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segunda-feira, 6 de março de 2017

A mãe ri e chora, tudo ao mesmo tempo

A vida é mesmo assim: feita de altos e baixos. E acredito profundamente que as mães gozam de uma (ainda) maior bipolaridade que o resto do comum dos mortais. E embora o meu bebé ainda não tenha nascido, já me ensinou o que é ser mãe de 3, conseguir rir e chorar ao mesmo tempo, e repartir o meu coração, à medida que este se multiplica de amor.
Enquanto festejo a minha vitória com o Manel, o meu coração sofre e encolhe com a minha filha Maria.
E sinto medo, muito medo. E tristeza.
Às 8h da manhã de amanhã, a Maria terá que dar entrada no hospital para ser operada. É uma operação simples e curriqueira, é o que todos me dizem, mas estou aterrorizada. Tenho feito das tripas, coração para me manter calma e positiva, para me mostrar calma e serena, para que ela possa regular-se em mim. Mais uma vez sinto que o meu papel de mãe passa por ser ainda mais e superar até as minhas fragilidades.
Amanhã estarei com ela, mas apenas de alma e coração. Apesar de todos os meus pedidos e insistências, foi-me veemente recusada a minha presença no hospital. Só Deus sabe como me sinto... como sinto que me arrancaram o que é meu, como sinto um vazio tão grande de quem sabe onde deveria estar.
Há muitos colos, mas nenhum como o colo da mãe. E por isso resta-me ter a coragem e o amor necessário para entregar a minha cria. E ter fê! E acreditar que um dia eu me vou perdoar por não ter estado presente.

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