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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Primeira praia

Há uma primeira vez para tudo e hoje começou a primeira época de praia escolar para a M. Ela estava radiante. Andava a falar no assunto há meses. Cada competência que adquiria era mais um motivo para puder "ir à paia com a sscola". Ontem nem conseguia adormecer de excitação, e hoje, quase de madrugada, demorou um segundo a saltar na cama (nunca tinha visto igual!).
Lá foi a família toda em grande correria para que o autocarro não fosse embora. Chegamos, fizemos o xixi obrigatório e lá fomos para o autocarro. Nem sequer tive direito a uma despedida formal.
Como pais preocupados e participantes ficámos ali, à beira da estrada a olhar para um autocarro cheio de crianças sem percebermos bem qual (se é que alguma) seria a nossa.
Esta história da praia, parecendo que não, mexe connosco. São mixed feelings... Por um lado o orgulho na nossa bebé, que se calhar já não é assim tão bebé, a dar mais um passo na sua independência. Mas por outro a nossa bebé, que afinal para nós vai ser sempre a nossa bebé, que nos parece ter sido arrancada dos braços e levada para um mundo cheio de perigos que não conseguimos controlar. Por mim as minhas filhas deveriam viver para sempre debaixo da minha asa. Actuariam dentro do que lhes fosse permitido sem sair do perímetro demarcado. Mas eu sei, para além de não ser possível, iriam provavelmente tornar-se adultos sem sabor.
Assim, resta-me assistir aos seus pequenos voos sozinha, e fazê-lo com um sorriso tentado nos lábios.

De qualquer forma, também me parece que às vezes precisamos destes momentos para cairmos em nós. Na azáfama do dia a dia muitas vezes não paramos para olhar. Até que de repente temos mesmo que abrir os olhos e ficamos chocados com o que vemos. No fundo, faz bem a todos. Bem, e amanhã é outro dia, de praia. E mais uma vez lá estarei a dizer adeus para mim, porque na animação, mais ninguém vai estar a olhar!

Ps: só para dizer que o machão do meu marido, que cada vez mais acho que tem mesmo perfil de pai de princesas, esteve a fazer um esforço tremendo para não chorar ao ver a filha ir embora. Cambada de meninas... :)

2 comentários:

  1. Deste lado fica não o remorso mas mais o género lamento, de não se conseguirem registar todos os momentos, nem sequer os mais importantes como a primeira palavra dele... Espero que tenha registado algures...Com ela não perdi tempo e arranjou-se um livrinho... do princípio para o fim - Ele - Do fim para o princípio - Ela. Anda comigo na mala, mas em vez de ser registado na hora, é feito em catadupa, num qualquer bocadinho de tempo.... E de resto a crença que, o que interessa de facto é o que fica neles, os registos que eles fazem sobre os momentos, comigo, com todos... o sorriso estampado no rosto, que espero, em número maior que o choro, o dedo e o pato, junto à cara. A fúria dele, parece ir bem encaminhada, porque tem tido estes desfechos:
    - "oh mãe... eu há bocado estava a mostrar um bocadinho de mais a minha fúria.... mas não mostrei a máxima fúria! A máxima fúria seria assim....."

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  2. Como te compreendo. Infelizmente volto a repetir o erro pela segunda vez... Nem caderninhos me valem. Talvez agora com o blog o consiga manter mais em dia, mas falham as passadas. Já nem me lembro quando foi o primeiro dente, e tinha prometido a mim mesma que esta era daquelas que não iria esquecer... Ai, ai, cabeça de mulher (des)equilibrada!!!
    Quanto à fúria, fica a felicitação de já não mostrar a máxima à primeira... Isto de controlar as fúrias tem muito que se lhe diga. Tomara eu conseguir controlar sempre a minha. Pelo menos quem tem sofrido mais são as desgraçadas das almofadas. Pode ser que ajude :/

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