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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

E ao fim de trinta e nove dias, chorei...

Como uma criança. Consegui por fim descarregar um pouco do que me vai na alma, no coração!
Os dias maus, difíceis, pesados e feios sucedem-se. Dia após dia, sem tréguas ou piedade. Não me lembro de um período tão negro como o que tenho vivido. Mantenho-me afastada, em silêncio, porque não quero escurecer a alma deste cantinho.
Fui-me habituando aos poucos a agradecer a Deus. Agradecer tudo o que Ele me dá, mesmo nos dias em que parece difícil e até cruel, encontrar o que agradecer. Mas os últimos tempos têm sido deveras desafiantes... Cada dia tento ir buscar forças para me manter positiva, com esperança, e agradecer, uma e outra vez, tudo de bom que tenho.
 Não está fácil. Cada dia que passa a tarefa parece mais dificil de cumprir. Porquê? Porque é que tem de ser assim? Não sei... Mas tudo tem uma razão de ser, e mesmo que eu não entenda qual, esforço-me por mostrar às minhas filhas que devemos manter-nos unidos e lutar, nunca desistir, porque se a vida nos dá pedras, havemos de construir um castelo!

Mas hoje ruí. Ruí em surdina, no silêncio da minha almofada, com uma filha nos braços. Nenhuma mãe estará alguma vez preparada para ver um filho sofrer. Há momentos que não dão para aguentar. Mesmo esboçando um sorriso de calma e tranquilidade, mesmo prometendo que vai tudo ficar bem, um filho a sofrer rasga-nos por dentro. E este sofrer pode vir de várias formas, pode ser um sofrer físico, emocional, uma promessa que não pode ser cumprida, uma expectativa desfeita. É um estrago que não se repara e que nos defronta com a impotencialidade da vida.
"Deus, não nos faças isto! Deixa-nos sofrer por eles! "

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