Planeei um dia fantástico! Fazer um piquenique, brincar muito com as princesas, por um dia não ter mais nada que fazer. No Sábado fiz uma maratona a despachar tudo em casa: comida, roupa, limpezas, compras, tudo! Para ficar só para as meninas. Deitei-me tarde, bastante tarde, mas estava satisfeita no cumprimento do meu objectivo.
Entretanto recebi um filha para dormir. Entre sono agitado, tosse e pontapés, acordei cedo, muito cedo, porque a outra filha tossia, e o sono já se tinha ido. Juntei todas na minha cama. Que momento bom! É que a minha cama é mágica, consegue sempre ter espaço para mais uma filha. Infelizmente a C pouco depois já estava com mais de 39º de febre. Lá se foi o piquenique... Ou não! Telefonei aos tios e eles vieram. Fizemos um piquenique indoor que todos adoraram. Durante as sestas ainda houve tempo para pôr a conversa em dia e matar saudades para uma jogatana de um jogo de tabuleiro.
Mas a C não melhorou... A febre não baixou. Liguei ao pediatra. Não respondeu! Liguei à outra pediatra e ela achou que o melhor era ir as urgências. E assim, o meu dia ganhou mais horas e tornou-se mais longo. Dei banho às meninas, comemos qualquer coisa, conversei e expliquei o que se ia passar. Prometi dar um beijinho assim que regressasse.
No hospital novos desafios. Estivemos 3 horas à espera que a febre baixasse. Os 40º teimavam em não descer, o que impedia a realização de alguns dos exames. Fomos tirar uma fotografia às maminhas e até fizemos xixi num saquinho. Por mim a febre lá deu tréguas e fomos tirar sangue.
Eu era a única pessoa sozinha com uma criança naquela sala. Senti-me só, e cansada. Mas olhei para a C e pensei como é incrível o nosso papel de mãe, como pode fazer a diferença para uma criança. A C estava bem disposta. Apesar do sono, não queria dormir. Ela foi uma valente e muito corajosa! Fez todos os exames e observações de forma exemplar. Orgulhou-se do penso no braço, do autocolante dos corajosos, e das bolachas Maria que lhe deram. Ela estava feliz. E porquê? Bem, achei que no meu papel de mãe devia levar a situação para algo que ela compreendesse. A ida ao hospital foi passada em jeito de aventura. A cada nova situação expliquei-lhes sempre o que iria acontecer e o que iríamos fazer a seguir. Nos momentos menos bons ela olhava para os meus olhos, e eu mostrava-lhe amor, calma e segurança. "Já vai passar, meu amor! Estás a ser mesmo corajosa!". E ela, mais confiante, respondia aos enfermeiros que lhe tiraram sangue, "obigada!" (Foi a risada como é lógico)
Ao fim de muitas horas voltámos para casa, para mais uma noite pouco dormida. Sem grandes respostas e promessa de lá voltar.
Mas fiquei a pensar no meu dia. O dia da mãe, o dia do trabalhador! Acho que foi um dia muito preenchido, mas que para mim tocou nos vários significados do que é ser mãe!
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