Páginas

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Dia da Mãe

Planeei um dia fantástico! Fazer um piquenique, brincar muito com as princesas, por um dia não ter mais nada que fazer. No Sábado fiz uma maratona a despachar tudo em casa: comida, roupa, limpezas, compras, tudo! Para ficar só para as meninas. Deitei-me tarde, bastante tarde, mas estava satisfeita no cumprimento do meu objectivo.
Entretanto recebi um filha para dormir. Entre sono agitado, tosse e pontapés, acordei cedo, muito cedo, porque a outra filha tossia, e o sono já se tinha ido. Juntei todas na minha cama. Que momento bom! É que a minha cama é mágica, consegue sempre ter espaço para mais uma filha. Infelizmente a C pouco depois já estava com mais de 39º de febre. Lá se foi o piquenique... Ou não! Telefonei aos tios e eles vieram. Fizemos um piquenique indoor que todos adoraram. Durante as sestas ainda houve tempo para pôr a conversa em dia e matar saudades para uma jogatana de um jogo de tabuleiro.
Mas a C não melhorou... A febre não baixou. Liguei ao pediatra. Não respondeu! Liguei à outra pediatra e ela achou que o melhor era ir as urgências. E assim, o meu dia ganhou mais horas e tornou-se mais longo. Dei banho às meninas, comemos qualquer coisa, conversei e expliquei o que se ia passar. Prometi dar um beijinho assim que regressasse.
No hospital novos desafios. Estivemos 3 horas à espera que a febre baixasse. Os 40º teimavam em não descer, o que impedia a realização de alguns dos exames. Fomos tirar uma fotografia às maminhas e até fizemos xixi num saquinho. Por mim a febre lá deu tréguas e fomos tirar sangue.
Eu era a única pessoa sozinha com uma criança naquela sala. Senti-me só, e cansada. Mas olhei para a C e pensei como é incrível o nosso papel de mãe, como pode fazer a diferença para uma criança. A C estava bem disposta. Apesar do sono, não queria dormir. Ela foi uma valente e muito corajosa! Fez todos os exames e observações de forma exemplar. Orgulhou-se do penso no braço, do autocolante dos corajosos, e das bolachas Maria que lhe deram. Ela estava feliz. E porquê? Bem, achei que no meu papel de mãe devia levar a situação para algo que ela compreendesse. A ida ao hospital foi passada em jeito de aventura. A cada nova situação expliquei-lhes sempre o que iria acontecer e o que iríamos fazer a seguir. Nos momentos menos bons ela olhava para os meus olhos, e eu mostrava-lhe amor, calma e segurança. "Já vai passar, meu amor! Estás a ser mesmo corajosa!". E ela, mais confiante, respondia aos enfermeiros que lhe tiraram sangue, "obigada!" (Foi a risada como é lógico)
Ao fim de muitas horas voltámos para casa, para mais uma noite pouco dormida. Sem grandes respostas e promessa de lá voltar.
Mas fiquei a pensar no meu dia. O dia da mãe, o dia do trabalhador! Acho que foi um dia muito preenchido, mas que para mim tocou nos vários significados do que é ser mãe!

Sem comentários:

Enviar um comentário