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quarta-feira, 16 de março de 2016

Consulta simpática

Hoje fomos a uma consulta com a M, a um novo pediatra. Segundo as minhas contas, é o 5º pediatra que consultamos. Hoje escolhemos um que nos parece mais receptivo a questões comportamentais (pelo menos escreve bastante sobre isto). A consulta atrasou 1h30, mas sinceramente nem demos conta. Aproveitamos para passear um pouco com a M sempre atentos à chamada telefónica que indicaria a nossa vez.
Como a conversa iria ser essencialmente sobre o comportamento, decidi entrar primeiro para expor a situação. Falei da M desde antes sequer de estar na minha barriga. Falei dela com paixão, preocupação e mágoa. A conversa derivou algumas vezes, e acabou por centrar-se em mim própria em algumas questões. Sobre ela falei do choro, da ansiedade, do medo, do sono, das birras, da fome, da dependência, da fala, das manias, das fúrias, do peso, dos cocós. Acho que fui abrangente. A conversa seguiu sempre calma. Por momentos dei por mim como se estivesse a falar com um pai maduro e sabedor, que ajuda uma jovem mãe a lidar com os desafios da maternidade. Achei também que o seu cuidado em "tratar" de mim era equivalente ao de "tratar" da M, como se se tratassem de duas peças fundamentais do mesmo puzzles.
Foi uma conversa muito rica de quase 2h que ainda não consegui arrumar. Sinto-me over whelming! Apetece-me dizer tudo, mas não me sai nada. Basicamente ele falou do desenvolvimento expectável, das expectativas, das características e do futuro, um futuro que está nas nossas mãos construir. Chamou nomes ao que se passa com a M, e acima de tudo, valorizou o meu discurso. Não, eu não sou assim tão louca ou neurótica. E pelas palavras dele, os acontecimentos dos últimos anos davam de facto um best seller! Fiquei mais calma. Ele deu-me algumas dicas de como poderia/ deveria lidar com a minha filha, mas também me ajudou a começar a desmistificar alguns receios e complexos.
A M também gostou dele, não que tenha simpatizado, mas todo o ambiente inspirava calma e isso refletia-se na sua própria forma de estar.
No fim, e sem pressas, despediu-se "até para o ano", mas ainda voltou atrás para me presentear com sabedoria em palavras escritas!


Muito obrigada Dr Mario Cordeiro.

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