha da medicação é elevado e tem como contra-indicação diminuir a absorção de vitaminas e minerais. Tenho indicação expressa para ligar caso note alguma coisa que não ache normal.
É claramente o próximo nivel. Tenho medo, tenho muito medo por ela, e por mim, que não esteja à altura. Mas percebo (e sabia) que as coisas haveriam de mudar! O facto de não ter enviado imediatamente para cirurgia já parece ser bastante positivo. É não é? Convém fazer este exercício para mim mesma. Sinto-me a caminhar às escuras, com a minha bebé ao colo. Mas tenho fê! Tenham fê por nós também. Vamos iniciar o próximo nivel... 

domingo, 3 de maio de 2015

Voo picado ao chão

No fundo, no fundo, eu já sabia que isto ia acontecer...

Hoje a M veio estatelar-se no chão. Passo a explicar:
deitámos as meninas normalmente, e este normalmente inclui uma M eléctrica, com aspecto que não irá adormecer nas próximas décadas. A C entretanto adormeceu. Fomos à M umas 3x, sempre com miminhos, massagens e até colinho, para ver se ela conseguia relaxar e quem sabe?, adormecer! Estávamos os dois na sala a combinar como iria ser o resto do serão quando ouvimos um estrondo seguido de uma bebé a chorar. Gelei! Gritei! Corri! Até o meu marido gritou e correu (também deve ter gelado, coitado! Porque o grito que deu foi mesmo de medo)! Quando chegámos ao quarto estava o corpinho dela estendido no chão. O pai que ia à frente agarrou logo nela, mas eu, como mãe, não descansei enquanto não a tive nos braços (1). Que raiva!!! Fiquei com uma raiva!! Estou sempre a dizer-lhe para não meter os pés para fora do berço, mas não se debruçar nas grades porque pode cair e fazer dói-dói, e no fim caiu mesmo! Claro que racionalmente isto é uma parvoíce, que no alto dos seus dois anos e meios ela não tem essa consciência, mas por momentos ralhei com ela. Foi um ralhar de desespero! Observei cada centímetro, perguntei onde doí, onde bateu, mas as respostas são dadas entre soluços e sem grande nexo. Pede o óó. Fico na duvida porque, se bem que era mesmo o que pretendíamos, que adormecesse, não me parece a altura ideal. Tentei acalmá-la, reconfortá-la e explicar-lhe que não pode voltar a fazer porque faz dói-dói grande! Ela disse que sim... Ralhei com o pai! "Eu já tinha dito que achava que devíamos ter tirado a grade e substituído por uma barra de protecção! Porque é que não me levam a sério?!?" Esta é a parte em que me sinto profundamente chateada comigo (e com o mundo) por não ter evitado que o meu bebé se magoasse. A resposta foi "Mas o Dr Brito Avô disse que não achava ainda boa ideia!". Eu quero lá saber do Dr Brito Avô ou de qualquer outro! Lá fui eu cair outra vez na esparrela de conceder ao pediatra a hipótese de entrar no campo da educação (em vez de se manter apenas na pediatria!). Já sei que estas coisas correm mal. A filha é minha, o instinto é meu. Ninguém a conhece melhor do que eu! Por isso não posso voltar a permitir que outros combatam o que o meu coração me diz!
Por fim pediu colo e deixei-a adormecer aninhada. Já sei que vou estar atenta "aos" sinais.
Ai, coração de mãe sofre!!!