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domingo, 3 de maio de 2015

Voo picado ao chão

No fundo, no fundo, eu já sabia que isto ia acontecer...

Hoje a M veio estatelar-se no chão. Passo a explicar:
deitámos as meninas normalmente, e este normalmente inclui uma M eléctrica, com aspecto que não irá adormecer nas próximas décadas. A C entretanto adormeceu. Fomos à M umas 3x, sempre com miminhos, massagens e até colinho, para ver se ela conseguia relaxar e quem sabe?, adormecer! Estávamos os dois na sala a combinar como iria ser o resto do serão quando ouvimos um estrondo seguido de uma bebé a chorar. Gelei! Gritei! Corri! Até o meu marido gritou e correu (também deve ter gelado, coitado! Porque o grito que deu foi mesmo de medo)! Quando chegámos ao quarto estava o corpinho dela estendido no chão. O pai que ia à frente agarrou logo nela, mas eu, como mãe, não descansei enquanto não a tive nos braços (1). Que raiva!!! Fiquei com uma raiva!! Estou sempre a dizer-lhe para não meter os pés para fora do berço, mas não se debruçar nas grades porque pode cair e fazer dói-dói, e no fim caiu mesmo! Claro que racionalmente isto é uma parvoíce, que no alto dos seus dois anos e meios ela não tem essa consciência, mas por momentos ralhei com ela. Foi um ralhar de desespero! Observei cada centímetro, perguntei onde doí, onde bateu, mas as respostas são dadas entre soluços e sem grande nexo. Pede o óó. Fico na duvida porque, se bem que era mesmo o que pretendíamos, que adormecesse, não me parece a altura ideal. Tentei acalmá-la, reconfortá-la e explicar-lhe que não pode voltar a fazer porque faz dói-dói grande! Ela disse que sim... Ralhei com o pai! "Eu já tinha dito que achava que devíamos ter tirado a grade e substituído por uma barra de protecção! Porque é que não me levam a sério?!?" Esta é a parte em que me sinto profundamente chateada comigo (e com o mundo) por não ter evitado que o meu bebé se magoasse. A resposta foi "Mas o Dr Brito Avô disse que não achava ainda boa ideia!". Eu quero lá saber do Dr Brito Avô ou de qualquer outro! Lá fui eu cair outra vez na esparrela de conceder ao pediatra a hipótese de entrar no campo da educação (em vez de se manter apenas na pediatria!). Já sei que estas coisas correm mal. A filha é minha, o instinto é meu. Ninguém a conhece melhor do que eu! Por isso não posso voltar a permitir que outros combatam o que o meu coração me diz!
Por fim pediu colo e deixei-a adormecer aninhada. Já sei que vou estar atenta "aos" sinais.
Ai, coração de mãe sofre!!!

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