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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

No silêncio da noite

Em três gravidezes posso orgulhosamente dizer que até aqui nunca antes me tinha queixado do que era dormir mal enquanto grávida. Provavelmente sempre fui demasiado preguiçosa, ou de sono profundo. O que é certo é que tirando no início umas idas nocturnas ao "xixi" e no final algumas restrições aos movimentos (também devido à quantidade de almofadas que entretanto vou trazendo para a a cama), o sono nunca foi algo que me incomodasse.
Mas este tinha que ser diferente! Demasiada testosterona a circular no meu corpinho sensível... Depois de todas as alterações de sabores e hábitos alimentares que tenho sofrido (aos quais já nem dou luta, limito-me a encolher os ombros), chegam agora os terrores das noites.
Já não me lembro da última vez que tenha "dormido bem", provavelmente ainda antes de estar grávida... Nem sequer entendo o que se passa, só sei que não gosto e me atormenta:
- A minha bexiga virou passarinho, e não basta uma peregrinação por noite;
- Tenho surtos nocturnos de fome e de sede (a sério!!!)
- Todo o meu corpo parece enferrujado, qualquer alteração de posição faz ranger e doer várias partes do meu corpo, algumas que eu nem sequer imaginava que doessem (e ficar na mesma posição também não é opção porque doi na mesma);
- A minha imaginação está a passar por um momento criativo. Não só sou presenteada com sonhos de aventura dignos de cinema, como é precisamente durante a noite, entre xixis e mudanças de posição, que me oferece momentos de profunda reflexão sobre tudo o que ainda me falta fazer, ou das coisas que me estou a esquecer, o que, obviamente, faz disparar o meu coração aos 1000 e simpaticamente me deixa em modo "sono interrompido por tempo indeterminado"...
- No meio disto, o meu querido filho deve ficar irritado com o mundo por eu não conseguir dormir e ajuda-me a pontapear os "demónios" das nossas vidas, ou então acaba por ter um daqueles ataques de soluços que me impossibilitam totalmente o regresso ao sono tranquilo.

Se continuo assim acho provável que comece a ter ataques de pânico mal veja o sol a ir embora, ou mesmo que comece a desejar ter um recém nascido em casa que ao menos me deixa dormir descansada entre mamadas...

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