Páginas

terça-feira, 28 de abril de 2015

Felicidade simples

Este é daqueles clichés chapa 7 que algum dia havemos de dizer, mas que é incrivelmente fantástico depararmo-nos com uma situação em que o sentimos verdadeiramente! Procuramos a felicidade em pacotes maxi com um largo prazo de validade. Com as crianças interiorizanos que nos (lhes) falta sempre mais e mais para que sejam felizes quando às vezes a felicidade deles (mas também a nossa) está à distância de um ticket.
No caminho casa-escola-casa é muito comum vermos autocarros. A baby M sempre que vê um grita dizendo "olha mamã, olha!". Um dia destes estava a falar com ela e perguntei-lhe se ela também gostaria de andar "no pópó grande". Ela ficou super feliz só com a ideia e passou vários dias a dizer que ia ao pópó grande com a "mamã, o papá, a manha e eu". Este sábado resolvemos fazer-lhe o gostinho e levamo-las a andar de autocarro e a voltar de elétrico. O trajecto não foi grande.
Ganhei o dia quando a sentei no banco e vi os seus olhos brilharem e os seus lábios esboçarem um sorriso tímido mas sincero quando o autocarro começou a andar. Ela estava feliz! Estava mesmo mesmo feliz! O eléctrico ganhou o cognome de "cuboio" e em pouco tempo andar sentada no banco deixou de fazer parte da aventura. Giro giro é ir em pé ou de joelhos a olhar pela janela e a falar com toda a gente.
O problema foi conseguir, depois da aventura, metê-las no nosso carro. A birra foi, obviamente, entitulada de "quero o cuboio". Agora não há dia que não pergunte pelo "cuboio" e não conclua que simplesmente "não há!".
Qualquer dia levo-as a andar no "verdadeiro" comboio. É que esta felicidade simples e descomplicada de quem vive uma nova experiência, a aventura do desconhecido e até radical, é impagável e inigualável. Obrigada Carris :)

Sem comentários:

Enviar um comentário