Páginas

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Ah e tal, vamos comemorar com as criancinhas 😱

Só para contextualizar: duas crianças que hoje (para não variar os últimos dias...) acordaram 1h mais cedo do que o desejado, sem que tivessem compensado com um adormecer antecipado... Seguido de um dia cheio de diversão e brincadeira (e ginastica) na escola.
E o que é que dois pais (senis), acompanhados de um bebe minúsculo, decidem fazer para comemorar o dia da criança?? Então, estes pais, em privação de sono, decidem ir buscar as crias à escola para passarem momentos bem passados na Feira do Livro. Entre estes momentos sonhados está aquela altura em que as pacatas crianças conseguem escolher dois livrinhos cada uma para levarem como prenda de forma ordeira. E isto, está claro!, sem qualquer tipo de birra, ou embirração, ou escolha estupida que leve os pais a uma loucura discreta (não vá dar nas vistas algum tipo de dúvida a emergir de que o seu plano possa afinal não ser divinamente genial)...
Mas acham que isto fica por aqui? Que estes pais percebem entretanto que apesar de terem superado a prova, é melhor bater em retirada? Oh não!! Para isso era preciso alguma consciência do perigo, e o estado zombie caracteriza-se por algum delay nas percepções (mesmo com duas pessoinhas atreladas a refilar continuamente com o que já andaram, com o facto de serem as únicas da feira sem um balão, e com bocejares frequentes).
Siga para bingo! Vamos jantar fora. Onde? E provavelmente pensam logo em algum McDonalds, Pizza Hut ou equivalente... Nah!! Isso é demasiado informal e apropriado para nós: os tais pais senis, duas crianças descabeladas, de uniforme, exaustas e birrentas, e um micro bebe a entrar na "hora das bruxas". Nós fomos a um daqueles restaurantes com montes de empregados para nós, com meia luz e velinhas, música ambiente e em que os restantes clientes (sem crianças) cumprem escrupulosamente os limites de ruído aceitáveis.
Podia terminar aqui, e deixar-vos a pensar no pior que podia ter acontecido... mas não. Como disse o marido quando estacionou à porta de casa "É pá, acho que sobrevivemos, por isso não deve ter corrido assim tão mal"! Pois, não deve ter corrido... e eu vou tentar esquecer, com muita força, vou tentar esquecer a C aos saltos na cadeira a comer com as mãos, a M debaixo da mesa, a C aos gritos pelo restaurante para me dar a notícia de que "fiz muito cocó, mae", a M a esbracejar ao empregado porque não queria comer mais (apesar dos meus esforços para que comesse), o MM que só saiu da mama para arrotar e sujar a fralda até à barriga (e ao mínimo sinal de choro eu enfiava-lhe logo a mama na boca de novo...), a C a tentar dar umas últimas garfadas na comida dela quando nós já a puxávamos por um braço para fugirmos dali para fora com vergonha, entre outras que tais... No meio disto, vanglorizo-me por ao 3º ter exímias capacidades de me alimentar (cortar e comer), alimentar a criação, e outras coisas fantásticas com apenas uma (ou mesmo nenhuma) mão disponível! E onde andou o marido? (Perguntam vocês!) Não sei bem porque mal o vi. Parece que esteve boa parte do jantar fechado no wc a limpar rabos e pipis, e que emborcou a comida em jeito "não respira", para fugirmos mais depressa dali!
De regresso a casa, respiro fundo e agradeço os cortinados nas janelas, a toalha de plástico na mesa e as quatro paredes que nos resguardam e escondem!
Para o ano há mais...

Sem comentários:

Enviar um comentário